domingo, 21 de março de 2010

Legend of the Seeker 2x14 - Bound

Legend of the Seeker – Bound (2x14)

Data de Exibição: 20/03/2010

Imagem: creative_muse


A série retornou com um episódio muito bom, embora totalmente previsível.

Após o fracasso em matar Kahlan, as ‘Irmãs da Escuridão’ decidem matar Nicci e ficar com o seu poderoso han. É claro que Nicci não se deixa matar assim facilmente e tem um plano na manga: pegar a Pedra das Lágrimas, entregá-la ao Keeper e assim voltar às suas boas graças. Para isso utiliza o feitiço da maternidade, conectando sua vida à de Kahlan, ou seja, se Nicci morresse, o mesmo aconteceria com a Confessora.

Uma pena que tudo tenha se resolvido em um único episódio (e que tudo fosse tão óbvio). Pelo que eu soube, o povo que leu os livros reclamou que justamente esta parte que é tema de quase um livro inteiro, tenha sido desperdiçada em um único episódio (embora todos tenham gostado do episódio em si).

Ainda não decidi qual dos dois núcleos gostei mais. As cenas entre Richard e Nicci foram empolgantes (mas o casal morto por não receber a ajuda de Richard foi desnecessário) e o momento que ele a toma nos braços e a beija, tentando com isso fazer com que Kahlan o sentisse foi lindo.

Por outro lado, a busca de Cara, Zedd e Kahlan pelo pai da Confessora para quebrar o feitiço também não foi menos emocionante. Mas confesso que me incomodou o ódio que Kahlan guarda do pai. Quero dizer, ele era uma pessoa não muito boa, isso é fato, mas eu consigo entender a raiva (e o medo) que ele tinha daquelas filhas que não planejou e que foram fruto de seis anos perdidos de sua vida por Confissão. Aliás, a Confissão parece muito linda quando Kahlan precisa usar dela para salvar sua vida ou de alguém, mas a verdade é que ela destrói tudo o que a pessoa é, e se a pessoa sobreviver à Confessora.... imagino que a raiva deva ser sem igual. E odiar o pai por ser desonesto, quando foi a própria mãe que o escolheu me parece ilógico (sim, eu sei que nem sempre há lógica na raiva).

Seja como for, tudo está bem quando acaba bem. O feitiço foi quebrado, o pai foi quase perdoado e Nicci poupou a vida de Richard e rompeu com o Keeper. Uma pena que a atriz que interpreta Nicci seja tão fraquinha...

terça-feira, 16 de março de 2010

Livro: A Mulher do Viajante no Tempo

A Mulher do Viajante no Tempo
(The Time Traveler's Wife)
Autora: Audrey Niffenegger
Eu gosto de romances. Nada piegas, melado ou moroso demais. As histórias repetidas à exaustão e que embromam tanto que todo o livro poderia ser escrito em 50 páginas, mas usa-se 350 (Christine Feehan veio à memória de alguém?) definitivamente não está entre as minhas listas de preferências.
Também gosto de ficção. Gosto do surreal, do antinatural, daquilo que sai do comum. E A Mulher do Viajante do Tempo é um pouco de cada.
Comprei o livro sem saber absolutamente nada sobre ele. Simplesmente li a contracapa e me chamou a atenção. Fico muito feliz por não ter sido enganada. O livro é delicioso.
A história é simples, mas contada de forma original e por incrível que pareça, nem um pouco confusa. Henry DeTamble seria um homem normal, não fosse uma disfunção genética que o leva a viajar no tempo. Passado e futuro fazem parte do seu presente, e infelizmente para ele, Henry não tem o menor controle de suas viagens. É só estar em um momento de estresse ou ter algum estímulo visual levemente diferente e puft, lá vai Henry para o passado ou futuro.
E foi durante essas viagens que ele conheceu Clare, sua futura esposa. Ela o vê pela primeira vez aos 6 anos de idade e volta e meia o revê ao longo de sua vida. Já ele, apenas a conhece bem mais tarde, no seu presente, sem ter a menor idéia de quem é a garota ruiva que parece o conhecer tão bem. E não tem jeito, a vida dos dois está totalmente entrelaçada e assim o será enquanto ambos viverem.
O livro vai e volta no tempo, sempre tomando o cuidado para nos situar na idade real de Henry e Clare, e é assim que a história desses dois vai se descortinando para o leitor, sem uma cronologia normal, mas com um sentido perfeito.
Nas mais de 400 páginas do livro, pude rir e chorar com seus protagonistas. É delicado ver a história de uma pequena menina que se apaixonada por um homem que vai e volta de sua vida, criando lembranças que serão guardadas carinhosamente. Ao mesmo tempo nos angustiamos e emocionamos com a vida de uma mulher que sofre com os sumiços do marido em seu presente, sabendo que ele está (entre outros lugares) lá no seu passado, construindo essas mesmas lembranças.
Mas não é somente de ternas recordações que vive Henry DeTamble. O viajante nada leva consigo além de si mesmo, o que significa que aonde quer que o bibliotecário vá parar, ele estará nu e perdido, o que traz sérios problemas para Henry. Furtar (roupas, dinheiro, comida), correr muito (polícia, bandidos, cachorros), passar frio (as viagens não respeitam clima ou local) e inúmeras outras dificuldades são constantes na vida do bibliotecário. Por outro lado, ele tem o privilégio de rever pessoas que amou e perdeu, ou a infelicidade de revê-las partindo sem nada poder fazer. Ou ainda, a chance de conhecer o seu futuro, o que pode ser um alívio em um momento de desespero ou o horror de descobrir coisas sobre si mesmo que nenhum homem deveria saber.
É impossível não se emocionar com a trajetória do casal. E por trazerem tantas experiências e tempos diferentes dessas pessoas, nós temos o privilégio de podermos nos identificar com períodos diversos da vida das personagens.
Sem dúvida alguma A Mulher do Viajante no Tempo foi um livro que valeu a pena ser lido. Não foi uma história vazia e que nada acresce ao leitor, muito pelo contrário. Ela é uma demonstração de amor, de entrega e de domínio do próprio destino, apesar da inevitabilidade da vida.
Eu recomendo.

***
PS: O livro foi adaptado para o cinema em um filme lançado em 2009 que no Brasil recebeu o nome Para Sempre Te Amarei, dirigido por Robert Schwentke e com o Eric Bana e Rachel McAdams nos papéis principais (o qual eu ainda não assisti, mas pretendo, o mais cedo possível).

[Edit] Assisti ao filme alguns dias depois de terminar o livro. É bem interessante, mas não consegue o mesmo efeito do livro. Primeiro porque ele conta a história de forma linear (mas acho que seria meio difícil as idas e vindas do livro serem adaptadas de forma compreensível no cinema) e segundo porque ele altera algumas coisas sutis, mas que faziam toda a diferença na caracterização dos personagens. Valeu a pena assistir, mas não traz a mesma satisfação do livro.

segunda-feira, 15 de março de 2010

The Good Wife 1x16 - Fleas

Episódio: Fleas (1x16)
Data de Exibição: 09/03/2001



The Good Wife é aquele tipo de série que a cada episódio que se assiste você diz “nossa é o melhor até agora!”. E isso se mantém até a próxima semana, quando o novo episódio desbanca o anterior. Não são muitas séries que podem se dar ao luxo de agradar ao público a cada episódio lançado.
Fleas não foi diferente. Quero dizer, em qualidade, porque como episódio foi um pouquinho (só um pouquinho) atípico, em especial porque colocou Alicia como elenco de apoio e não como a atração principal. Eu gostei do destaque que foi dado a Will, permitindo-o mostrar o bom advogado que é. Os seus embates com a juíza federal foram brilhantes e mais uma vez ele provou que é teimoso como uma mula (já começando por aceitar defender o advogado indiciado, por simples provocação ao promotor).
E Fleas também sedimentou uma atitude que se percebia desde o início: Alicia tem um caráter fenomenal e um senso moral impecáveis, mas ela é sobretudo advogada e como tal, está disposta a tudo (dentro do razoável legal) para defender os interesses do cliente.
Outro que está disposto a aceitar clientes moralmente questionáveis é Will. Gardner & Lockart vem enfrentando problemas financeiro há um bom tempo e a hora dos cortes finalmente chegou. Objetos materiais são menos necessários do que efetivo humano, mas que dói abrir mão de certos luxos, dói. E foi por isso que Will brigou até o fim por aceitarem o traficante como cliente. Mas o interessante é que, embora tenha perdido essa batalha no final, a impressão que tive é que ele ficou aliviado porque as circunstâncias conspiraram contra a quebra da moral da empresa.
Seja como for, qualquer embate entre Diane e Will é sempre bem vindo, pois as cenas entre os dois são sempre excelentes e inevitavelmente nos fazem pensar.
Quem também nos fez pensar foi o Sr. Gold e a sua menção à conta do twitter @upriser7. Gostei muitíssimo da forma como o assunto foi tratado, e Alan Cumming foi uma adição muito feliz ao elenco da série. E Alicia perguntando a Cary, sem qualquer introdução mais elaborada, se era ele quem estava tweetando sobre ela foi impagável.
Estou, entretanto, um pouco temerosa com esse relacionamento de Zach e Becca. Que a garota não era boa coisa já estava implícito há muito tempo, mas eu ficaria muito feliz se não usassem do velho artifício da gravidez adolescente. Embora tudo indique que seja este o caminho que a série irá seguir, já que foi dado uma ênfase considerável às camisinhas guardadas no criado-mudo de Alicia.
Essas camisinhas, inclusive, foram (mais um) motivo de ciúmes de Peter. E a resposta de Alicia foi à altura. Se o marido já tinha a pulguinha atrás da orelha antes (eu também teria, porque embora Alicia seja um exemplo de retidão, entre Will e Peter, eu escolheria Will sem titubear), agora esta pulguinha se tornou um pulgão.

domingo, 7 de março de 2010

Caprica 1x06 - Know thy Enemy

Caprica – Know Thy Enemy (1x06)

Exibição: 05/03/2010

Na última sexta-feira Caprica nos apresentou um episódio bem mais lento do que na semana anterior, mas nem por isso com menor qualidade, muito pelo contrário. Know Thy Enemy claramente fundou as bases do que irá acontecer daqui para frente. Pode até parecer cansativo para os mais afoitos (e como há telespectador afoito hoje em dia), mas a verdade é que o episódio foi cheio de preciosidades:

* Evelyn demonstrou que está interessada em Joseph (o que explica algumas coisas para os fãs de Battlestar Galactica), apesar dele ficar incomodado. E digo aqui que é maravilhoso rever Teryl Rothery e não entendo porque é tão difícil achá-la nos créditos do episódio. Parece que nenhum lugar credita a atriz!!!

* Vergis colocou as cartas na mesa: o que ele quer é destruir todos os sonhos de Graystone. Interessante que cada Taurino que conhecemos até agora é completamente diferente, mas a violência e o senso de família (e vingança/justiça) é muito forte. A grande pergunta é se os dois amigos de Vergis foram realmente assassinados por conta do assalto encomendado por Daniel? Eu acredito que não. O que significaria que há um terceiro elemento envolvido nesta equação.

* Zoe marcou um encontro no V-World com Philomon. A proximidade dos dois lembra um pouco o relacionamento da nº 6 com Baltar...totalmente virtual, mas nem por isso irreal. Eu gosto da forma como o relacionamento dos dois tem sido bem trabalhado. Demonstra que aquele mundo virtual permite sim uma existência muito além do corpo mecânico da garota.

* Amanda Graystone tem um espírito de luta e inteligência afiada (seus momentos com o marido são sempre as melhores partes dos episódios), mas está completamente sozinha e desprotegida. Não tem uma única amiga, não tem mais o emprego e foi presa fácil para a dissimulada Clarice. E preciso dizer aqui que não entendo como Clarice consegue enganar alguém com aquela cara de culpada que ela tem. A mulher é terrivelmente irritante!

* Os Soldados do Único (Deus) – STO. Com a presença de Barnabas ficou claro que não há unicidade entre os terroristas. Enquanto alguns preferem uma abordagem mais intelectual como a de Clarice (embora me pareça que ela tem perdido a confiança e o apoio entre os seus rapidamente. Talvez devido à sua obsessão com o Avatar – sem grandes avanços - ou quem sabe devido às drogas e ao álcool), outros preferem a ação direta e destrutiva de Barnabas (aqui eu abro sim um outro parênteses para elogiar James Marsters, que é um grande ator e uma excelente adição à série).

A série claramente demonstrou qual será sua linha de ação. E mais do que Zoe (presa no corpo de um cylon), talvez Tamara seja o Avatar perfeito, tão procurado por Clarice. Mas a minha grande dúvida é sobre os STO. O que realmente eles querem? Para que bombardear Caprica? Onde está Deus nisso tudo? Sequer um paralelo entre o terrorismo conhecido por todos nós eu consigo visualizar nessa história de Deus Único, Avatar, bombas e por aí afora.

Clarice busca a imortalidade? Mas manter um avatar depois de morta não a trará de volta. As lembranças podem ser a mesma, mas ela estará morta de qualquer jeito. A única forma desse negócio dar resultado seria uma transferência total da consciência para o avatar, e não construí-lo anteriormente (ou posteriormente) com simples dados. Só assim seria uma continuação da vida indefinidamente (que, se eu pensasse um pouquinho, perceberia que é justamente o que os cylons alcançaram no futuro). Caso contrário, seria sempre uma simples cópia. Bom, não tão simples assim, já que teria sua própria personalidade. Mas de qualquer forma o original estaria morto e fim de papo.

E por que Zoe teria se aproximado do culto? Qual foi a conversa que jogaram na garota? Ela os estava usando ou vice-versa?

Sorte minha que ainda tenho pelo menos uns 14 episódios para descobrir.

*****

Um pequeno adendo:

Fico um pouco incomodada com algumas pequenas discrepâncias em relação à criação dos cylons em Caprica e em Battlestar Galactica. Não me parece correto os cylons serem simples robôs fundidos com um avatar de algum humano que morreu. O que sempre tornou os cylons tão especiais era justamente o fato de terem sido criados por humanos, terem evoluído, criado uma consciência e lutado pela liberdade.

Eu posso aceitar Zoe Graystone como o primeiro cylon. Posso aceitar que o Deus único partiu da crença da garota (embora eu entenda que a forma que ela enxerga o único Deus seja diferente da visão dos STO e tenho a sensação de que os cylons seguirão a visão de Zoe e não dos terroristas), mas não posso aceitar que um cylon seja uma simples fusão com um avatar humano. Tiraria toda a beleza da evolução das máquinas e transformaria o desejo dos cylons em terem corpos humanos (como os modelos que nós conhecemos em BSG) em simples desejo dos avatares de resgatarem seus corpos humanos (agora imortais) de volta.

Hum.....afinal esta idéia até que não parece tão ruim...ela só não casa com tudo o que conhecemos dos cylons até agora.