Eu gostaria de saber o que passava pela mente de Russell T. Davies quando criou o conceito de Miracle Day. Porque com certeza não era esta bagunça que temos aguentado semana após semana. Pergunto-me se ele se sente tão decepcionado quanto eu com o rumo que esta temporada de Torchwood tomou.
Immortal Sins foi, dos oito episódios até agora, o que mais se aproximou do que era Torchwood. Talvez porque tivemos um maior envolvimento de Jack nos acontecimentos, mas principalmente porque a história saiu da escala mundial e genérica para o conflito individual e muito mais próximo do que já estávamos acostumados. E, é claro, porque finalmente vimos um alienígena nesta série que, em tese, é sobre uma organização que foi criada para lidar com as ameaças extraterrestres (em especial o Doutor, mas isso não vem ao caso).
Torchwood gastou um episódio inteiro para nos apresentar Angelo Colasanto, o imigrante ilegal que aportou nos Estados Unidos e acabou apaixonado por Jack Harkness. E sentimento também não faltou da parte de nosso Capitão, já que chegou ao ponto de pensar em tomá-lo como um Companheiro de aventuras, assim como o Doutor costuma fazer com humanos aqui e acolá – sendo Jack um deles, diga-se de passagem.
Por esse motivo, eu esperava que a importância de Angelo fosse muito maior do que realmente foi. É claro que o rapaz foi o responsável pela captura de Jack e toda a tortura que o Capitão sofreu (o que explica muita coisa da personalidade que Harkness vem demonstrando desde o início da série, a qual é bem diferente da que conhecíamos antes da imortalidade atingi-lo como um soco lá no final da temporada de 2005 de Doctor Who), mas a série não precisava de um episódio inteiro só para isso acontecer.