Série: Doctor Who
Episodio: Dinosaurs on a Spaceship
Temporada: 7ª
Nº do episódio: 7x02
Data de
Exibição: 08/09/2012
Roteiro: Chris
Chibnall
Direção: Saul
Metzstein
O que dizer de
um episódio que você não gostou quando a maioria esmagadora (sim, estou sendo
redundante) adorou?
Pois é, sendo
curta e grossa, Dinosaurs on a Spaceship não me atraiu e eu percebi que a coisa
foi grave quando desisti de ver o episódio no próprio sábado na tentativa de
gostar mais no dia seguinte. Pensei que, talvez, à luz do dia, descansada, num
humor melhor eu iria ser capturada pelo espírito da aventura, mas que nada,
achei tão chato quanto no dia anterior.
Confesso que
desde o início (quando os spoilers e as imagens começaram a pipocar na
internet) eu já não tinha me empolgado muito (não senti nenhuma expectativa
pela ideia de dinossauros no espaço), mas sempre procuro ver os episódios com
uma lente de amor (porque, afinal, acima de tudo sou fã) e com pensamento
positivo, então eu acreditava de verdade que seria surpreendida quando
finalmente assistisse ao negócio.
Infelizmente, o
episódio não foi feito para mim. Mas, como em Doctor Who mesmo quando a coisa
está ruim ela é boa, várias coisas positivas saíram do episódio e eu seria
muito injusta se não as percebesse e comentasse. Então vamos começar pelo que
Dinosaurs on a Spaceship trouxe de bom.
Também foi
inteligente usarem os Silurians (vistos recentemente em outro episódio escrito
pelo mesmo Chris Chibnall) como construtores da arca e não os humanos. Dá um
toque diferente e mais alienígena à coisa.
Gostei da
história se passar em 2367 A.D. É quase ali, mas ao mesmo tempo longe o
bastante para muita coisa estar diferente. E Indira apareceu pouquinho, mas a
achei incrivelmente carismática. Não me importaria em vê-la novamente outras
vezes.
Uma coisa que me
surpreendeu positivamente neste episódio foi Amy. Eu não sou fã da garota, isso
não é novidade, mas gostei muito dela em Dinosaurs. Ela estava demonstrando
menos aquele sentimento de posse que tem pelo Doutor (e que me irrita) e também
aqueles ares de ‘sei tudo, sou melhor do que você, há, eu viajo com o Doutor’
que volta e meia aparecem aqui e ali. E é interessante, porque em Dinosaurs Amy
mostra com suas atitudes o quanto o Doutor a mudou, influenciou a sua forma de
pensar, o quanto aprendeu (a ponto de conseguir até mexer nos controles de uma
nave alienígena e entender mais ou menos o que tinha por ali) e mesmo assim sem
demonstrar aquele ar de auto importância que ela sempre traz consigo.
Eu creio que
muito disso tem a ver com o fato do Doutor estar distanciando a sua
participação na vida dos Ponds. Ora vejam, ele ficou 10 meses sem aparecer e
ela e Rory conseguiram sobreviver sozinhos e nem se separaram desta vez!
Acho legal que o Doutor esteja permitindo que
o casal tenha a sua própria vida independente dele. Ao mesmo tempo ele não se
afasta de vez como fez com tantos outros acompanhantes no passado (até hoje
sinto dor quando lembro de Sarah Jane contando para Rose como foi ter sido
deixada pelo Doutor para nunca mais voltar, assim, do nada, sem qualquer aviso
prévio).
É um pouco
incômoda esta predileção que o Décimo Primeiro tem pelos Ponds (mas isso é
porque o Moffat obviamente adora o casal), afinal, já que volta e meia volta
para eles, custava voltar para algum outro companion também? Não precisava nem
ser em tela, só mencionar de vez em quando que os encontrou já me deixaria
feliz. Mas não vou reclamar de barriga cheia. A ideia do Doutor estar se
distanciando aos poucos já me deixa feliz, pois mostra que ele está se
preparando para uma nova fase da vida.
Mas ao mesmo
tempo em que fico feliz com esse tempo que o Doutor tem dado ao casal com suas
visitas mais esporádicas, também fico preocupada, afinal, ele sempre reaparece.
O que fará com que ele deixe de reaparecer quando trocarem os companions? Eu
temo pelos Ponds.
Por falar em
Ponds, uma graça o pai do Rory (que não é um Pond, sempre bom lembrar). Achei a
participação dele meio repentina e um tantinho absurda (pilotando uma nave
alienígena logo de cara? Aceitando tranquilamente ter se materializado em uma
nave espacial? Sei não...tudo providencial demais), mas não tem como não ficar feliz com Brian ao
ver o quanto a sua experiência com o Doutor proporcionou mudanças em sua vida.
Ás vezes só nos falta aquele empurrãozinho que nos faça enxergar que a vida é
muito maior e mais emocionante do que nos permitimos que ela seja. E está tudo
aí, ao nosso alcance, só falta tomarmos posse dessas oportunidades.
E é claro que adorei ter Rupert Graves no
episódio, porque afinal, quem não adora Rupert Graves? Mas ao mesmo tempo me
entristeci um pouco por desperdiçarem um ator tão maravilhoso em um personagem
tão mequetrefe. Quero dizer, Riddell é até simpático e tinha umas tiradas
interessantes (embora eu dispense todo o flerte e aquele final ridículo dele
com Nefertiti), mas foi muito mal aproveitado. Aliás, todo mundo foi mal
aproveitado por ali (com exceção de Amy e Rory, claro, que estão se saindo
muito melhor nesta temporada. Acho que por ser a última, tem que fechar com
chave de ouro).
Acho legal a ideia
do Doutor viajar com um grupo (ele já fez isso outras vezes em outras regenerações)
e ficou claro que ele já teve outras aventuras com Nefertiti e mesmo com Riddell
(quem sabe eu terei a chance de vê-lo com Riddell mais vezes?). Mesmo assim, não consegui enxergar o motivo de
precisar chamar os outros para esta aventura em especial (porque foi essa a
sensação que ele deu no início do episódio: que precisava e não apenas que
sentiu saudades e resolveu trazer todo mundo para perto). Era apenas uma nave
em rota de colisão com a Terra, o Doutor já tinha Nefertiti, para que perder
tempo indo até Riddell e depois até os Ponds? Não faria a menor diferença
tê-los ou não a bordo.
Aliás, por falar
em não fazer diferença, os dinossauros foram outros subutilizados. Tudo bem,
algumas cenas até que foram engraçadinhas, o Doutor pode cavalgar sobre um
dinossauro etc e tal, mas faria realmente diferença se não fossem dinossauros
mas sim outra raça alienígena, ou elefantes, ou mesmo objetos inanimados, robôs
e afins? No frigir dos ovos não alteraria em nada a história. Um ajuste aqui e
outro acolá, mas mudar mesmo, não mudaria nada. Os dinossauros estavam ali só
para bonito e porque davam um título legal ao episódio.
Definitivamente
Chibnall não está entre os meus roteiristas preferidos de Doctor Who (ou de
Torchwood, diga-se de passagem). Acho os seus roteiros fracos e inconsistentes
e quase sempre me canso em seus episódios.
Dinosaurs on a
Spaceship também me deixou injuriada com o Doutor e sua esquisitice. Ele sempre
foi estranho e incompreensível na maioria das vezes, mas nesse episódio ele
estava ligado no 220v, seus pensamentos iam e vinham com tamanha rapidez que
pouco do que ele falava fazia sentido. Conseguiu me cansar. Geralmente o Doutor
e seus surtos me empolgam e instigam, mas não dessa vez. Desde o início ele
esteve estranho para mim, distante e afoito. Eu olhava para o Décimo Primeiro,
mas não o reconhecia e isso me incomodou mais do que eu imaginava.
Nefertiti foi
outra que tinha um potencial gigantesco, mas que se mostrou um nada. Tudo bem
que a atriz era inexpressiva ao extremo, mas a personagem também não ajudou.
Fico pensando no tipo de história grandiosa que poderiam escrever com a rainha
do Egito e a coitada foi relegada à amante de um caçador desconhecido, com
alguns closes de efeito em cenas sem muita importância, e a um sacrifício que
soou tão falso e forçado quanto realmente foi.
Já que toquei no
sacrifício, é sempre interessante ver este lado mais dark do Doutor, que mata
sem piedade. Episódio passado ele explodiu um bando de Daleks, desta vez mandou
Solomon para a mira dos mísseis da Agência Espacial Indiana...Foi-se o tempo
que o Doutor era apenas aquela figura benevolente que acabava cometendo
injustiças por tentar salvar todo mundo. Esse lado dark dele aparecendo de vez
em quando combina muito mais com toda a história e bagagem do Doutor.
E de repente
percebi que só teremos mais 3 episódios com Amy e Rory. Estou autorizada a sentir
saudade, mesmo não sendo fã de Amy?
Um comentário:
Miquinha querida, o Doutor não está preparando Rory e Amy para a separação, ele está se preparando!!! Basta notar o spoiler quando chegou adiantado no ep 3 de Ponds Life e a cara que ele fez no fim deste episódio (sem contar a conversa "vamos estar juntos até o fim dos meus dias" / "ou vice-versa").
A cena impagável de Neffy foi "O Doutor tem uma rainha?" a qual Amy deveria ter respondido "Tem sim, sua biscate, por sinal é minha filha" *risos*
Você não gosta do Guia do Muchileiro das Galaxias? Ter não um mais DOIS robôs depressivos foi uma clara homenagem, e funcionou bastante bem. Assim como ver o desenvolvimento do personagem de Rory ("isso não vai doer/eu menti"), daquele cara inseguro perto de Amy para o Bad-Ass de A Good Man Goes To War e Pandorica. Eu realmente vou sentir falta DO RORY quando o casal Pond se for.
Sobre a "gang", eu não assisti tantos eps da série clássica para me lembrar, mas acho que desta vez o Doutor trouxe uma equipe para não se sentir melancólico perto do finado casal Pond. "Eu nunca tive uma gangue, gangue é legal!" foi o que ele disse.
Brian foi um caso a parte, foi interessante como ele "casou" com o personagem de Rory. Tanto na admiração pela Amy (deixou isso patente várias vezes) quanto nos trejeitos com o filho. Ele vai ter outra participação antes do fim dos Pond.
Perto do Sanatório dos Daleks, que considero um TOP THREE dos eps do reboot da série (junto com Blink e Turn Left), realmente fica díficil. Esse foi um episódio pra crianças, talvez crianças grandes como eu,e precisa ser encarado como tal, sem pressão.
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