Série: Continuum
Episodio: Second Chances
Temporada: 2ª
Nº do episódio: 2x01
Data de Exibição: 21/04/2013
Roteiro: Simon Barry
Direção: Pat Williams
Oito meses. Esse
é o tempo que nos distancia do último episódio da primeira temporada de
Continuum. E embora eu seja fã da série, confesso que muita coisa estava
nebulosa na minha memória. A recapitulação no início ajudou, é verdade, mas
quando começaram as cenas de Kiera presa e gritando desesperada no cubículo eu
fiquei me perguntando ‘o que foi que eu esqueci!?’. O tempo é um inimigo
cruel...e isso não é um trocadilho infame com o tema da série.
Logo tudo se
esclareceu e eu vi que não tinha enlouquecido e que minha memória, embora ruim,
não estava assim tão capenga. A prisão era apenas um sonho em decorrência de
mau funcionamento do chip implantado em Kiera. Quero dizer, mau funcionamento é
só um jeito bonitinho de dizer que ela estava sendo hackeada pelo criador da
tecnologia. Agora, não me perguntem o que foi que ele implantou no cérebro da
Protetora. Informação necessária para ela se virar no passado, ou uma vida
completamente nova? Será que a casa, o marido, o filho, o trabalho e todo o
resto são reais ou são criações de Sadler para mantê-la motivada na sua missão
no passado e a realidade é que ela estava presa no cubículo enquanto era
hackeada? Se bem que, se o que Sadler deseja é mudar o passado, usar uma mulher
que tem todos os motivos do mundo para voltar para um futuro inalterado, não é
uma atitude muita lógica. Sem falar que, se o envolvimento de Alec com Kiera no
passado não aconteceu no futuro conhecido, então como ele poderia garantir que
os dois se encontrariam no passado para o qual ele a enviou?
Ou seja, as
dúvidas sobre as verdadeiras motivações de Sadler continuam uma incógnita,
apesar da mensagem que o vemos ditando ao final.
Gosto mais de
Sonya no comando do que Travis. Ela me parece mais centrada e com aspirações
mais próximas das de Kagame. Só não sei por quanto conseguirá manter a
liderança do Liber8 com Travis ainda vivo.
A minha surpresa
foi descobrir que Martin estava por trás do assassinato da Prefeita (se bem que
a recapitulação no início dá algumas dicas). Era de se esperar que o líder sindical
acabasse por sujar as mangas em algum momento, dado o seu envolvimento com o
Liber8, mas não imaginava que ele fosse ser o ‘mandante’ de um assassinato
assim tão cedo. Fiquei chocada e um pouco decepcionada (muito decepcionada, na
verdade) com o personagem.
O caso tratado
no episódio foi bem didático, sem muitos mistérios, feito sob encomenda para
situar novamente o espectador no clima da série após uma pausa tão longa. Kiera
estava mais fria e distante do que a vimos nos últimos episódios da temporada
passada, mas acho que isso é esperado e até normal se levarmos em consideração
que ela não conseguiu impedir a explosão, não conseguiu voltar para o futuro e
sente cada vez mais a urgência de sair deste tempo que a afasta da sua
verdadeira vida. Qualquer atitude, por menor que seja, pode acarretar mudanças
séries no futuro e, se for para voltar, que seja para o futuro conhecido, senão
qual a vantagem?
Achei legal a
hora que se encontra com o Agente Gardiner. É sempre um prazer rever Nicholas
Lea (é, sou fã) e torço para que ele apareça mais vezes na série. Não há
dúvidas de que o Agente está com a pulga atrás da orelha (e com razão), mas foi
ótima a tática de Kiera: falar a verdade é quase sempre o melhor negócio,
principalmente quando a verdade parece loucura. Ninguém pode te acusar de esconder
alguma coisa se a loucura se tornar conhecimento público algum dia.
O que eu me
pergunto é como Alec irá ajudar Kiera agora que está trabalhando como
funcionário em um local fixo. Era meio óbvio que um dia ele teria que sair do galpão
na fazenda do padrasto e virar cidadão do mundo, afinal, é preciso sair da
caverna para se tornar um dos homens mais poderosos do mundo, mas ainda assim
eu questiono como ele estará disponível nas horas que ela precisar se agora
Alec não tem mais a liberdade de horário e acesso que tinha antes.
E por falar em
Alec, fiquei só pensando na mãe do garoto. Perdeu o marido, o enteado foi preso
e o filho simplesmente saiu de casa, assim, da noite para o dia. Eu entendo
Alec, não é todo dia que você lê uma mensagem do seu eu do futuro dizendo que você
não será exatamente flor que se cheire na sua maturidade e que o passado
precisa ser modificado e depende de você fazer isso. Mas que deve ser um baque
para a mãe do garoto, ah, disso não tenho dúvidas, e ele não ajudou nem um
pouquinho.
A grande questão
agora é: como mudar o futuro e ainda assim mantê-lo igual para que Kiera tenha
para onde voltar?
Não queria estar
na pele deste garoto, não queria mesmo.
*
PS: A interação
entre Kiera e Kellog foi pequena, mas preciosa. A química entre os dois
continua funcionando muito bem e o flerte incessante nunca me cansa.
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