domingo, 20 de setembro de 2009

Onde foi parar o meu salário...


Que eu adoro ler todo mundo sabe. Que eu sou extremamente pão-dura também. Mas de quando em vez eu também faço minhas loucuras. Esse último mês foi a minha vez de fazê-la. Simplesmente não resisti e ao longo do mês acabei comprando 12, DOZE livros.

Resta saber quando terei tempo de ler tudo isso...
Alguns não tinha como não comprar. Entrei por acaso na Catarinense e os livros estavam com 50% de desconto. O que me faz perguntar o quanto eles ganham em cima de cada livro. É uma vergonha os livros serem assim tão caros aqui no Brasil. O pior é que nem sebos se salvam. No mesmo dia que comprei um desses livros em promoção por R$ 22,00 passei por um sebo e vi o mesmo exemplar por R$ 20,00. Dá para acreditar? E tem livros por R$ 38,00 até mais do que isso em sebos.
Qual a razão de ser de um sebo se eles cobram quase o mesmo que uma livraria?
O que me doeu foi que enquanto paguei R$ 30,00 por um dos pocked da Charlaine Harris por aqui, paguei apenas R$ 16,00 quando fui para São Paulo. Pelo preço de um comprei dois. É muita discrepância...
E finalmente comecei a ler Let the Right One In. Ainda estou relativamente no começo, mas percebe-se que o filme é bem fiel ao livro, embora atenuem algumas informações. Mas no fundo acho que certas coisas funcionam muito bem em um livro, mas seriam cruas demais para um filme. Acabariam estragando boa parte da beleza da coisa toda.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Deixe Ela Entrar - Let The Right One In


Em uma época em que vampiros estão na moda, em especial os saídos de adaptações literárias (True Blood, Crepúsculo, e mais recentemente Vampire Diaries ou mesmo as adaptações de quadrinhos, como 30 Dias de Noite), Deixe Ela Entrar – Låt den rätte komma in no original ou como é mais conhecido, Let The Right One In –surpreende pela inovação. Não é um filme de terror, embora tenha sua dose (quase homeopática) de sangue. Ele se preocupa muito mais em explorar o interior de seus personagens, o que os motiva e como lidam com as agruras do dia a dia do que com o medo que surge em alguém ao se deparar com um ser que vive da morte alheia.

Embora ainda não tenha lido o livro que deu origem à filmagem sueca, ficou perceptível que o filme dá pinceladas em assuntos que com certeza são melhores explorados na obra literária. Alcoolismo, pedofilia, preconceito, bullying, psicopatia, nada é deixado de lado, apesar de não ser o enfoque principal.

O próprio tema de Deixe Ela Entrar é um tantinho diferente dos filmes de vampiro usuais. Trata do surgimento de uma relação intensa e de sentimentos verdadeiros entre o garoto Oskar (Kåre Hedebrant), profundamente marcado por abusos constantes de seus colegas de escola, a ponto de sonhar em secreto matá-los, e Eli (Lina Leandersson) a nova moradora do apartamento ao lado, que não é uma criança como outra qualquer.

E é neste momento que a falta de um substantivo comum de dois gêneros em português para designar um adolescente faz-se sentir. Embora no livro seja explicitado em certo ponto, o filme propositalmente não deixa claro se Eli é homem ou mulher. Apesar da tendência feminina da personagem, e de ser interpretada por uma atriz (fantástica), Lina proporcionou a Eli uma androginia bem pensada, assim como a própria personagem que aparenta ser mulher, mas afirma por duas vezes não o ser. E nem menciono a idade. Eli diz ter 12 anos...há muito, muito tempo.
Com um ritmo lento e bem estruturado, uma direção consistente e atuações bem acima da média, Deixe Ela Entrar é um sopro de ar fresco em um gênero que prima pelos desastres constantes. E a estranheza de ver um filme falado em sueco é um atrativo a mais nessa obra onde o próprio clima, que alterna entre o branco profundo dos dias de inverno e a escuridão gelada da noite, é um personagem por si só.

Resta saber se o filme virá para o grande público brasileiro ou passará somente nos circuitos alternativos, o que seria uma perda sem tamanho.

domingo, 13 de setembro de 2009

District 9

Quando fizeram a propaganda de District 9 para mim eu esperava um outro tipo de filme. Não tinha assistido nenhum trailer ou marketing, o que me fez assistir praticamente no escuro. E, sinceramente, o filme foi surpreendente.
Até agora não consegui definir qual o público alvo de District 9. Ele é uma mistura muito bem feita de documentário (e no primeiro terço do filme eu realmente me senti assistindo a um), ficção científica (se é que a presença de alienígenas pura e simplesmente pode ser chamado de ficção científica) e ação. Sem contar o passeio pelo lado mais negro da natureza humana.
A história é simples: uma nave alienígena encalhou há 20 anos bem em cima de Johanesburgo e seus tripulantes, todos alienígenas humanóides parecidos com camarões encontravam-se terrivelmente doentes. Foram resgatados e alojados na periferia da cidade e por 20 anos viveram e se multiplicaram entre nós. Mas como nem tudo são flores, os coitados acabaram vivendo é num grande favelão, onde imperou o crime, a violência e o caos absoluto. Até que os humanos da África do Sul não aguentaram mais e exigiram que os aliens fossem realocados. E é aí que começa o embrolho todo.
O filme por si só é uma demonstração bem crua de como somos cruéis. A forma como os alienígenas favelados são tratados é desumana. Eu nem conseguia ter raiva deles por matarem e promoverem o caos, tamanho o descaso com o qual os homens os tratavam.
Mas o que movimentou a história foi o funcionário público Wikus, que de pateta cumpridor de seus deveres se mostrou alguém digno de nota. E o que o governo fez com ele não tem perdão. Me fez pensar no que acontece às margens da sociedade sem que tenhamos conhecimento. A manipulação dos meios de comunicação, a degradação de uma pessoa por motivos escusos... O pano de fundo eram os alienígenas e um humano coitado que se viu encrencado simplesmente por cumprir o seu dever, mas poderia muito bem ser qualquer um de nossa cidade, tamanha a veracidade dos horrores mostrados em District 9.
Peter Jackson fez um excelente trabalho nesse filme, os atores estavam muito bem e até os efeitos especiais foram bem utilizados, sem exageros aparentes.
É um filme que eu recomendo, embora não assista se você tem estômago sensível ou não goste de muito tiroteio e membros espalhados para todo lado.

O início de tudo

Há um dia para tudo começar. Hoje é o dia que decidi (finalmente) iniciar um blog. A intenção é falar de séries, filmes e livros. Para minha vida já basta o live journal e o twitter. Resta saber se eu terei paciência e disciplina suficiente para fazer do blog um lugar realmente ativo. Mas se não começasse, nunca saberia. Espero que dê certo e que esse lugar possa estar aqui por muitos e muitos anos....Mica para a posteridade!