terça-feira, 31 de agosto de 2010

Livro: Blood Bound e Moon Called

Quando li o primeiro livro da série Mercedes Thompson (cinco foram publicados até hoje, mas a autora prometeu sete) não escrevi sobre ele, mas agora que terminei o segundo senti vontade de comentar alguma coisa.
Ambos os livros foram deliciosos de ler e fiquei surpresa por gostar tanto desta série da autora Patricia Briggs. O tema é o sobrenatural....lobisomens, fadas e vampiros mas, embora superficialmente pareça semelhante ao dos livros de Charlaine Harris (aqueles nos quais foram baseados a série True Blood), é só começarmos a ler para percebermos que não poderia estar mais distante. Ou melhor, o tema é o mesmo (seres preternaturais saem do armário e precisam lidar com o dia a dia no meio de humanos que sabem o que eles são, mas não podem saber demais como a comunidade é na intimidade) mas as história, a abordagem e os personagens completamente diferentes.
Mercy, a personagem principal da série, é uma walker, ou seja, pode se transformar em coiote, mas não sente a atração da lua como os lobisomens e, embora seja formada em História, prefere ganhar a vida como mecânica de automóveis.
No primeiro livro, Moon Called, Mercy precisa salvar o alfa dos lobisomens da cidade onde mora e a filha adolescente dele, já que foram capturados para servirem de teste em uma nova droga. Como as coisas nunca são tão simples, há todo um passado de Mercy com os lobisomens, já que foi criada pelo Marok, o líder principal deles. E embora não tivesse muita vontade de continuar ligada a eles, o fato de ser vizinha de um (o Alfa) não lhe dá muita escolha.
Mas o mais legal é que Mercedes é uma mulher de fibra, que não se dobra diante das dificuldades e que pode ser mais frágil fisicamente do que os adversários (ou mesmo os aliados), mas isso não a impede de usar a cabeça e a teimosia para lutar pelo que acredita.
Já no segundo livro, Blood Bound, o problema são os vampiros. Stefan, vampiro, amigo e cliente de Mercy pede sua ajuda para um pequeno negócio. Como Mercy está em débito com Stefan por fatos ocorridos em Moon Called, ela o acompanha (como coiote) ao encontro de um vampiro que veio à cidade sem se fazer anunciar à Marcilia, a manda-chuva dos vampiros nas Tri-Cities.
O que nenhum dos dois esperava é que o tal vampiro desconhecido fosse na verdade um feiticeiro, tivesse feito pacto com um demônio, matado uma quantidade gigantesca de pessoas e ainda alterasse as memórias de Stefan, culpando-o pelos crimes.
E é assim que Mercy se vê envolvida em uma caçada meio desigual a este monstro que foi capaz de subjugar até mesmo Stefan, um dos vampiros mais antigos e poderosos das Tri-Cities.
Se eu gostei do primeiro livro, gostei ainda mais do segundo. Mercy é uma personagem inteligente, não é (muito) impulsiva, geralmente pensa antes de agir, mas é sobretudo leal e amiga e está disposta a sacrificar a si mesma se isso significar o bem estar daqueles de quem ela gosta (e na verdade, mesmo de desconhecidos). Acho legal que ela se preocupa com o trabalho, realmente vai cumprir o seu horário na mecânica, faz as buscas fora do expediente (na maioria das vezes) e tenta manter um controle sobre si e seus atos e vontades, mesmo diante do seu óbvio interesse amoroso pelo alfa da comunidade incrivelmente machista de lobisomens.
Os livros também são muito bons em explorar as regras da comunidade preternatural. Mercy conhece bastante bem os lobisomens (embora sempre haja espaço para descobrir algo novo), mas vai aprendendo junto conosco sobre os vampiros, as fadas e por aí afora.
Fazia tempo que eu não lia um livro em menos de dois dias. Terminei Blood Bound cheia de vontade de ler os próximos livros da série. Já vi que o meu propósito de não gastar din-din neste mês foi pelo ralo. Preciso das sequências com urgência.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Livro: A Valsa Inacabada

A Valsa Inacabada (La Valse Inachevèe)
Autora: Catherine Clément


Foram dois os motivos que me levaram a ler A valsa inacabada. O primeiro é que eu sentia que precisava mudar de ares na leitura. Acontece de tempos em tempos de eu ficar muito em cima de um mesmo tema e precisar sacudir um pouco a macieira para permitir novos frutos. O segundo motivo é muito mais prático: eu comprei a edição de bolso em uma promoção e já que o livro estava lá em casa mesmo, por que não ler o bendito?
O que eu jamais imaginaria é que eu demoraria....bem, nem sei quantos meses, perdi as contas, para terminar a leitura. Não é que o livro seja ruim, ele é apenas tedioso. Você lê, lê e então lê mais um pouquinho e tem a sensação de não ter saído do lugar. Terminei as últimas 100 páginas em duas horas, mas que pareceram seis.
A idéia da autora é interessante. Mostra a vida de Sissi, Impreratriz austro-húngara a partir de um momento peculiar em sua história: a visita a um dos bailes no Reduto, fantasiada com um dominó amarelo, onde conhece o jovem Franz que a iria marcar para o restante dos seus dias. Embora nunca tenham concretizado qualquer tipo de relacionamento carnal, os dois trocaram correspondências durante anos, sem tampouco a Imperatriz fazer conhecer a sua verdadeira identidade.
O jovem Franz é um personagem fictício, mas baseado em Frédérick Pacher de Theinburg, com quem Sissi de fato se correspondeu. Imagino que a autora tenha substituído o jovem em questão, de forma que pudesse trabalhar a história austríaca por mais de um ângulo, permitindo que conhecêssemos não apenas a nobreza e seus ideais, mas também a gente comum, aqueles que passaram por todas as transformações e turbulências de sua época.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Crítica: Rent - Os Boêmios

Ouvi falar de Rent há algum tempo, mas tinha uma certa resistência ao filme. O tema, confesso, não me atraía. Mas devido a uma febre recente de Idina Menzel (e a vontade de ver outro trabalho de Adam Pascal além de Chess in Concert) resolvi assistir o bendito. Não me arrependi, embora eu estivesse certa desde o início: o tema não me atrai.
Rent é um musical adaptado de uma peça da Broadway. O diretor, Chris Columbus, conseguiu quase todo o elenco original da peça para participar do filme, então você percebe o conforto de cada um em seu papel. E o maior trunfo do filme está de fato em seu elenco. Atores competentes, carismáticos e com vozes fantásticas dão o tom certo aos personagens.
Columbus conseguiu um feito bem incomum: transpor a peça para o cinema sem perder a essência teatral. O problema é que durante todo o tempo ficamos com a sensação de que Rent foi provavelmente uma peça excelente, mas que não funciona muito bem como filme. E não é por ser um tema datado (boemia, drogas, AIDS e o homossexualismo), já que o filme se passa no final da década de 80 e serve para lembrar as novas gerações que certos assuntos não podem ser ignorados, mas é tudo longo e cansativo demais, um tantinho destoante do ideal.
O que prende o espectador a Rent é sem dúvida o carisma dos atores, que fazem dos personagens pessoas próximas a nós, com quem aprendemos a nos importar. Tudo é meio lúdico, como somente um musical pode ser, mas nem por isso menos comovente. 
A bem da verdade é que o filme é até sem sal até as perdas começarem e então o chororô não termina mais. O meu chororô, que fique bem claro. E o amor verdadeiro entre Angel e Collins é tão poderoso que, assim como acontece com os personagens, ele força o espectador a desejar por um sentimento assim, maior que a vida.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Livro: Fallen, de Lauren Kate


Fallen
Autora: Lauren Kate


Livros juvenis são sempre uma roleta (verdade seja dita, qual livro não é?). Você pode tirar a sorte grande e ler um livro fantástico, bem escrito, com história e com personagens envolventes ou, como acontece na maioria das vezes, você sai completamente decepcionado.

Geralmente a literatura juvenil (e aqui eu me enrolo um pouco na terminologia. O que é considerado juvenil? No meu caso, falo dos livros onde o público alvo são os jovens, aquele povo que está no auge da adolescência ou praticamente saindo dela) tem uma escrita mais simples (eu falo simples e não ruim), de fácil compreensão, sem falar na fluidez e rapidez na leitura.

O grande problema é que dos autores que se propõe a escrever para este público, são poucos os que fazem um trabalho realmente bom. A maioria nivela por baixo. Escrita medíocre e histórias mal desenvolvidas, o que no final acaba sendo um desserviço para a qualidade literária dos jovens leitores.

Ou talvez não, depende do ponto de vista. Talvez ler coisa ruim seja melhor do que não ler, pois pelo menos incute o hábito e todo mundo precisa começar por algum lugar. O meu medo é que as pessoas se acostumem tanto com o medíocre que não se aventurem em águas mais profundas, por acharem-nas chatas demais. Sim, pois ler é um vício, e ler coisa ruim também.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Uma Pequena Homenagem ao Teleséries


Quem passar os olhos rapidamente para todos os textos dessa coluna vai ver histórias muito semelhantes: na ânsia por mais informações sobre seriados de TV cada um de nós foi achando o Teleséries de maneiras diversas; seja a convite do Paulo Antunes, seja porque fomos “bicões” – eu entre estes – acabamos nos tornando responsáveis por uma coluna, por um ou vários textos. 
Isso pode parecer estranho hoje, quando notícias sobre seriados que nem estrearam por aqui são tão comuns, com todo mundo baixando seus episódios preferidos, mas quando boa parte de nós chegou aqui, nada disso existia e olha que nem faz tanto tempo assim. Muitos não tínhamos com quem falar sobre sua paixão, outros eram considerados parcialmente loucos por causa de seu vício em televisão.
A paixão do Antunes e seu apoio talvez tenha sido o ponta-pé necessário para que boa parte criasse coragem de criar seu próprio espaço e criar outros blogs. Então, se hoje vocês podem ler uma notícia em diversos blogs, de maneira cada vez mais rápida, acredito que podem, em parte, agradecer a ele. 
Acho que, para todos nós que contribuímos para o site, assim como muita gente que apenas passa por ali, lê sobre seu seriado favorito, comenta sobre algo que gostou, o Teleséries tem jeito de ponto de encontro.
É o nosso Central Perk. Onde o lugar no sofá está garantido e podemos falar de coisas importantes ou nem tanto, nos sentirmos entre amigos. E, quando falamos com nossos amigos, o assunto pode até não ser a última novidade, pode não ser a primeira vez em que você ouve tal história, mas é o fato de você compartilhar esse algo, de você ouvir uma opinião diferente, que torna a experiência mais enriquecedora, melhor se for sobre algo de que realmente gostamos.
Por ser tudo isso é que os colaboradores do Teleséries resolveram se unir e fazer uma pequena homenagem ao site e enviamos o apanhado de textos abaixo para seu criador quando o site completou 07 anos. Agora decidimos tornar essa homenagem pública, para que vocês saibam como nos sentimos em relação ao site e, mais que tudo, saibam que estamos tão ou mais ansiosos que vocês pela nossa volta das férias.  (Simone Miletic)