domingo, 31 de outubro de 2010

Livro: O Momento Culminante

Livros investigativos/policiais sempre me atraíram, mesmo assim só havia lido dois livros brasileiros com este gênero (Buffo & Spallanzani e o Xangô de Baker Street) e ambos há uma vida, nos idos da minha adolescência. Foi por isso que fiquei feliz quando O Momento Culminante, de Roberto Freire, caiu em minhas mãos. Em uma época que eu tentava ler alguma coisa nacional, nada melhor do que um gênero que eu gostasse bastante.
Infelizmente a leitura não fez jus às expectativas. O Momento Culminante se mostrou um dos piores livros que já li. Inicialmente pensei que a rejeição fosse porque eu tinha acabado de ler o ótimo Os Homens que não Amavam as Mulheres (Stieg Larsson), porém, mesmo depois de meses (fui obrigada a interromper a leitura, não me dava prazer algum) o livro continuou sendo tão ruim quanto na minha impressão inicial.
A idéia até era interessante, mas o seu desenvolvimento foi uma vergonha. O autor não conseguiu criar personagens cativantes ou que despertassem qualquer interesse no leitor. O detetive Leonardo (Leo) parece demais ser a projeção dos desejos íntimos da cabeça do autor (um transposição para o papel do que ele acredita ser o homem perfeito, sem vínculos emocionais, estudado, com dinheiro, acesso a praticamente qualquer círculo, qualquer mulher e muito inteligente e perceptivo) e ao leitor ele é um personagem divorciado da realidade, com o qual não conseguimos nos importar nem o mínimo necessário.
O caso – encontrar uma estudante de artes desaparecida e que se acredita ser o cadáver preservado em “vidro” encontrado pelo caseiro de Leo próximo a sua fazenda – é a única coisa que consegue levar o leitor página após página, mas mesmo ele vai se tornando cada vez mais fantasioso e absurdo e chega um momento que temos a nítida impressão de que o autor acha que somos idiotas por continuarmos a ler um desenrolar tão mal formulado. É como aqueles filmes ruins de ação que o protagonista consegue tudo, mesmo quando está claro que a forma lógica de agir não é aquela.
Como se não bastasse os graves erros no desenvolvimento da história, ainda somos forçados a uma escrita mediana e que parece ter sido formulada para chocar (a forma como o personagem se refere ao sexo, como introduz um relacionamento lésbico de personagens que jamais deram indicação deste tipo de preferência sexual, o que deixa ainda mais explícito os desejos íntimos do autor refletidos em seus personagens), mas que ao final só serve para demonstrar o quanto Roberto Freire é raso e o quanto fracassou no seu intento. Sem, é claro, mencionar os diálogos pífios e forçados (“fizemos um sexo gostoso”, entre outros que soariam ridículos na boca de qualquer pessoa real).
Fiquei triste por meu retorno à literatura brasileira ter sido com um livro de qualidade tão baixa. O próximo da lista é Olga, de Fernando Morais. Tenho esperanças muito maiores com este.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Novos livros

Nada novo no front. Ou melhor, há milhares de coisas novas, mas nenhum tempo para escrever. Mas hoje fiquei  feliz porque minha última compra de livros chegou. Promoção é um perigo para quem adora comprar livros..socorro!!!
Dessa vez comprei A Hospedeira (da Stephenie Meyer, que já li no computador mas queria guardar - e digo que é mil vezes melhor do que a sua saga Crepúsculo e merecia um filme muito mais do que a história dos vampiros e lobos), A Menina que Brincava com Fogo e A Rainha do Castela de Ar (do Stieg Larsson), Crítica da Razão Criminosa (do Michael Gregorio...do quem nunca ouvi falar, mas o livro estava em promoção e sabem como é...as vezes sem querer acabamos fazendo uma achado), A Cidade dos Hereges (do Federico Andahazi, de quem também jamais ouvi falar), A Descoberta do Chocolate (de James Runcie...mais desconhecido por mim impossível, mas tem chocolate, então estou dentro) e por fim Clube dos Vampiros (da Charlaine Harris....com a capa mais vergonhosa possível, mas depois de esperar um tempão pela outra capa sem sucesso, forcei-me a comprar já que estava na promoção). E este mês ganhei do Leo de aniversário A Arte da Guerra, do Sun Tzu. Fazia anos que eu queria este livro.

Recentemente também voltei a ler O Momento Culminante, do Roberto Freire, que estava empacado há meses. Mas meses mesmo. Não gosto do jeito que ele escreve, parece artificial demais, principalmente os diálogos, mas já que comecei, quero acabar. Outro que está na lista dos empacados desde o início do ano é Os Crimes do Mosaico. Esse  é melhor do que o brasileiro (Crimes é italiano), mas igualmente sem atrativos. Ou talvez o problema seja o protagonista mais chato da história literária (Dante Alighiere, para os que não conhecem o livro).
Também estou lendo, mas a passos de tartaruga, porque o meu tempo sumiu, O Inimigo Secreto, da Agatha Christie. Não sei se é o linguajar estranho que ela usa para os jovens Tuppence e Tommy (seus detetives nesta história), mas o livro não flui tão naturalmente quanto os outros. Mas tem sido uma (re)leitura agradável. Os livros da Agatha Christie sempre são bem vindos, mesmo os não tão magistrais quanto os outros.