segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Desafio de Férias 2010/2011 - Comer, Rezar, Amar

Sinopse: Buscando tempo e espaço para descobrir quem era e o que realmente queria, Liz Gilbert se livrou de tudo, demitiu-se do emprego e partiu para uma viagem de um ano pelo mundo - sozinha. Comer, Rezar, Amar é a envolvente crônica desse ano. Fala sobre o que pode acontecer quando você assume a responsabilidade por seu próprio contentamento e para de tentar viver seguindo os ideais da sociedade.

Título: Comer, Rezar, Amar
Autora: Elizabeth Gilbert


Alguns livros entram na sua vida na hora certa. Foi o que aconteceu comigo com Comer, Rezar, Amar, da jornalista e escritora Elizabeth Gilbert. O filme rondou o cinema por meses, mas em momento algum eu tinha me interessado por ele, então passou por mim de largo. Entretanto uma amiga em cujos gostos literários eu geralmente confio disse tê-lo lido recentemente e me emprestou o livro. Fiquei surpresa e grata por ser tão gostoso de ler.
Liz Gilbert é uma mulher comum e tem problemas como todas as pessoas normais. Eles não são grandes ou únicos demais – aquela coisa do dia a dia, divórcio, vida sentimental em frangalhos, falta de confiança, depressão, solidão e por aí afora – tampouco são insignificantes, muito pelo contrário, eles refletem as angústias diárias de praticamente todo ser humano. E é por ser tão comum que é tão fácil identificar-se com Liz. Ela não tenta nos vender sua visão da vida ou nos fazer acreditar que tem a fórmula para uma vida de sucesso. Não, ela simplesmente descreve seus horrores, seus medos e como tenta desesperadoramente sair de um círculo de dor e sofrimento angustiantes com todas as suas formas. E nesse meio tempo ela aprende a ser um ser humano feliz e totalmente sem esperar nos damos conta de que também queremos e podemos buscar por esta felicidade.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Being Human - Season 02

George, Mitchell e Annie
Being Human (UK)

Às vésperas do início da 3ª temporada de Being Human (23/01/2011) eu finalmente terminei de assistir a segunda. Agora estou esperando ansiosa, contando os dias para a estréia.
Being Human, série criada por Toby Whithouse e transmitida aos domingos na BBC 3, traz até o público a vida de três amigos não humanos: Mitchell, o vampiro que luta não contra quem é, mas contra a necessidade do sangue, George, um lobisomen que não se sente digno de se ajustar à sociedade, e Annie, uma garota que foi assassinada pelo próprio noivo e que agora permanece como fantasma. E a partir da 4ª temporada, a namorada de George, Nina, também entra para o elenco regular.
A primeira temporada é fantástica. O equilíbrio exato entre a crueldade, o romantismo da monstruosidade e as estranhezas da vida. Tão boa que rendeu um remake americano, o qual estreou este mês. Já a segunda temporada não me prendeu da mesma forma. Não é ruim, na verdade é muito, muito boa, mas por algum motivo a personalidade dos personagens me irritou.
Mitchell perdeu aquele ar sexy e atormentado ao se tornar o líder dos vampiros de Bristol (que são, sem dúvida alguma, os vampiros mais esfarrapados e decadentes que eu já vi). O personagem estava egoísta e centrado apenas em si mesmo durante praticamente toda a temporada. Annie também escorregou feio no início. Durante alguns episódios a garota perdeu totalmente o foco e a simpatia ao se entregar com muita frivolidade à alegria de passar a ser vista pelos humanos normais. Só voltou a ser a velha e boa Annie quando perdeu a capacidade de ser enxergada e precisou se focar em como se livrar do chamado do outro lado. Já George foi o mais estável do trio e embora tivesse seus momentos ruins, sua luta para superar a monstruosidade que possuía dentro de si foi a mais aprazível da temporada.
A grande decepção foram os vilões, se é que podemos chamá-los assim. Um padre unido a uma cientista que buscava a qualquer custo a cura para as aberrações da natureza nos dava a entender que teríamos uma grande história, com um aparato digno, mas não. Tudo se resumiu a um homem magoado por perder sua família para os vampiros e uma cientista de Fé que buscava entender (e talvez ajudar os possuídos) o mal, mas que se deixou seduzir por ele (ou melhor, por Mitchell). A Professora Jaggad parecia uma personagem forte e que traria grandes problemas, mas apenas os problemas vieram, a força que ela prometia infelizmente não a acompanhou. Depois de alguns episódios tudo o que ela demonstrava era ser uma mulher fraca, facilmente manipulável e que não tinha nenhum plano concreto e definitivo.
Mesmo assim, a temporada nos permitiu ver Mitchell ser levado à mais profunda loucura, ao horror extremo e à negação de sua humanidade. Também nos permitiu conhecer e amar a Ivan, vampiro antigo e que deu a vida para salvar Mitchell das mãos de Lucy Jaggad e do padre Kemp. Mas principalmente nos fez ficar horrorizados ao vermos Annie finalmente atravessar a porta para o outro lado, ou melhor, ser tragada pelo exorcismo praticado por Kemp.
A segunda temporada terminou em meio a desesperança profunda, e se os 10 vídeos intitulados The Annie Broadcast (que saíram entre as temporadas) for qualquer indicação do que teremos pela frente, a desesperança tem razão de ser.
Agora é só aguardar dia 23 chegar e, talvez, enquanto não o dia não chega, assistir a estréia da versão americana para ver no que vai dar.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Desafio Literário/Férias - Catching Fire

Sinopse: Contra todas as probabilidades, Katniss Everdeen ganhou os Jogos Vorazes anuais juntamente com o seu colega do Distrito 12, Peeta Mellark. Mas foi uma vitória conseguida por um ato de rebeldia contra as leis abusivas da Capital. Mesmo assim, Katniss e Peeta deveriam estar felizes, afinal, com a vitória conquistaram para si e suas famílias uma vida de abundância e segurança. Mas há rumores de uma rebelião acontecendo nos outros Distritos e, para o horror de Katniss, ela e Peeta são os símbolos da rebelião. A Capital está furiosa e quer vingança e eles sabem como ninguém como consegui-la.

Livro: Catching Fire (2º da série The Hunger Games)
Autora: Suzanne Collins

Ao contrário de Jogos Vorazes, o primeiro da série, a tradução de Catching Fire ainda não foi lançada no Brasil, o que é uma pena. Espero que não demorem muito, já que o livro vale a leitura.
Suzanne Collins permanece com sua escrita empolgante e acontecimentos cheios de adrenalina. Embora boa parte do livro se passe fora dos Jogos Vorazes, isso não significa que o ritmo e as emoções diminuíram. Eu diria que foi o tempo necessário para aprofundar um pouco mais a personalidade de Katniss (que consegue oscilar entre o egoísmo extremo - mas tão característico das pessoas normais - e o altruísmo que só aqueles que chegaram aos seus limites conseguem alcançar), de Peeta, de Haymitch e de Gale.
Se no primeiro livro experimentamos tudo ao lado de Katniss, desta vez já sabemos um pouco do que a espera. Na verdade, a personagem também saberia, se não tivesse o péssimo defeito de nunca confiar nas pessoas e sempre achar que tem segundas intenções em tudo, o que a torna cega para a realidade à sua volta.
Bom, eles realmente tem, mas nem sempre essas intenções são negativas. E é por ser tão desconfiada e incapaz de se entregar, que Katniss volta e meia se mete em enrascada e perde excelentes oportunidades.
Mas o que importa mesmo em Catching Fire é que ela e Peeta são os símbolos da rebelião. Por séculos a Capital tem sobrepujado os Distritos com sua mão de ferro, mas uma hora isso precisaria acabar, e a atitude de desafio de Katniss e Peeta nos jogos foi o ponto de ebulição para a maioria dos Distritos.
É inevitável o leitor torcer para que os doze Distritos se revoltem, principalmente depois de vermos a resposta da Capital à provocação explícita de Katniss no final dos jogos. E por isso sentimos um certo desconforto diante da passividade da personagem principal. É incrível como ela consegue agir quando preciso, mas nunca consegue enxergar o todo a menos que esfreguem na frente dela. E é claro que a sua cegueira também se aplica ao campo sentimental e com isso consegue machucar os dois rapazes que a amam. Mas o que seria de um livro juvenil sem um bom triângulo amoroso?
Mas Suzanne Collins lida muito bem com o triângulo, sem torná-lo meloso ou desnecessário (ou mesmo o motivo principal dos acontecimentos). Os sentimentos de Katniss por Gale, são reais, profundos e forjados durante anos de companheirismo e cumplicidade. Já o afeto e o cuidado que tem por Peeta advém das batalhas que vivenciaram, do carinho do amigo e companheiro de Jogo, e principalmente das experiências que compartilharam e que acabaram por moldar a pessoa que ambos são no momento. Foi o relacionamento com Peeta que a manteve viva durante os Jogos e após eles - e não estou falando a nível psicológico, mas bem real - ao mesmo tempo que foram os anos passados ao lado de Gale que fizeram de Katniss quem ela é, e é pela vida dele que ela se submete a tantas imposições da Capital.
Se me permitem dizer, apenas em um momento senti uma raiva real de Katniss. Ao final, quando seu egoísmo ultrapassa todos os limites do aceitável e pela primeira vez senti vontade de que alguém dissesse algumas verdades para a garota. Há milhares de pessoas em 12 Distritos que são muito mais importantes do que ela e seus sentimentos feridos. Está na hora dela começar a enxergar o todo e não apenas aqueles que são caros para ela.
Enfim, é um livro para ser lido com emoção, tentando compreender o que se passa com os personagens e os Distritos além do que nos é mostrado, porque só conhecemos a ponta do iceberg. A rebelião é inevitável, e a leitura do terceiro livro também.
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Desafio de Férias 2010/2011

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Desafio Literário/Férias - Darkly Dreaming Dexter

Sinopse: Dexter Morgan é um educado lobo vestido em pele de ovelha. Ele é atraente e charmoso, mas algo em seu passado fez com que se transformasse numa pessoa diferente. Dexter é um serial killer. Na verdade, é um assassino incomum que extermina apenas aqueles que merecem. Ao mesmo tempo, trabalha como perito da polícia de Miami... Em Darkly Dreaming Dexter, o livro que deu origem à aclamada série de TV, o adorável matador depara-se com um concorrente de estilo semelhante ao seu, encanta-se e incomoda-se com ele, prevê seus passos... A escrita requintada de Jeff Lindsay nos faz mergulhar na mente de um dos personagens mais ambíguos da história da literatura de suspense. Nunca o macabro foi tratado com tanto refinamento e leveza. Dexter Morgan é uma obra-prima.

Livro: Darkly Dreaming Dexter
Autor: Jeff Lindsay

Sou fã de Dexter desde que a série apareceu na tv pela primeira vez. Entre altos e baixos, continuo gostando muitíssimo do personagem e fico feliz pela renovação para a sexta temporada. Mesmo assim, nunca tinha me interessado em ler os livros que originaram a série...até o início deste ano, quando uma amiga emprestou os três primeiros para que eu lesse.
Darkly Dreaming Dexter (que saiu no Brasil com o estranho nome Dexter - A Mão Esquerda de Deus), é bastante similar à primeira temporada da série. Entretanto, tem um ar bem mais soturno, ácido e até mesmo divertido.
Os personagens são basicamente os mesmos, com algumas alterações aqui e outra acolá (nomes, algumas características físicas e o destino que alguns tem ao final). Mas aquilo que realmente importa, que é o psicopata rigorosamente treinado pelo pai para não matar inocentes e não ser capturado, continua lá, imutável. Ou talvez não. Dexter no livro é muito mais charmoso, engana muito melhor e ao mesmo tempo desperta muito mais suspeita.
A irmã, Deborah, pareceu-me mais esperta no livro (e pronta a aceitar o monstro que é o irmão), embora seja irritante a forma como exige de Dexter ajuda para ser promovida. Por outro lado, é interessante observar Dexter tentando deixar de lado o seu fascínio pelo assassino serial que surgiu em Tamiani (para ele, o trabalho de seu igual é uma obra de arte) para ajudar Deborah a entrar para a Homicídios. É claro que o motivo é que Harry (o pai) sempre o ensinou a não deixar-se levar pela emoção, a manter-se afastado, a não personalizar um caso, e mais envolvido do que ele se sente pelo novo serial killer é impossível, então, a solução é não seguir seus desejos obscuros e ater-se à razão: ajudar Deb.
Outra coisa que me chamou a atenção é a dúvida de Dexter em relação ao criminoso (e por isso o nome Darkly Dreaming Dexter é tão perfeito e, devo admitir, difícil de traduzir). Não é apenas a arte do assassino que fascina Dexter, mas a sua ligação quase psíquica com ele. Entender o modus operandi do criminoso não seria tão estranho se não fosse o fato de Dexter compreender até os detalhes mais estranhos e incríveis. É acordar no meio da noite sabendo que houveram mortes, quantas e onde procurar. Todos os indícios levam o protagonista a acreditar que é ele o assassino, mas que tem agido durante o sono, inconsciente. E quem somos nós para discordar, já que não há pistas conclusivas contra a sua teoria?
Não há pontos baixos no livro. Neste caso, até mesmo a narração em primeira pessoa dá um toque de requinte e intimidade. Não é que desculpamos Dexter ou nos identificamos com ele, apenas compreendemos os meandros escuros de sua mente.
E a história toda é um crescendo. Os crimes cometidos por Dexter (meticulosos ou afobados, demonstrando exatamente o estado psicológico do protagonista), os assassinatos em série, os erros absurdos da polícia (em especial da Detetive LaGuerta), os sonhos estranhos que prenunciam as mortes, tudo nos dirige para o clímax da história. E que clímax! O final é de tirar o fôlego e o desfecho não poderia ser mais apropriado.
Tão semelhante à série de TV e ao mesmo tempo tão diferente. Leitura obrigatória.
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Desafio de Férias 2010/2011

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Desafio Literário/Férias - Marcada

Sinopse: Zoey, uma adolescente de 16 anos, acaba de ser marcada como uma vampira novata e ingressa na Morada da Noite, uma escola onde aprenderá ser uma vampira adulta. Isto, se ela passar pela Transformação - pois nem todos que são marcados conseguem sobreviver. É difícil começar uma vida nova, ainda mais distante de seus amigos, e ainda por cima Zoey não é uma novata comum. Ela foi escolhida como 'especial' pela deusa vampira Nyx. 


Livro: Marcada
Autoras: P.C. Cast e Kristin Cast

E o meu primeiro livro do ano é outra literatura adolescente. Comecei bem o negócio. Mas a série House of the Night é bem melhor do que a maioria que se encontra pelas livrarias, embora não chegue aos pés da série Mediadora, de Meg Cabot (outra série feita para público adolescente, mas escrita com muito mais cuidado e propriedade).
Marcada não é mal escrito, mas tem todos aqueles clichês que estamos carecas de ler. Protagonista que é especial (A Escolhida!) mas se acha comum e sem capacidades extraordinárias, ex-melhor amiga que na verdade é uma falsa fútil, antagonista que é belíssima mas sem caráter, mocinho lindo e ex-namorado da antagonista, novos melhores amigos que são os excluídos da escola...enfim, o de sempre.
Posso estar sendo muito dura, afinal, não é todo mundo que leu dezenas de livros do gênero, então não são todos que verão toda aventura como um prato requentado, mas é como eu disse, tem autor por aí que consegue escrever os mesmos clichês de uma forma bem mais competente.
Entretanto Marcada não é ruim, na verdade eu gostei bastante de ler o bendito e quero ler o restante (já saíram 08 até agora, dos quais seis já foram lançados no Brasil). Apesar dos pesares, Zoey, a protagonista, é uma personagem cativante e alguns outros ali no meio também (eu gosto particularmente de Aphodite, a antagonista, e Damien, o amigo gay). E estou curiosa para saber como ela desenvolverá seus dons vampíricos, se algum dos seus amigos irá sucumbir à Transformação (até parece...e desde quando os mocinhos morrem assim, do nada? Mas não custa torcer, não é?), ou mesmo se a Grande Sacerdotisa Neferet é tão do bem quanto parece. Sem falar que o livro trás um mistério relacionado aos fantasmas dos que sucumbiram à Transformação, o qual não sossegarei até saber do que se trata.
Não tem jeito, fui fisgada. Agora é só arrumar espaço entre as inúmeras outras séries que estão em andamento na minha lista de leitura. O dia deveria ter mais horas...
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Desafio de Férias 2010/2011