George, Mitchell e Annie
Being Human (UK)
Às vésperas do início da 3ª temporada de Being Human (23/01/2011) eu finalmente terminei de assistir a segunda. Agora estou esperando ansiosa, contando os dias para a estréia.
Being Human, série criada por Toby Whithouse e transmitida aos domingos na BBC 3, traz até o público a vida de três amigos não humanos: Mitchell, o vampiro que luta não contra quem é, mas contra a necessidade do sangue, George, um lobisomen que não se sente digno de se ajustar à sociedade, e Annie, uma garota que foi assassinada pelo próprio noivo e que agora permanece como fantasma. E a partir da 4ª temporada, a namorada de George, Nina, também entra para o elenco regular.
A primeira temporada é fantástica. O equilíbrio exato entre a crueldade, o romantismo da monstruosidade e as estranhezas da vida. Tão boa que rendeu um remake americano, o qual estreou este mês. Já a segunda temporada não me prendeu da mesma forma. Não é ruim, na verdade é muito, muito boa, mas por algum motivo a personalidade dos personagens me irritou.
Mitchell perdeu aquele ar sexy e atormentado ao se tornar o líder dos vampiros de Bristol (que são, sem dúvida alguma, os vampiros mais esfarrapados e decadentes que eu já vi). O personagem estava egoísta e centrado apenas em si mesmo durante praticamente toda a temporada. Annie também escorregou feio no início. Durante alguns episódios a garota perdeu totalmente o foco e a simpatia ao se entregar com muita frivolidade à alegria de passar a ser vista pelos humanos normais. Só voltou a ser a velha e boa Annie quando perdeu a capacidade de ser enxergada e precisou se focar em como se livrar do chamado do outro lado. Já George foi o mais estável do trio e embora tivesse seus momentos ruins, sua luta para superar a monstruosidade que possuía dentro de si foi a mais aprazível da temporada.
A grande decepção foram os vilões, se é que podemos chamá-los assim. Um padre unido a uma cientista que buscava a qualquer custo a cura para as aberrações da natureza nos dava a entender que teríamos uma grande história, com um aparato digno, mas não. Tudo se resumiu a um homem magoado por perder sua família para os vampiros e uma cientista de Fé que buscava entender (e talvez ajudar os possuídos) o mal, mas que se deixou seduzir por ele (ou melhor, por Mitchell). A Professora Jaggad parecia uma personagem forte e que traria grandes problemas, mas apenas os problemas vieram, a força que ela prometia infelizmente não a acompanhou. Depois de alguns episódios tudo o que ela demonstrava era ser uma mulher fraca, facilmente manipulável e que não tinha nenhum plano concreto e definitivo.
Mesmo assim, a temporada nos permitiu ver Mitchell ser levado à mais profunda loucura, ao horror extremo e à negação de sua humanidade. Também nos permitiu conhecer e amar a Ivan, vampiro antigo e que deu a vida para salvar Mitchell das mãos de Lucy Jaggad e do padre Kemp. Mas principalmente nos fez ficar horrorizados ao vermos Annie finalmente atravessar a porta para o outro lado, ou melhor, ser tragada pelo exorcismo praticado por Kemp.
A segunda temporada terminou em meio a desesperança profunda, e se os 10 vídeos intitulados The Annie Broadcast (que saíram entre as temporadas) for qualquer indicação do que teremos pela frente, a desesperança tem razão de ser.
Agora é só aguardar dia 23 chegar e, talvez, enquanto não o dia não chega, assistir a estréia da versão americana para ver no que vai dar.
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