Sinopse: Contra todas as probabilidades, Katniss Everdeen ganhou os Jogos Vorazes anuais juntamente com o seu colega do Distrito 12, Peeta Mellark. Mas foi uma vitória conseguida por um ato de rebeldia contra as leis abusivas da Capital. Mesmo assim, Katniss e Peeta deveriam estar felizes, afinal, com a vitória conquistaram para si e suas famílias uma vida de abundância e segurança. Mas há rumores de uma rebelião acontecendo nos outros Distritos e, para o horror de Katniss, ela e Peeta são os símbolos da rebelião. A Capital está furiosa e quer vingança e eles sabem como ninguém como consegui-la.
Livro: Catching Fire (2º da série The Hunger Games)
Autora: Suzanne Collins
Ao contrário de Jogos Vorazes, o primeiro da série, a tradução de Catching Fire ainda não foi lançada no Brasil, o que é uma pena. Espero que não demorem muito, já que o livro vale a leitura.
Suzanne Collins permanece com sua escrita empolgante e acontecimentos cheios de adrenalina. Embora boa parte do livro se passe fora dos Jogos Vorazes, isso não significa que o ritmo e as emoções diminuíram. Eu diria que foi o tempo necessário para aprofundar um pouco mais a personalidade de Katniss (que consegue oscilar entre o egoísmo extremo - mas tão característico das pessoas normais - e o altruísmo que só aqueles que chegaram aos seus limites conseguem alcançar), de Peeta, de Haymitch e de Gale.
Se no primeiro livro experimentamos tudo ao lado de Katniss, desta vez já sabemos um pouco do que a espera. Na verdade, a personagem também saberia, se não tivesse o péssimo defeito de nunca confiar nas pessoas e sempre achar que tem segundas intenções em tudo, o que a torna cega para a realidade à sua volta.
Bom, eles realmente tem, mas nem sempre essas intenções são negativas. E é por ser tão desconfiada e incapaz de se entregar, que Katniss volta e meia se mete em enrascada e perde excelentes oportunidades.
Mas o que importa mesmo em Catching Fire é que ela e Peeta são os símbolos da rebelião. Por séculos a Capital tem sobrepujado os Distritos com sua mão de ferro, mas uma hora isso precisaria acabar, e a atitude de desafio de Katniss e Peeta nos jogos foi o ponto de ebulição para a maioria dos Distritos.
É inevitável o leitor torcer para que os doze Distritos se revoltem, principalmente depois de vermos a resposta da Capital à provocação explícita de Katniss no final dos jogos. E por isso sentimos um certo desconforto diante da passividade da personagem principal. É incrível como ela consegue agir quando preciso, mas nunca consegue enxergar o todo a menos que esfreguem na frente dela. E é claro que a sua cegueira também se aplica ao campo sentimental e com isso consegue machucar os dois rapazes que a amam. Mas o que seria de um livro juvenil sem um bom triângulo amoroso?
Mas Suzanne Collins lida muito bem com o triângulo, sem torná-lo meloso ou desnecessário (ou mesmo o motivo principal dos acontecimentos). Os sentimentos de Katniss por Gale, são reais, profundos e forjados durante anos de companheirismo e cumplicidade. Já o afeto e o cuidado que tem por Peeta advém das batalhas que vivenciaram, do carinho do amigo e companheiro de Jogo, e principalmente das experiências que compartilharam e que acabaram por moldar a pessoa que ambos são no momento. Foi o relacionamento com Peeta que a manteve viva durante os Jogos e após eles - e não estou falando a nível psicológico, mas bem real - ao mesmo tempo que foram os anos passados ao lado de Gale que fizeram de Katniss quem ela é, e é pela vida dele que ela se submete a tantas imposições da Capital.
Se me permitem dizer, apenas em um momento senti uma raiva real de Katniss. Ao final, quando seu egoísmo ultrapassa todos os limites do aceitável e pela primeira vez senti vontade de que alguém dissesse algumas verdades para a garota. Há milhares de pessoas em 12 Distritos que são muito mais importantes do que ela e seus sentimentos feridos. Está na hora dela começar a enxergar o todo e não apenas aqueles que são caros para ela.
Enfim, é um livro para ser lido com emoção, tentando compreender o que se passa com os personagens e os Distritos além do que nos é mostrado, porque só conhecemos a ponta do iceberg. A rebelião é inevitável, e a leitura do terceiro livro também.
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Desafio de Férias 2010/2011
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