Série: Doctor Who
Episodio: Hide
Temporada: 7ª
Nº do episódio: 7x10
Data de
Exibição: 20/04/2013
Roteiro: Neil
Cross
Direção: Jamie
Payne
Hide foi um
episódio sobre o amor, apesar de todas as fotos e vídeos promocionais
venderem-no como um suspense, o que, no final das contas, até que foi uma boa ideia,
pois fomos surpreendidos por um episódio bem diferente do que imaginávamos e
mais interessante do que prevíamos. Embora eu não tenha conseguido deixar de
pensar em The Unquiet Dead enquanto assistia.
Não sei muito
bem o que dizer sobre o episódio em si, além de expressar o quanto eu gostei.
Achei bem inteligente como o suposto fantasma que vinha assombrando o lugar há
séculos (milênios) era uma viajante do tempo que ficou presa em um
universo-bolso – universo compacto? Sei lá como se chama isso em português!(lembrei
tanto de Fringe com esse episódio. O pocket universe, os balões vermelho e
azul...). Eu poderia passar sem o vínculo familiar entre a viajante e o casal,
mas perdoo o lugar-comum porque faz sentido para ampliar a conexão entre Emma e
Hila e permitir o retorno da viajante.
As cenas do
episódio alternavam entre levemente assustadoras e bem divertidas e os efeitos
especiais não deixaram nada a desejar. Ficou gravado na memória o Doutor e
Clara se apresentando como Caça Fantasma e o momento em que Clara repreende o
Doutor por segurar a sua mão, quando na verdade não era bem a mão do Doutor que
ela segurava. Esta cena em particular quando foi liberada antes do episódio ir
ao ar, parecia bem assustadora, mas durante a exibição ela foi bem leve e
descontraída. E já estava na cara que havia algum alienígena por ali,
aparecendo rapidamente aqui e acolá.
As situações e os
diálogos de Hide foram recheados de metáforas: para o amor, a solidão pós-guerra,
o monstro que pode ser redimido, a forma de olhar o mundo de largo para não se
machucar e a fragilidade do tempo e da vida. E uma coisa que chama a minha
atenção é que, embora o Décimo Primeiro Doutor esteja mais gostável que nunca
(sim, eu simpatizei com ele desde o início, mas ele está se superando nesta
segunda parte da temporada) e o seu relacionamento com Clara tem uma dinâmica
bem ágil e de companheirismo, já fazia um bom tempo que não o víamos tão
desinteressado pela vida em si. Quero dizer, Clara é o seu interesse no
momento, ou melhor, o mistério de Clara, mas todo o resto não parece que
desperta aquela centelha de alegria que costumava despertar. Eu tenho a sensação
de que há muito o Doutor não se mostrava tão machucado e desestimulado para o
contato com outros seres. Não é a toa que Clara percebeu que para ele nós somos
apenas fantasmas, ecos distintos de seres que já deixaram de existir. Talvez
por isso que levou tanto tempo para que ele percebesse o que realmente
acontecia naquela casa e também no pocket universe.