quarta-feira, 24 de abril de 2013

Continuum (S02E01) - Second Chances





Série: Continuum 
Episodio: Second Chances
Temporada:
Nº do episódio: 2x01
Data de Exibição: 21/04/2013
Roteiro: Simon Barry
Direção: Pat Williams


Oito meses. Esse é o tempo que nos distancia do último episódio da primeira temporada de Continuum. E embora eu seja fã da série, confesso que muita coisa estava nebulosa na minha memória. A recapitulação no início ajudou, é verdade, mas quando começaram as cenas de Kiera presa e gritando desesperada no cubículo eu fiquei me perguntando ‘o que foi que eu esqueci!?’. O tempo é um inimigo cruel...e isso não é um trocadilho infame com o tema da série.

Logo tudo se esclareceu e eu vi que não tinha enlouquecido e que minha memória, embora ruim, não estava assim tão capenga. A prisão era apenas um sonho em decorrência de mau funcionamento do chip implantado em Kiera. Quero dizer, mau funcionamento é só um jeito bonitinho de dizer que ela estava sendo hackeada pelo criador da tecnologia. Agora, não me perguntem o que foi que ele implantou no cérebro da Protetora. Informação necessária para ela se virar no passado, ou uma vida completamente nova? Será que a casa, o marido, o filho, o trabalho e todo o resto são reais ou são criações de Sadler para mantê-la motivada na sua missão no passado e a realidade é que ela estava presa no cubículo enquanto era hackeada? Se bem que, se o que Sadler deseja é mudar o passado, usar uma mulher que tem todos os motivos do mundo para voltar para um futuro inalterado, não é uma atitude muita lógica. Sem falar que, se o envolvimento de Alec com Kiera no passado não aconteceu no futuro conhecido, então como ele poderia garantir que os dois se encontrariam no passado para o qual ele a enviou?

Ou seja, as dúvidas sobre as verdadeiras motivações de Sadler continuam uma incógnita, apesar da mensagem que o vemos ditando ao final.

O episódio em si foi bastante tranquilo e se passou logo após a explosão no final da temporada. Alguns poucos dias, talvez uma semana, não creio que mais do que isso. Com exceção da cena entre Sonya e Travis, que a série continuou do exato ponto onde havia parado. E infelizmente (!?) Sonya não conseguiu matar o ex segundo em comando (lembram que ele é uma espécie de super soldado? Para o azar dela acabou a munição antes de conseguir dar cabo de vez do seu ex). Agora ele está lá, preso juntamente com Julian e sabe-se lá onde isso vai dar. Ou será que a ideia de Kagame era justamente essa o tempo inteiro? Aproximar os dois para formar a pessoa que Julian deverá ser? Nestas séries que falam de ações no presente de pessoas que vieram do futuro, nunca dá para ter certeza do que é planejado ou não pelo personagem.

Gosto mais de Sonya no comando do que Travis. Ela me parece mais centrada e com aspirações mais próximas das de Kagame. Só não sei por quanto conseguirá manter a liderança do Liber8 com Travis ainda vivo.

A minha surpresa foi descobrir que Martin estava por trás do assassinato da Prefeita (se bem que a recapitulação no início dá algumas dicas). Era de se esperar que o líder sindical acabasse por sujar as mangas em algum momento, dado o seu envolvimento com o Liber8, mas não imaginava que ele fosse ser o ‘mandante’ de um assassinato assim tão cedo. Fiquei chocada e um pouco decepcionada (muito decepcionada, na verdade) com o personagem.

O caso tratado no episódio foi bem didático, sem muitos mistérios, feito sob encomenda para situar novamente o espectador no clima da série após uma pausa tão longa. Kiera estava mais fria e distante do que a vimos nos últimos episódios da temporada passada, mas acho que isso é esperado e até normal se levarmos em consideração que ela não conseguiu impedir a explosão, não conseguiu voltar para o futuro e sente cada vez mais a urgência de sair deste tempo que a afasta da sua verdadeira vida. Qualquer atitude, por menor que seja, pode acarretar mudanças séries no futuro e, se for para voltar, que seja para o futuro conhecido, senão qual a vantagem?


Achei legal a hora que se encontra com o Agente Gardiner. É sempre um prazer rever Nicholas Lea (é, sou fã) e torço para que ele apareça mais vezes na série. Não há dúvidas de que o Agente está com a pulga atrás da orelha (e com razão), mas foi ótima a tática de Kiera: falar a verdade é quase sempre o melhor negócio, principalmente quando a verdade parece loucura. Ninguém pode te acusar de esconder alguma coisa se a loucura se tornar conhecimento público algum dia.

O que eu me pergunto é como Alec irá ajudar Kiera agora que está trabalhando como funcionário em um local fixo. Era meio óbvio que um dia ele teria que sair do galpão na fazenda do padrasto e virar cidadão do mundo, afinal, é preciso sair da caverna para se tornar um dos homens mais poderosos do mundo, mas ainda assim eu questiono como ele estará disponível nas horas que ela precisar se agora Alec não tem mais a liberdade de horário e acesso que tinha antes.

E por falar em Alec, fiquei só pensando na mãe do garoto. Perdeu o marido, o enteado foi preso e o filho simplesmente saiu de casa, assim, da noite para o dia. Eu entendo Alec, não é todo dia que você lê uma mensagem do seu eu do futuro dizendo que você não será exatamente flor que se cheire na sua maturidade e que o passado precisa ser modificado e depende de você fazer isso. Mas que deve ser um baque para a mãe do garoto, ah, disso não tenho dúvidas, e ele não ajudou nem um pouquinho.

A grande questão agora é: como mudar o futuro e ainda assim mantê-lo igual para que Kiera tenha para onde voltar?

Não queria estar na pele deste garoto, não queria mesmo.

*
PS: A interação entre Kiera e Kellog foi pequena, mas preciosa. A química entre os dois continua funcionando muito bem e o flerte incessante nunca me cansa. 

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