domingo, 20 de dezembro de 2009

Férias


Povo, estou entrando de férias e ficarei afastada até fevereiro.
Não postarei nada nesse período porque ficarei sem internet (snif, snif). Inclusive já estava bem complicado nessas últimas semanas devido a correria insana de final de ano (e mudança etc, etc, etc). Talvez, se conseguir, eu poste alguma coisa em janeiro, mas não prometo nada a ninguém.
De certeza mesmo, só depois que eu estiver de volta das férias, na moradia nova e com internet de novo.
See ya.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Dollhouse 2x05 (The Public Eye) e 2x06 (The Left Hand)

Dollhouse – The Public Eye (2x05) e The Left Hand (2x06)
Data de Exibição: 04/11/09


Quando terminei de assistir os dois últimos episódios do dia 04 de novembro (depois do hiato horroroso e sem sentido), não pude deixar de pensar “Como foram cancelar esta série?”. E continuo pensando a mesma coisa. Tudo bem, eu sei que o problema é que o público não comprou a idéia, teve sérios problemas de moralidade (praticamente em todos os lugares eu vejo gente reclamando dos métodos da Dollhouse, do uso do corpo alheio, do estupro, etc, etc, etc) ou simplesmente acharam chato e sonolento. Isso implicou em índices ridículos de audiência e o infeliz cancelamento nesta segunda temporada.

A boa notícia é que a série sempre teve um propósito. É bem verdade que a idéia de Joss Whedon era realmente explorar esses encontros sexuais, essa entrega voluntária ou não do próprio corpo para ser usado por outrem (sim, os ativos estão se vendendo pura e simplesmente, seja para o sexo ou para qualquer outra coisa) e principalmente o que levava uma pessoa a adquirir esse tipo de serviço. Mas como ninguém estava satisfeito com esse rumo, bem, ele precisou adiantar suas intenções e desenvolver muito antes a quebra da identidade da Dollhouse e como a empresa lida com a moralidade.

Desculpe Joss, mas confesso que eu gosto muito mais dessa segunda linha de episódios do que sua intenção original. Não porque eu tenha algum problema moral com a exploração das Dolls (na minha opinião era bem óbvia a tentativa de transportar para a tela em forma de ficção o que acontece na vida real com esse monte de gente que se vê obrigado a se vender, seja fisicamente ou moralmente, e fazer o público pensar a respeito), mas principalmente porque eu não agüentava mais ver episódios centrados na Echo. A personagem é chata demais e a Eliza simplesmente não sustentou a série.

Assim, dei graças a Deus quando a trama saiu um pouco do foco de Echo/Caroline e começou a deslindar os outros personagens. E isso só se deu porque a trama precisava avançar logo, senão o cancelamento ocorreria ainda mais cedo do que se deu. E então tivemos Alpha, a descoberta de que Saunders era Whiskey, tivemos Epitaph One, o passado de Sierra (foi fantástico, mas não resenhei, peço desculpas) e o maldito hiato. Mas a série voltou melhor do que nunca e cada dia tudo faz mais sentido (inclusive a sensação de inevitabilidade de Epitaph One).

The Public Eye e The Left Hand nos trazem um novo olhar sobre a própria Dollhouse (Los Angeles). E isso porque fomos apresentados aos ainda mais gélidos membros da Dollhouse DC.
No primeiro episódio duas coisas foram de suma importância:

1) November se expor ao público e confessar ter sido uma Ativo da Dollhouse;
2) A revelação chocante de que Perrin era um Ativo.

Quando todos pensavam que a mulher do Senador era a doll, descobrir que o próprio Perrin é que vinha sendo manipulado pela Rossum foi um soco no estômago. E nos fez pensar acerca de tudo o que pode estar por trás dessa empresa e que não fazemos a menor idéia. Sim, porque eles se deram ao trabalho de criar um Senador. Transformaram uma pessoa, não para ser um Ativo ‘alugado’ ao melhor cliente, mas sim adulteraram a personalidade real de alguém de modo que pudessem controlá-lo. Ou seja, desde o início planejavam usar Perrin. Talvez devido aos constantes erros de Echo, ou as quase exposições de Ballard, ou mesmo alguma outra ameaça da qual não tenhamos conhecimento, o caso é que em algum momento a Rossum decidiu expor a si mesma de forma que pudesse sair incólume e ainda mais fortificada. E se no meio de campo acabasse fazendo a filial de Los Angeles cair....bem, seriam ossos do ofício.

E toda essa armação me faz perguntar se a própria November não foi induzida a denunciar o que passou. Uma testemunha viva daria credibilidade à cruzada de Perrin, e desmenti-la ao final poderia ser o toque de humanidade que a empresa precisava para demonstrar que não era envolvida com essa canalhice fictícia, essa ‘lenda urbana’ que circulava a quatro vozes.
O que é mais importante aqui, é que se Madeline ainda é sujeita ao aparelho criado por Topher, isso significa que ela ainda é uma doll? Após alguém ser esvaziado por completo e preenchido com outras personalidades, esse alguém pode voltar a ser ele mesmo ou será apenas a casca impressa com a sua antiga personalidade? E se for isso, destruir as outras personalidades, ou mesmo a ‘casca vazia’ (mas que sabemos que não é tão vazia assim) não implicaria em um ato tão imoral quanto destruir a personalidade original?

Mas deixando um pouco de lado as tergiversações, o que realmente me fez sorrir foi o segundo episódio. É sempre maravilhoso rever Summer Glau, e ela esteve beirando a perfeição como a cientista da Dollhouse DC. Entre a loucura e a genialidade, eu não sabia se torcia por ela ou se queria vê-la apanhando (cientificamente falando) de Topher.

E já que mencionei Topher, o que foi Victor personificando o cientista? Meu Deus! Se alguém tinha qualquer dúvida do talento de Enver Gjokaj ela com certeza se dissipou nesse episódio. O homem foi perfeito. Como comentou alguém, se fechássemos os olhos não dava para ter certeza qual dos dois estava falando. A voz, a entonação, os trejeitos (físicos e vocais) eram idênticos. Eu fiquei pasma. Foi muito, muito bom.

Outro que esteve excelente foi Alexis Denisof. É incrível como ao lado dele Eliza mostrou um potencial muito maior. Os dois tem química em cena, coisa que ela não tem como Tahmoh Penikett. E o Senador Perrin é um personagem bem mais interessante que o cego moralista Ballard. E não deixou de ser uma ironia que a frase que a sua handler usava com ele fosse justamente sobre o cavaleiro branco e a donzela em perigo. Alusão óbvia ao complexo de herói de Ballard.

Não consegui decidir ainda se estou com uma raiva suprema do Senador ao final por ter se sujeitado novamente à Rossum para se ver livre da dor insuportável de ter matado a mulher que amava (embora exista a possibilidade dele ter sido recapturado e reimpresso) ou se eu o compreendo e aceito sua atitude, afinal, não é todo dia que temos a oportunidade de apagarmos nosso passado triste e vergonhoso e nos tornarmos uma nova versão totalmente melhorada de nós mesmos. Eu confesso que ficaria incrivelmente tentada a usar a tecnologia para me tornar uma Michele melhor.

E aí fica a observação: o aparelho criado por Alpha e reproduzido com algumas melhorias por Topher acabou sendo a matéria-prima para Bennett reprogramar Perrin. Será esse o início do fim? Será essa a tecnologia que permitirá a impressão à distância e qualquer tempo que levará a humanidade à sua ruína? Se for, não é de admirar Topher ter ficado naquele estado lastimável em Epitaph One.

Inclusive, achei de muito bom tom Topher comentar com Bennett que a única vez que teve um acesso de moral com uma Ativo o levou a um desfecho não muito feliz, por isso não tinha quaisquer objeções ao que ela fosse fazer ali com Echo e Perrin.

Outra coisa que precisa ser analisada com mais calma é esse conhecimento prévio de Caroline e Bennett. Nós agora sabemos que a ativista foi responsável pela perda da função do braço da cientista, resta-nos saber dos detalhes. Teriam as duas sido realmente melhores amigas? Ou Caroline se aproximou de Bennett exclusivamente para ter acesso às instalações da Rossum? Caroline realmente deixou Bennett para morrer? Teria sido esse o motivo de aceitar entrar para a Dollhouse?

De uma coisa eu não tenho dúvidas, todos parecem enfeitiçados por Caroline. Muito pertinente o discurso de Bennett afirmando que Caroline tinha um poder sobre as pessoas. E de fato é isso mesmo. Ela é chata de doer, eu até tenho um certo medo dela (não confio em Caroline, não confio mesmo), mas não posso negar que todos que a conhecem parecem orbitá-la como se ela fosse o centro do universo. Agora estou curiosíssima para saber o passado da ativista e de Bennett.

E vá ser pé frio assim bem longe das séries que eu assisto, Summer! A garota é incrível, atua como ninguém e dá brilho a qualquer cena em que esteja presente, mas tem o dom de entrar em uma série e a bendita ser cancelada logo em seguida. É muito azar para uma atriz só.