segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Desafio Literário do Tigre 2014: A Visita Cruel do Tempo e Juliet, Naked

Este mês de setembro o tema do Desafio Literário do Tigre é Música. Eu, pra variar só um pouquinho, estava sem ideias e pedi sugestões. Recebi algumas bem interessantes e escolhi dois livros para ler. Curiosamente (e coincidentemente) o que mais me chamou a atenção em ambos os livros foi a passagem do tempo e não a música em si. Eram livros bem diferentes mas que falaram para mim basicamente da mesma forma. Essas coisas acontecem as vezes, acho eu.

Livro: A Visita Cruel do Tempo
Autora: Jennifer Egan
Editora: Intrínseca
Obs: Eu procurei, mas não achei o nome do tradutor no livro, mas li em vários lugares dizendo que a tradutora foi a Fernanda Abreu, então, ficamos com esta informação.

A Visita Cruel do Tempo (A Visit From the Goodn Squad no original) foi um livro que me marcou em algumas coisas. Ele é bem diferente, não tem uma narrativa linear e simplesmente não é possível ler descuidadamente. Ou o leitor presta atenção ou perde o fio da meada.

Embora eu tenha gostado do livro desde o início, ele só foi me fisgar de verdade lá pelos 20 ou 30% (ler no kindle dá nisso...você vê o livro em percentual e não em número de páginas). As histórias são todas conectadas, porém o personagem de cada capítulo alterna, assim como a época em que se passa cada história.

O livro inicia com Sasha, assistente de um produtor musical (Bennie), em determinado ponto de sua vida. Já no segundo capítulo a história é narrada por Bennie em outro momento da vida, e assim sucessivamente. Se em uma história lemos sobre alguém, na história seguinte a personagem é uma garota qualquer do passado desta pessoa, e logo em seguida vamos para o passado ainda mais remoto de alguém que esta garota conheceu e então pulamos para o futuro de outra personagem secundária e assim por diante. Por isso é importante que o leitor esteja atento, porém não fica difícil entender o fio condutor, principalmente porque as histórias contadas são interessantes e você se vê fazendo parte da vida daquelas personagens.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Doctor Who: Time Heist


Série: Doctor Who
Episódio: Time Heist
Nº do episódio: 8x05
Data de Exibição: 20/09/2014
Roteiro: Stephen Thompson e Steven Moffat
Direção: Douglas Mackinnon

Sem dúvida alguma o melhor episódio da temporada até agora. Em minha opinião, é claro, sintam-se à vontade para discordar. Mas assisti ao episódio duas vezes e o prazer foi o mesmo, não é sempre que isso acontece.

Time Heist foi o episódio menos conexo com os demais e, talvez por isso, tenha se assemelhado tanto com uma outra época de Doctor Who , onde os fãs apenas esperavam uma aventura empolgante, personagens interessantes e saberem o que estava acontecendo na tela, sem ficarem teorizando para o futuro ou esperando ansiosos para que os roteiristas saibam o que estão fazendo e em algum episódio expliquem os ganchos deixados em aberto e façam tudo ficar coerente.

Praticamente tudo funcionou em Time Heist. É incrível como a adição de companheiros certos dá uma renovada positiva na série. Até agora nenhum dos personagens adicionais apresentados tinham me cativado e eu fico muito feliz se nenhum reaparecer. Porém, isso não aconteceu dessa vez. Psi e Saibra tinham carisma, conteúdo e funcionaram muito bem com Clara e o Doctor. Arrisco-me a dizer que Psi tem muito mais química com Clara do que Danny. E aqui não estou falando de relacionamento amoroso, porque não foi isso o que o episódio quis implicar, e sim de se encaixarem em cena, amizade pura e simples. Seria ótimo se Psi e Saibra pudessem estender sua temporada na TARDIS, eu creio que a série teria muito a ganhar com uma tripulação de quatro e não apenas de um (o Doctor) e uma companheira eventual (Clara) que trata as aventuras no tempo/espaço como um estorvo à sua vida de verdade.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Doctor Who: Listen (8x04)


Série: Doctor Who
Episódio: Listen
Nº do episódio: 8x04
Data de Exibição: 13/09/2014
Roteiro: Steven Moffat
Direção: Douglas Mackinnon


Terminei Listen sem ter muita certeza se foi um bom episódio ou apenas um episódio mediano, feito com as características certas para impressionar. Toda a experiência de assistir a Listen foi bem interessante, e senti na pele o clima de suspense que Moffat criou, tanto na incerteza do monstro sob a cama, quanto na trilha sonora pesada e tensa, mas eu só me senti emocionalmente conectada à história ao final, porque a cena de Clara e o garoto foi pensada exclusivamente para mexer com o fã.

Listen foi mais um dos episódios aterrorizantes de Moffat, para fazer parceria com Blink, The Empty Child/The Doctor Dances e Silence in the Library/Forest of the Dead, porém, ao contrário dos demais episódios, eu tenho a impressão que Listen ficará marcado pela intromissão gigantesca de Clara na linha do tempo do Doctor e não tanto pela qualidade narrativa da história. Confesso que não reassisti ao episódio, então não tenho muita certeza do quanto o mistério e ‘frio na barriga’ (e a qualidade da coisa como um todo) se sustenta diante de uma segunda experiência.

O episódio começa com um Doctor transtornado fazendo um monólogo sobre evolução, não estarmos sozinhos, o perfeito ser capaz de se esconder de outros e por aí vai, entrando em uma obsessão tentando descobrir o tal ser que vive a espiar os demais seres do universo, nunca sendo encontrado. Não sei se entendi corretamente a cena, mas o Doctor teve um desses famigerados sonhos com alguém embaixo da cama e por isso entrou nessa súbita caça ao “monstro que ninguém vê ou acredita na existência”, foi isso?

Bom, seja qual for o motivo que o levou à obsessão, o fato é que o Doctor retirou Clara do seu primeiro (e mal sucedido) encontro com Danny para ir à caça da tal criatura que poderia ou não existir.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Doctor Who: Robot of Sherwood (8x03)


Série: Doctor Who
Episódio: Robot of Sherwood
Número do Episódio: 8x03
Data de Exibição: 06/09/2014
Roteiro: Mark Gatiss
Direção: Paul Murphy

Quando vi o trailer de Robot of Sherwood eu não esperava muita coisa, por isso foi com  uma agradável surpresa que eu percebi que me diverti horrores assistindo a esse episódio. Ele foi leve, divertido e eu me encantei pelas atuações. Nunca pensei que fosse gostar tanto assim de um episódio escrito pelo Mark Gatiss (sempre fico com o pé atrás quando é ele o roteirista). É bem verdade que o episódio tem alguns defeitos, mas a maior parte deles eu só percebi quando comecei a ver os comentários alheios que me forçaram a pensar um pouco mais no que foi apresentado em tela, mas a verdade é que, enquanto eu assistia, a única coisa que eu fazia era me divertir.

O clima do início do episódio, com o Doctor e Clara na TARDIS teve todo um ar de fantasia que eu gostei muitíssimo. A forma como eles conversavam, a música de fundo, tudo contribuiu para dar um toque de conto de fadas. Eu só gostaria de saber o que tanto o Doctor tem escrito aqui e acolá desde a premiere. Está tentando achar Gallifrey? Ou é algo que ele faz inconscientemente? Será que tem a ver com a tal Terra Prometida? Ou nada tem a ver com nada e todos esses cálculos com giz só estão ali para distraírem o espectador?

Toda a interação do Doctor com Robin Hood foi hilária. Sim, eram situações tolas e até infantis, mas nem por isso menos divertidas. Eu entendia perfeitamente a incredulidade do Doctor em relação a Robin Hood. Eu confesso que passei o episódio inteiro esperando alguém desmascarar Robin e seu bando, e fiquei um pouco desapontada por tudo ser real. Não sei explicar, mas eu sempre espero que, quando o Doctor se aventura no passado da Terra, ele se atenha à verdade. Bom, o mais próximo da verdade possível. Algumas alterações são necessárias pelo bem do desenrolar dos episódios, mas tornar uma lenda e todos os seus pormenores em algo real me incomodou. Tudo bem que teve todo o diálogo no final falando sobre os mitos (que foi muito pertinente e, talvez, o diálogo mais bem escrito e emocionante do episódio inteiro), mas ainda assim tudo foi perfeito demais para encaixar com o que é conhecido como a lenda de Robin Hood, o que me deixou ainda mais irritada com isso.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Doctor Who: Into the Dalek (8x02)




Série: Doctor Who
Episodio: Into the Dalek
Temporada: 8ª
Nº do episódio: 8x02
Data de Exibição: 30/08/2014
Roteiro: Steven Moffat e Phil Ford
Direção: Ben Wheatley

Fiz o texto na semana passada e esqueci de postar o bendito...
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O segundo episódio da temporada chegou com uma cara de coisa requentada, embora tenha agradado uma boa fatia do público. Eu, particularmente, lembro do episódio Dalek (6° episódio do 9° Doctor) onde o Doctor também encontra um dalek defeituoso e solitário, aprisionado entre os humanos, e não tem como não colocar ambos na balança e perceber o quanto Into the Dalek sai perdendo, seja em questão de roteiro, seja em execução ou mesmo em tensão provocada com as cenas.

Não é de hoje que a idéia de um dalek ‘bom’ permeia o imaginário de Doctor Who e tampouco a obstinação do Doctor em não acreditar na transformação do inimigo, principalmente porque a essência de um dalek é não ter piedade, compaixão ou mesmo remorso. Se ele é capaz de sentir algo além da noção de que é um ser supremo e, como tal, deve dominar o universo, não é um dalek, é um organismo defeituoso.

Nesse ponto até faz sentido a ação deste episódio, já que Rusty era de fato um dalek defeituoso e apenas por esse motivo poderia ser considerado ‘bom’. O inadmissível foi o Doctor, sabendo disso, consertar o inimigo e ficar surpreso de Rusty voltar a sua diretriz básica. Ora essa, se o que o fazia enxergar a beleza do mundo era o vazamento radioativo dentro dele, não era lógico que, consertando-o esta beleza seria suprimida novamente?

O lado positivo foi termos a oportunidade de conhecer um pouco mais de perto a anatomia de um dalek. Bom, mais ou menos, já que o grupo somente caminhou entre a estrutura cibernética que recobre o corpo físico de um dalek e não adentrou o organismo biológico propriamente dito, mas dou um desconto, porque não acredito que eles seriam capazes de respirar sem algum tipo de equipamento apropriado se estivessem circulando pelas veias e neurônios do dalek de verdade, e não da carapaça.  Na verdade, passei boa parte do episódio lembrando daquele filme com o Dennis Quaid, Viagem Insólita (que passava à exaustão na Sessão da Tarde quando eu era criança) e pensando que era muito mais legal a forma como o filme retratava a viagem para dentro de  um corpo (no caso, humano).