Ouvi falar de Rent há algum tempo, mas tinha uma certa resistência ao filme. O tema, confesso, não me atraía. Mas devido a uma febre recente de Idina Menzel (e a vontade de ver outro trabalho de Adam Pascal além de Chess in Concert) resolvi assistir o bendito. Não me arrependi, embora eu estivesse certa desde o início: o tema não me atrai.
Rent é um musical adaptado de uma peça da Broadway. O diretor, Chris Columbus, conseguiu quase todo o elenco original da peça para participar do filme, então você percebe o conforto de cada um em seu papel. E o maior trunfo do filme está de fato em seu elenco. Atores competentes, carismáticos e com vozes fantásticas dão o tom certo aos personagens.
Columbus conseguiu um feito bem incomum: transpor a peça para o cinema sem perder a essência teatral. O problema é que durante todo o tempo ficamos com a sensação de que Rent foi provavelmente uma peça excelente, mas que não funciona muito bem como filme. E não é por ser um tema datado (boemia, drogas, AIDS e o homossexualismo), já que o filme se passa no final da década de 80 e serve para lembrar as novas gerações que certos assuntos não podem ser ignorados, mas é tudo longo e cansativo demais, um tantinho destoante do ideal.
O que prende o espectador a Rent é sem dúvida o carisma dos atores, que fazem dos personagens pessoas próximas a nós, com quem aprendemos a nos importar. Tudo é meio lúdico, como somente um musical pode ser, mas nem por isso menos comovente.
A bem da verdade é que o filme é até sem sal até as perdas começarem e então o chororô não termina mais. O meu chororô, que fique bem claro. E o amor verdadeiro entre Angel e Collins é tão poderoso que, assim como acontece com os personagens, ele força o espectador a desejar por um sentimento assim, maior que a vida.
Um comentário:
É difícil um musical adaptado para o cinema dar certo. Eu tive a chance de assistir "A Chorus Line" na Broadway, e foi algo de fantástico. Já o filme, infelizmente...
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