Quando fizeram a propaganda de District 9 para mim eu esperava um outro tipo de filme. Não tinha assistido nenhum trailer ou marketing, o que me fez assistir praticamente no escuro. E, sinceramente, o filme foi surpreendente.
Até agora não consegui definir qual o público alvo de District 9. Ele é uma mistura muito bem feita de documentário (e no primeiro terço do filme eu realmente me senti assistindo a um), ficção científica (se é que a presença de alienígenas pura e simplesmente pode ser chamado de ficção científica) e ação. Sem contar o passeio pelo lado mais negro da natureza humana.
A história é simples: uma nave alienígena encalhou há 20 anos bem em cima de Johanesburgo e seus tripulantes, todos alienígenas humanóides parecidos com camarões encontravam-se terrivelmente doentes. Foram resgatados e alojados na periferia da cidade e por 20 anos viveram e se multiplicaram entre nós. Mas como nem tudo são flores, os coitados acabaram vivendo é num grande favelão, onde imperou o crime, a violência e o caos absoluto. Até que os humanos da África do Sul não aguentaram mais e exigiram que os aliens fossem realocados. E é aí que começa o embrolho todo.
O filme por si só é uma demonstração bem crua de como somos cruéis. A forma como os alienígenas favelados são tratados é desumana. Eu nem conseguia ter raiva deles por matarem e promoverem o caos, tamanho o descaso com o qual os homens os tratavam.
Mas o que movimentou a história foi o funcionário público Wikus, que de pateta cumpridor de seus deveres se mostrou alguém digno de nota. E o que o governo fez com ele não tem perdão. Me fez pensar no que acontece às margens da sociedade sem que tenhamos conhecimento. A manipulação dos meios de comunicação, a degradação de uma pessoa por motivos escusos... O pano de fundo eram os alienígenas e um humano coitado que se viu encrencado simplesmente por cumprir o seu dever, mas poderia muito bem ser qualquer um de nossa cidade, tamanha a veracidade dos horrores mostrados em District 9.
Peter Jackson fez um excelente trabalho nesse filme, os atores estavam muito bem e até os efeitos especiais foram bem utilizados, sem exageros aparentes.
É um filme que eu recomendo, embora não assista se você tem estômago sensível ou não goste de muito tiroteio e membros espalhados para todo lado.
domingo, 13 de setembro de 2009
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6 comentários:
Fazer blog dá nisso..não sei mexer, não sei como consertar os erros...
geralmente não curto tiroteio pelo tiroteio, mas se tem um contexto por trás então tá limpo. e este parece ter!
Peter Jackson fazia filmes B, meio gore, antes de explodir com o Senhor dos Anéis. Parece interessante, qualquer hora confiro. Bem vinda à minha lista de leituras do meu humilde barco, o Canoa Furada. Cheguei aqui pela batatinha Naomi. :)
Marcus, Naomi, valeu por aparecerem. O blog está começando, ainda preciso aprender a lidar com ele, a fazer o negócio ficar mais apresentável e tal, mas aos pouquinhos (bem aos pouquinhos, pq o tempo é escasso) as coisa vai ficando redondinha.
District 9 é um filme bem diferente, na minha opinião. Mas devo avisar que ele é bem cansativo. Não chega a ter duas horas mas eu tive a sensação de que durou mais, provavelmente por conta do clima documentário do primeiro terço, mas vale a pena mesmo assim.
Oi sumida! Eu vi o filme e gostei sim! Não achei nada cansativo não. É algo bem diferente do que estamos acostumados e mostra como o ser humano pode ser cruel quando a ele interessa. Nós fazemos o mesmo com nossos semelhantes e animais. Por que seriamos mais gentis com alienígenas que não se mostraram ameaçadores conosco e vieram, de uma certa forma, atrás de ajuda e convivência pacífica?
Quero mto ver este filme... e com tanta propaganda em vários blogs.. quero mais ainda conferir.
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