segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Review: Doctor Who - Asylum of the Daleks (7x01)



Série: Doctor Who
Episodio: Asylum of the Daleks
Temporada:
Nº do episódio: 7x01
Data de Exibição: 01/09/2012
Roteiro: Steven Moffat
Direção: Nick Hurran

Entre vários spoilers acerca desta nova temporada de Doctor Who, quatro coisas eram certas:

- Cada episódio seria como um mini-filme;
- Os episódios seriam de certa forma isolados, sem aquela trama única que motivou as demais temporadas de Moffat;
- Os Ponds se despediriam nesta temporada e no especial de Natal conheceríamos a nova companheira (interpretada por Jenna-Louise Coleman);
- Asylum of the Daleks faria dos Daleks vilões novamente temidos pelos fãs.

Uma semana antes da estreia oficial o canal BBC lançou a webserie Pond Life em 05 episódios minúsculos, mas que nos dão uma ideia de como é a vida de Amy e Rory quando o Doutor não está entre eles, ou melhor, quando eles não estão viajando com o Doutor, pois presente ele esteve em todos os momentos, invadindo o quarto do casal, deixando um Ood por um tempo aos cuidados dos dois e enviando mensagens na secretária eletrônica sempre que possível.

Uma grande sacada a webserie, pois eu sempre tive curiosidade sobre a vida dos dois longe do Doutor e mini-episódios é a forma perfeita de mostrar um pequeno relance para os fãs, sem deixar a coisa chata e desinteressante. O último episódio foi meio deslocado, já que nada dava indícios de uma briga entre Rory e Amy, mas serviu para introduzir o primeiro episódio da temporada.

Ainda antes da estreia, foi lançado para os assinantes do iTunes nos EUA (para desprazer dos fãs britânicos) um prequel explicando o chamado do Doutor por Darla VonCarlson, que o levou ao Parlamento Dalek na estreia da temporada. Em uma espécie de ‘Inception’ alguém envia ao Doutor uma mensagem em sonho (como conseguiram eu não sei, assim como não sei onde é o lugar para onde ele foi levado em sonho e disse lembrar, mas que obviamente o deixou incomodado) e as coordenadas para onde ele deveria seguir. E é assim que acabamos em Asylum of the Daleks, o episódio do último sábado.

Depois de visto o episódio, uma coisa eu sabia com certeza: Steven Moffat mente. Sabem aquele negócio de episódios isolados? Mentira pura e simples. Não tem como os episódios serem isolados com a bomba que Moffat jogou em nossas mãos logo no episódio de estreia.


Como assim, Jenna-Louise Coleman aparece no início da temporada e não no especial de Natal!? E mais, ela é um Dalek!!! Cabeças explodiram...a minha inclusive. Pelo menos a história dos episódios serem mini-filmes é verdadeira, assim como Asylum of the Daleks tornar os Daleks vilões de respeito uma vez mais.

Acho que, para mim, o único episódio angustiante com os saleiros gritando Exterminate antes desse foi Dalek, lá nos idos de 2005, com Christopher Eccleston como o 9º Doutor. Talvez porque eu não havia assistido a série clássica ainda e para mim foi impactante conhecer os Daleks e, principalmente, a raiva profunda que existe entre o Doutor e eles. Provavelmente a expressão facial do 9º Doutor é o que passa esta sensação de terror e aflição e não exatamente o saleiro de um olho só, mas o que importa é que Asylum of the Daleks resgata um pouco essa mesma sensação de angústia.

O episódio em si é fantástico, mesmo assim não é perfeito. Ele tem sim seus altos e baixos, mas você só os percebe depois de acabar e repassar os acontecimentos na sua mente, então ele serve aos seus propósitos que é deixar o espectador maravilhado e com os olhos grudados na tela.

A história dos Ponds foi totalmente desnecessária. A briga entre os dois que levou até mesmo ao divórcio aconteceu da noite para o dia e se resolveu com um piscar de olhos também. Não havia a menor necessidade deste tipo de subterfúgio para o episódio de estreia. Se Moffat queria arrumar um jeito de fazer Amy e Rory declararem uma vez mais o seu amor eterno e inabalável, com certeza poderia criar outra história mais impactante, ou pelo menos fazer desta um tantinho mais duradoura.

Não dá para acreditar que Amy pulou fora do casamento sem nem ao menos explicar para Rory que abriu mão do marido porque não pode dar um filho para ele. Quero dizer, não é como se eles já não tivessem uma filha juntos. E não me parece que em algum momento ele exigiu mais do que Amy já lhe deu.

Mas tirando a parte do casal, que embora fora de lugar não atrapalhou o episódio em si, o restante de Asylum of the Daleks foi pura adrenalina e emoção. Primeiro o Doutor é levado a responder um pedido de ajuda em Skaro, o planeta dos Daleks o qual, pelo que eu lembre, está congelado no tempo e espaço juntamente com Galifrey, no ponto exato onde será completamente aniquilado com uma explosão. Como ele foi parar em Skaro? Ou melhor, como o planeta pode estar aqui, livre e solto, enquanto Galifrey está lá, congelada?


Skaro à parte, o que a tal Darla Von Carlson realmente queria do Doutor era capturá-lo e levá-lo ao Parlamento Dalek, pois os vilões precisavam da ajuda do Doutor. Confesso que fiquei incomodada com essa humana convertida em Dalek. Legal Moffat usar novamente os nanogenes (e se eles podiam transformar toda a raça humana em garotinhos usando uma máscara de gás e chamando pela mãe, por que não uma mulher em um Dalek?), mas que é assustador pensar que qualquer um pode ser um Dalek, ah, isso é.

Outra grande sacada do episódio foi mostrar os sobreviventes das cinco grandes guerras Dalek em Spiridom, Kembel, Exxilon, Aridus e Vulcan. Não deixa de ser interessante o comentário do Doutor de que aqueles são os Daleks que sobreviveram a ele e ficaram insanos. Assim como os Daleks mexem com o Doutor, ele mexe com os Daleks.

Só não consigo aceitar muito bem os Daleks atuais querendo destruir o planeta hospício. O que ganharão com isso? Ele estão lá há séculos, uns anos a mais ou uns anos a menos não fará muita diferença. E para onde eles enviarão os malucos daqui para frente?

No entanto, a grande estrela do episódio foi Oswin, a humana aprisionada no planeta hospício. Se alguém tinha qualquer dúvida de que Jenna-Louise Coleman seria uma excelente companheira para o Doutor, essa dúvida foi pelos ares neste episódio. A atriz tem uma química muito legal com Matt Smith e os diálogos de Oswin com o Doutor foram a cereja do bolo. Diga-se de passagem, os diálogos da garota com Rory também foram impagáveis. Ela é espirituosa, inteligente e divertida. Não tem como não simpatizar com a garota.

E se eu achava que vê-la no episódio era a grande surpresa de Moffat (ele realmente conseguiu guardar o segredo a sete chaves, mesmo havendo exibições prévias do episódio tanto nos Estados Unidos quanto na Inglaterra), não imaginava o que estava guardado para o fim. Sim, é claro que havia algo mais na garota ouvindo Carmen e fazendo souflé sem leite, mas juro que não pensei que ela poderia ser um Dalek. Não posso nem imaginar o que o Doutor sentiu ao entrar naquela sala e vê-la acorrentada, falando com ele como se humana ainda fosse. Partiu meu coração.


As cenas de Oswin despertando foram lindas, assim como o seu primeiro Exterminate foi dolorido e um pouco assustador. E mesmo assim ela deu um presente ao Doutor que nenhum outro seria capaz de lhe dar: a liberdade. Não sei vocês, mas eu senti um aperto no peito no momento que o primeiro Dalek disse ‘Doctor Who?’ e a pergunta foi ecoando pela nave. Pela primeira vez em uma existência inteira o Doutor está livre dos seus inimigos, um simples desconhecido, mais uma vez um viajante do tempo disposto a conhecer o espaço e as eras espalhadas pelo passado e futuro. Não tem como não se sentir emocionada....e aterrorizada, afinal, o que disse mesmo Dorium no final da temporada passada? O Silêncio há de cair quando a pergunta for feita: Doctor Who?

***

Agora a dúvida que paira no ar: como Jenna-Louis Coleman virará a nova companheira se ela virou um Dalek e explodiu juntamente com o planeta hospício? Uma versão anterior da personagem? Afinal, o Doutor nunca a viu e pode ser que não a reconheça com outro nome (ela pode ter mudado o nome após separar-se dele e resolveu embarcar naquela aventura sozinha e acabou se acidentando e sendo transformada). Uma ancestral? Tipo Gwen-Gwyneth? Uma irmã gêmea? Uma time lady (todo mundo sempre pensa em uma time lady)? Nenhuma das anteriores? Sintam-se livres para fazerem suas apostas.

Um comentário:

!3runo disse...

Quando o Doutor pergunta porque nao consegue ve-la e ela responde "low power, bad hair, take your pick" deixou aberta a porta para ele encontra-la (no futuro dele, passado dela) sem saber quem ela é

E dessa forma teremos um arco até que ele descubra e tente evitar, como fez com a chave de fenda sonica dada a River no ep da Biblioteca

Tem também outra pegadinha, logo no inicio ao falar no Parlamento Dalek o Doutor diz que é NATAL. Será que esse ep e o de Natal farão dupla?

Teve cenas memoráveis nesse ep, como "Quem matou todos os Daleks?" / "Quem você acha?", o bate-papo/flerte de "Nina" com Oswin, a estória do leite do Suflê e o "Remember me" olhando pra camera...

Muito muito jóia mesmo

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