Série: Doctor Who
Episodio: Asylum of the Daleks
Temporada: 7ª
Nº do episódio: 7x01
Data de
Exibição: 01/09/2012
Roteiro: Steven
Moffat
Direção: Nick
Hurran
Entre vários
spoilers acerca desta nova temporada de Doctor Who, quatro coisas eram certas:
- Cada episódio
seria como um mini-filme;
- Os episódios
seriam de certa forma isolados, sem aquela trama única que motivou as demais
temporadas de Moffat;
- Os Ponds se
despediriam nesta temporada e no especial de Natal conheceríamos a nova
companheira (interpretada por Jenna-Louise Coleman);
- Asylum of the
Daleks faria dos Daleks vilões novamente temidos pelos fãs.
Uma semana antes
da estreia oficial o canal BBC lançou a webserie Pond Life em 05 episódios
minúsculos, mas que nos dão uma ideia de como é a vida de Amy e Rory quando o
Doutor não está entre eles, ou melhor, quando eles não estão viajando com o
Doutor, pois presente ele esteve em todos os momentos, invadindo o quarto do
casal, deixando um Ood por um tempo aos cuidados dos dois e enviando mensagens na
secretária eletrônica sempre que possível.
Uma grande
sacada a webserie, pois eu sempre tive curiosidade sobre a vida dos dois longe
do Doutor e mini-episódios é a forma perfeita de mostrar um pequeno relance
para os fãs, sem deixar a coisa chata e desinteressante. O último episódio foi
meio deslocado, já que nada dava indícios de uma briga entre Rory e Amy, mas
serviu para introduzir o primeiro episódio da temporada.
Ainda antes da
estreia, foi lançado para os assinantes do iTunes nos EUA (para desprazer dos
fãs britânicos) um prequel explicando o chamado do Doutor por Darla VonCarlson, que o levou ao Parlamento Dalek na estreia da temporada. Em uma
espécie de ‘Inception’ alguém envia ao Doutor uma mensagem em sonho (como
conseguiram eu não sei, assim como não sei onde é o lugar para onde ele foi
levado em sonho e disse lembrar, mas que obviamente o deixou incomodado) e as
coordenadas para onde ele deveria seguir. E é assim que acabamos em Asylum of
the Daleks, o episódio do último sábado.
Como assim, Jenna-Louise
Coleman aparece no início da temporada e não no especial de Natal!? E mais, ela
é um Dalek!!! Cabeças explodiram...a minha inclusive. Pelo menos a história dos
episódios serem mini-filmes é verdadeira, assim como Asylum of the Daleks
tornar os Daleks vilões de respeito uma vez mais.
Acho que, para
mim, o único episódio angustiante com os saleiros gritando Exterminate antes
desse foi Dalek, lá nos idos de 2005, com Christopher Eccleston como o 9º
Doutor. Talvez porque eu não havia assistido a série clássica ainda e para mim
foi impactante conhecer os Daleks e, principalmente, a raiva profunda que
existe entre o Doutor e eles. Provavelmente a expressão facial do 9º Doutor é o
que passa esta sensação de terror e aflição e não exatamente o saleiro de um
olho só, mas o que importa é que Asylum of the Daleks resgata um pouco essa
mesma sensação de angústia.
O episódio em si
é fantástico, mesmo assim não é perfeito. Ele tem sim seus altos e baixos, mas
você só os percebe depois de acabar e repassar os acontecimentos na sua mente,
então ele serve aos seus propósitos que é deixar o espectador maravilhado e com
os olhos grudados na tela.
A história dos
Ponds foi totalmente desnecessária. A briga entre os dois que levou até mesmo
ao divórcio aconteceu da noite para o dia e se resolveu com um piscar de olhos
também. Não havia a menor necessidade deste tipo de subterfúgio para o episódio
de estreia. Se Moffat queria arrumar um jeito de fazer Amy e Rory declararem
uma vez mais o seu amor eterno e inabalável, com certeza poderia criar outra
história mais impactante, ou pelo menos fazer desta um tantinho mais duradoura.
Não dá para acreditar
que Amy pulou fora do casamento sem nem ao menos explicar para Rory que abriu
mão do marido porque não pode dar um filho para ele. Quero dizer, não é como se
eles já não tivessem uma filha juntos. E não me parece que em algum momento ele
exigiu mais do que Amy já lhe deu.
Mas tirando a
parte do casal, que embora fora de lugar não atrapalhou o episódio em si, o
restante de Asylum of the Daleks foi pura adrenalina e emoção. Primeiro o Doutor
é levado a responder um pedido de ajuda em Skaro, o planeta dos Daleks o qual, pelo
que eu lembre, está congelado no tempo e espaço juntamente com Galifrey, no
ponto exato onde será completamente aniquilado com uma explosão. Como ele foi
parar em Skaro? Ou melhor, como o planeta pode estar aqui, livre e solto,
enquanto Galifrey está lá, congelada?
Skaro à parte, o
que a tal Darla Von Carlson realmente queria do Doutor era capturá-lo e levá-lo
ao Parlamento Dalek, pois os vilões precisavam da ajuda do Doutor. Confesso que
fiquei incomodada com essa humana convertida em Dalek. Legal Moffat usar novamente
os nanogenes (e se eles podiam transformar toda a raça humana em garotinhos usando
uma máscara de gás e chamando pela mãe, por que não uma mulher em um Dalek?),
mas que é assustador pensar que qualquer um pode ser um Dalek, ah, isso é.
Outra grande
sacada do episódio foi mostrar os sobreviventes das cinco grandes guerras Dalek
em Spiridom, Kembel, Exxilon, Aridus e Vulcan. Não deixa de ser interessante o
comentário do Doutor de que aqueles são os Daleks que sobreviveram a ele e
ficaram insanos. Assim como os Daleks mexem com o Doutor, ele mexe com os
Daleks.
Só não consigo aceitar
muito bem os Daleks atuais querendo destruir o planeta hospício. O que ganharão
com isso? Ele estão lá há séculos, uns anos a mais ou uns anos a menos não fará
muita diferença. E para onde eles enviarão os malucos daqui para frente?
No entanto, a
grande estrela do episódio foi Oswin, a humana aprisionada no planeta hospício.
Se alguém tinha qualquer dúvida de que Jenna-Louise Coleman seria uma excelente
companheira para o Doutor, essa dúvida foi pelos ares neste episódio. A atriz
tem uma química muito legal com Matt Smith e os diálogos de Oswin com o Doutor
foram a cereja do bolo. Diga-se de passagem, os diálogos da garota com Rory
também foram impagáveis. Ela é espirituosa, inteligente e divertida. Não tem
como não simpatizar com a garota.
E se eu achava
que vê-la no episódio era a grande surpresa de Moffat (ele realmente conseguiu
guardar o segredo a sete chaves, mesmo havendo exibições prévias do episódio
tanto nos Estados Unidos quanto na Inglaterra), não imaginava o que estava
guardado para o fim. Sim, é claro que havia algo mais na garota ouvindo Carmen
e fazendo souflé sem leite, mas juro que não pensei que ela poderia ser um
Dalek. Não posso nem imaginar o que o Doutor sentiu ao entrar naquela sala e
vê-la acorrentada, falando com ele como se humana ainda fosse. Partiu meu
coração.
As cenas de
Oswin despertando foram lindas, assim como o seu primeiro Exterminate foi
dolorido e um pouco assustador. E mesmo assim ela deu um presente ao Doutor que
nenhum outro seria capaz de lhe dar: a liberdade. Não sei vocês, mas eu senti
um aperto no peito no momento que o primeiro Dalek disse ‘Doctor Who?’ e a
pergunta foi ecoando pela nave. Pela primeira vez em uma existência inteira o
Doutor está livre dos seus inimigos, um simples desconhecido, mais uma vez um
viajante do tempo disposto a conhecer o espaço e as eras espalhadas pelo
passado e futuro. Não tem como não se sentir emocionada....e aterrorizada,
afinal, o que disse mesmo Dorium no final da temporada passada? O Silêncio há
de cair quando a pergunta for feita: Doctor Who?
***
Agora a dúvida
que paira no ar: como Jenna-Louis Coleman virará a nova companheira se ela
virou um Dalek e explodiu juntamente com o planeta hospício? Uma versão
anterior da personagem? Afinal, o Doutor nunca a viu e pode ser que não a
reconheça com outro nome (ela pode ter mudado o nome após separar-se dele e
resolveu embarcar naquela aventura sozinha e acabou se acidentando e sendo
transformada). Uma ancestral? Tipo Gwen-Gwyneth? Uma irmã gêmea? Uma time lady
(todo mundo sempre pensa em uma time lady)? Nenhuma das anteriores? Sintam-se
livres para fazerem suas apostas.
Um comentário:
Quando o Doutor pergunta porque nao consegue ve-la e ela responde "low power, bad hair, take your pick" deixou aberta a porta para ele encontra-la (no futuro dele, passado dela) sem saber quem ela é
E dessa forma teremos um arco até que ele descubra e tente evitar, como fez com a chave de fenda sonica dada a River no ep da Biblioteca
Tem também outra pegadinha, logo no inicio ao falar no Parlamento Dalek o Doutor diz que é NATAL. Será que esse ep e o de Natal farão dupla?
Teve cenas memoráveis nesse ep, como "Quem matou todos os Daleks?" / "Quem você acha?", o bate-papo/flerte de "Nina" com Oswin, a estória do leite do Suflê e o "Remember me" olhando pra camera...
Muito muito jóia mesmo
Postar um comentário