quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Review: Doctor Who - Dinosaurs on a Spaceship (7x02)




Série: Doctor Who
Episodio: Dinosaurs on a Spaceship
Temporada:
Nº do episódio: 7x02                    
Data de Exibição: 08/09/2012
Roteiro: Chris Chibnall
Direção: Saul Metzstein

O que dizer de um episódio que você não gostou quando a maioria esmagadora (sim, estou sendo redundante) adorou?

Pois é, sendo curta e grossa, Dinosaurs on a Spaceship não me atraiu e eu percebi que a coisa foi grave quando desisti de ver o episódio no próprio sábado na tentativa de gostar mais no dia seguinte. Pensei que, talvez, à luz do dia, descansada, num humor melhor eu iria ser capturada pelo espírito da aventura, mas que nada, achei tão chato quanto no dia anterior.

Confesso que desde o início (quando os spoilers e as imagens começaram a pipocar na internet) eu já não tinha me empolgado muito (não senti nenhuma expectativa pela ideia de dinossauros no espaço), mas sempre procuro ver os episódios com uma lente de amor (porque, afinal, acima de tudo sou fã) e com pensamento positivo, então eu acreditava de verdade que seria surpreendida quando finalmente assistisse ao negócio.

Infelizmente, o episódio não foi feito para mim. Mas, como em Doctor Who mesmo quando a coisa está ruim ela é boa, várias coisas positivas saíram do episódio e eu seria muito injusta se não as percebesse e comentasse. Então vamos começar pelo que Dinosaurs on a Spaceship trouxe de bom.

Fazia muito tempo que Doctor Who não fazia um episódio mais infantil, com aquela simplicidade e loucura dos tempos antigos (e que ainda se via de tempos em tempos na era Russell). É gostoso podermos ver o Doutor fazendo o que ele faz de melhor: sair e explorar. Ainda que a exploração tenha sido motivada pela iminente colisão de uma nave alienígena com a Terra.

Também foi inteligente usarem os Silurians (vistos recentemente em outro episódio escrito pelo mesmo Chris Chibnall) como construtores da arca e não os humanos. Dá um toque diferente e mais alienígena à coisa.

Gostei da história se passar em 2367 A.D. É quase ali, mas ao mesmo tempo longe o bastante para muita coisa estar diferente. E Indira apareceu pouquinho, mas a achei incrivelmente carismática. Não me importaria em vê-la novamente outras vezes.


Uma coisa que me surpreendeu positivamente neste episódio foi Amy. Eu não sou fã da garota, isso não é novidade, mas gostei muito dela em Dinosaurs. Ela estava demonstrando menos aquele sentimento de posse que tem pelo Doutor (e que me irrita) e também aqueles ares de ‘sei tudo, sou melhor do que você, há, eu viajo com o Doutor’ que volta e meia aparecem aqui e ali. E é interessante, porque em Dinosaurs Amy mostra com suas atitudes o quanto o Doutor a mudou, influenciou a sua forma de pensar, o quanto aprendeu (a ponto de conseguir até mexer nos controles de uma nave alienígena e entender mais ou menos o que tinha por ali) e mesmo assim sem demonstrar aquele ar de auto importância que ela sempre traz consigo.

Eu creio que muito disso tem a ver com o fato do Doutor estar distanciando a sua participação na vida dos Ponds. Ora vejam, ele ficou 10 meses sem aparecer e ela e Rory conseguiram sobreviver sozinhos e nem se separaram desta vez!

Acho legal que o Doutor esteja permitindo que o casal tenha a sua própria vida independente dele. Ao mesmo tempo ele não se afasta de vez como fez com tantos outros acompanhantes no passado (até hoje sinto dor quando lembro de Sarah Jane contando para Rose como foi ter sido deixada pelo Doutor para nunca mais voltar, assim, do nada, sem qualquer aviso prévio).

É um pouco incômoda esta predileção que o Décimo Primeiro tem pelos Ponds (mas isso é porque o Moffat obviamente adora o casal), afinal, já que volta e meia volta para eles, custava voltar para algum outro companion também? Não precisava nem ser em tela, só mencionar de vez em quando que os encontrou já me deixaria feliz. Mas não vou reclamar de barriga cheia. A ideia do Doutor estar se distanciando aos poucos já me deixa feliz, pois mostra que ele está se preparando para uma nova fase da vida.

Mas ao mesmo tempo em que fico feliz com esse tempo que o Doutor tem dado ao casal com suas visitas mais esporádicas, também fico preocupada, afinal, ele sempre reaparece. O que fará com que ele deixe de reaparecer quando trocarem os companions? Eu temo pelos Ponds.


Por falar em Ponds, uma graça o pai do Rory (que não é um Pond, sempre bom lembrar). Achei a participação dele meio repentina e um tantinho absurda (pilotando uma nave alienígena logo de cara? Aceitando tranquilamente ter se materializado em uma nave espacial? Sei não...tudo providencial demais),  mas não tem como não ficar feliz com Brian ao ver o quanto a sua experiência com o Doutor proporcionou mudanças em sua vida. Ás vezes só nos falta aquele empurrãozinho que nos faça enxergar que a vida é muito maior e mais emocionante do que nos permitimos que ela seja. E está tudo aí, ao nosso alcance, só falta tomarmos posse dessas oportunidades.

E é claro que adorei ter Rupert Graves no episódio, porque afinal, quem não adora Rupert Graves? Mas ao mesmo tempo me entristeci um pouco por desperdiçarem um ator tão maravilhoso em um personagem tão mequetrefe. Quero dizer, Riddell é até simpático e tinha umas tiradas interessantes (embora eu dispense todo o flerte e aquele final ridículo dele com Nefertiti), mas foi muito mal aproveitado. Aliás, todo mundo foi mal aproveitado por ali (com exceção de Amy e Rory, claro, que estão se saindo muito melhor nesta temporada. Acho que por ser a última, tem que fechar com chave de ouro).

Acho legal a ideia do Doutor viajar com um grupo (ele já fez isso outras vezes em outras regenerações) e ficou claro que ele já teve outras aventuras com Nefertiti e mesmo com Riddell (quem sabe eu terei a chance de vê-lo com Riddell mais vezes?).  Mesmo assim, não consegui enxergar o motivo de precisar chamar os outros para esta aventura em especial (porque foi essa a sensação que ele deu no início do episódio: que precisava e não apenas que sentiu saudades e resolveu trazer todo mundo para perto). Era apenas uma nave em rota de colisão com a Terra, o Doutor já tinha Nefertiti, para que perder tempo indo até Riddell e depois até os Ponds? Não faria a menor diferença tê-los ou não a bordo.

Aliás, por falar em não fazer diferença, os dinossauros foram outros subutilizados. Tudo bem, algumas cenas até que foram engraçadinhas, o Doutor pode cavalgar sobre um dinossauro etc e tal, mas faria realmente diferença se não fossem dinossauros mas sim outra raça alienígena, ou elefantes, ou mesmo objetos inanimados, robôs e afins? No frigir dos ovos não alteraria em nada a história. Um ajuste aqui e outro acolá, mas mudar mesmo, não mudaria nada. Os dinossauros estavam ali só para bonito e porque davam um título legal ao episódio.
Definitivamente Chibnall não está entre os meus roteiristas preferidos de Doctor Who (ou de Torchwood, diga-se de passagem). Acho os seus roteiros fracos e inconsistentes e quase sempre me canso em seus episódios.

Dinosaurs on a Spaceship também me deixou injuriada com o Doutor e sua esquisitice. Ele sempre foi estranho e incompreensível na maioria das vezes, mas nesse episódio ele estava ligado no 220v, seus pensamentos iam e vinham com tamanha rapidez que pouco do que ele falava fazia sentido. Conseguiu me cansar. Geralmente o Doutor e seus surtos me empolgam e instigam, mas não dessa vez. Desde o início ele esteve estranho para mim, distante e afoito. Eu olhava para o Décimo Primeiro, mas não o reconhecia e isso me incomodou mais do que eu imaginava.


Nefertiti foi outra que tinha um potencial gigantesco, mas que se mostrou um nada. Tudo bem que a atriz era inexpressiva ao extremo, mas a personagem também não ajudou. Fico pensando no tipo de história grandiosa que poderiam escrever com a rainha do Egito e a coitada foi relegada à amante de um caçador desconhecido, com alguns closes de efeito em cenas sem muita importância, e a um sacrifício que soou tão falso e forçado quanto realmente foi.

Já que toquei no sacrifício, é sempre interessante ver este lado mais dark do Doutor, que mata sem piedade. Episódio passado ele explodiu um bando de Daleks, desta vez mandou Solomon para a mira dos mísseis da Agência Espacial Indiana...Foi-se o tempo que o Doutor era apenas aquela figura benevolente que acabava cometendo injustiças por tentar salvar todo mundo. Esse lado dark dele aparecendo de vez em quando combina muito mais com toda a história e bagagem do Doutor.

E de repente percebi que só teremos mais 3 episódios com Amy e Rory. Estou autorizada a sentir saudade, mesmo não sendo fã de Amy?

Um comentário:

!3runo disse...

Miquinha querida, o Doutor não está preparando Rory e Amy para a separação, ele está se preparando!!! Basta notar o spoiler quando chegou adiantado no ep 3 de Ponds Life e a cara que ele fez no fim deste episódio (sem contar a conversa "vamos estar juntos até o fim dos meus dias" / "ou vice-versa").

A cena impagável de Neffy foi "O Doutor tem uma rainha?" a qual Amy deveria ter respondido "Tem sim, sua biscate, por sinal é minha filha" *risos*

Você não gosta do Guia do Muchileiro das Galaxias? Ter não um mais DOIS robôs depressivos foi uma clara homenagem, e funcionou bastante bem. Assim como ver o desenvolvimento do personagem de Rory ("isso não vai doer/eu menti"), daquele cara inseguro perto de Amy para o Bad-Ass de A Good Man Goes To War e Pandorica. Eu realmente vou sentir falta DO RORY quando o casal Pond se for.

Sobre a "gang", eu não assisti tantos eps da série clássica para me lembrar, mas acho que desta vez o Doutor trouxe uma equipe para não se sentir melancólico perto do finado casal Pond. "Eu nunca tive uma gangue, gangue é legal!" foi o que ele disse.

Brian foi um caso a parte, foi interessante como ele "casou" com o personagem de Rory. Tanto na admiração pela Amy (deixou isso patente várias vezes) quanto nos trejeitos com o filho. Ele vai ter outra participação antes do fim dos Pond.

Perto do Sanatório dos Daleks, que considero um TOP THREE dos eps do reboot da série (junto com Blink e Turn Left), realmente fica díficil. Esse foi um episódio pra crianças, talvez crianças grandes como eu,e precisa ser encarado como tal, sem pressão.

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