quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Torchwood: Miracle Day - Immortal Sins (4x07) e End of the Road (4x08)

Torchwood: Miracle Day - 
Immortal Sins (4x07) / End of the Road (4x08)


Eu gostaria de saber o que passava pela mente de Russell T. Davies quando  criou o conceito de Miracle Day. Porque com certeza não era esta bagunça que temos aguentado semana após semana. Pergunto-me se ele se sente tão decepcionado quanto eu com o rumo que esta temporada de Torchwood tomou.
Immortal Sins foi, dos oito episódios até agora, o que mais se aproximou do que era Torchwood. Talvez porque tivemos um maior envolvimento de Jack nos acontecimentos, mas principalmente porque a história saiu da escala mundial e genérica para o conflito individual e muito mais próximo do que já estávamos acostumados. E, é claro, porque finalmente vimos um alienígena nesta série que, em tese, é sobre uma organização que foi criada para lidar com as ameaças extraterrestres (em especial o Doutor, mas isso não vem ao caso).

Torchwood gastou um episódio inteiro para nos apresentar Angelo Colasanto, o imigrante ilegal que aportou nos Estados Unidos e acabou apaixonado por Jack Harkness. E sentimento também não faltou da parte de nosso Capitão, já que chegou ao ponto de pensar em tomá-lo como um Companheiro de aventuras, assim como o Doutor costuma fazer com humanos aqui e acolá – sendo Jack um deles, diga-se de passagem.

Por esse motivo, eu esperava que a importância de Angelo fosse muito maior do que realmente foi. É claro que o rapaz foi o responsável pela captura de Jack e toda a tortura que o Capitão sofreu (o que explica muita coisa da personalidade que Harkness vem demonstrando desde o início da série, a qual é bem diferente da que conhecíamos antes da imortalidade atingi-lo como um soco lá no final da temporada de 2005 de Doctor Who), mas a série não precisava de um episódio inteiro só para isso acontecer.

No final das contas, todo o sétimo episódio foi descartável. As cenas no presente, com Gwen capturando Jack não poderiam ser mais inúteis. Se Jack iria com a neta de Colasanto de qualquer jeito (e a mulher não tinha a intenção de machucá-lo), por que todo o esquema com as lentes de contato e o rapto foi necessário? Não seria muito mais fácil ela simplesmente se aproximar de Jack (ou mandar algum de seus empregados) e explicar a situação para ele? Para que, pergunto, precisaram capturar os familiares de Gwen? Só para mostrar que a série continua acontecendo tanto nos EUA quanto no Reino Unido?

Três coisas foram mostradas no episódio, mas, se o povo tivesse bom senso, teriam feito em 15 minutos e não quase uma hora:

 - Jack teve um caso com Angelo, mostrou a existência de um universo diferente ao rapaz, que ficou tão encantado que o seguiu de longe por toda a vida e, no caminho, aprender a driblar a imortalidade;
- Gwen sempre se sentiu especial e melhor que os outros por fazer parte de Torchwood e ser a queridinha de Jack, mas o trairia sem piscar (ou pensar em solução melhor) se isso lhe fosse conveniente;
- Ao tomarem conhecimento da imortalidade de Jack, três humanos fizeram um acordo que mudaria o mundo mais de 40 anos depois.

End of the Road, ao contrário de Immortal Sins, não foi um episódio bom. Porque, se o anterior mostrou-se descartável, pelo menos foi interessante de assistir, a despeito dos erros já mencionados. Já End of the Road deu voltas e não chegou a lugar algum. Aliás, uma coisa ele fez, mostrar o quão inútil foi conhecermos a história de Angelo Colasando tão minuciosamente. Porque, sinceramente, para o quê serviu tudo o que soubemos do rapaz?

Oswald Danes é outro que continua sendo um mistério para mim. Não sei o que a tríade (ou os alienígenas, ou seja lá quem está por trás de tudo) viu em um criminoso que sobreviveu à morte. Tanta gente com maior potencial de convencimento junto à população... E era necessária mesmo a cena de Oswald com a prostituta?

Seja como for, ele parece tão descartável quanto qualquer outro na série, o que só aumenta a minha insatisfação diante da falta de utilidade real dos acontecimentos mostrados até agora. Acho que tudo o que importa na temporada poderia ser mostrado perfeitamente em uns quatro episódios e não precisaríamos sofrer durante oito semanas correndo atrás do vento.

Já Jilly Kitzinger continua brilhando a cada cena em que aparece. E, se não dou a mínima para a importância de Oswald com Os Poderes do Miracle Day, o interesse que o grupo mantém em Jilly desperta a minha atenção. Mas, confesso, não acredito que a resposta será assim tão satisfatória. Já não confio que Russell T. Davies conseguirá introduzir qualquer elemento que faça desta temporada aproveitável.

Por ora, ficamos com Jack baleado e Esther desesperada, sem saber para onde ir, já que fugiram da CIA. Dois episódios são tudo o que nos resta e me pergunto se não serão os últimos dois episódios que teremos de Torchwood para todo o sempre. Espero que, seja lá o que fizerem do final desta temporada, abram espaço para Torchwood voltar a ser Torchwood.

2 comentários:

!3runo disse...

Assisti a série inteira e fiquei decepcionado. Primeiro porque, para vender bem nos EEUU, simplesmente tornaram Jack um gay com letras minusculas (o conceito de OMNISEXUAL lhe era muito mais interessante) que não pegou UMA mulher na temporada inteira, apesar de várias chances que teve.

Segundo porque a estória em si ficou mais perdida que cego em tiroteio. E com isso mataram Torchwood completamente.

Mica disse...

Pois é, não consegui engolir esta nova Torchwood. Por mim, apagava esse ano (aliás, os dois últimos, mas MD em especial) e continuava com Torchwood como era antigamente. Porque eles não mataram apenas uma série que era deliciosa de assistir, mas destruíram um dos melhores personagens já criados em Doctor Who.

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