sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O Poder das Escolhas

Esta semana assisti a dois filmes que chamaram a minha atenção, principalmente porque os dois falavam sobre escolhas e o destino. É bem verdade que um é bem mais filosófico que o outro, mas ambos valem a pena.

Mr. Nobody:


Mr. Nobody é um filme de 2009 incrivelmente inteligente, escrito e dirigido por Jaco Van Dormael e estrelado por Jared Leto, Diane Kruger, Sara Polley e Lihn Dan Pham. Imagine um mundo onde as pessoas alcançaram a imortalidade e um único homem, Nemo Nobody, de 118 anos, é o último humano a morrer de causas naturais. Mas o que realmente importa são as lembranças de Nemo e a forma como elas parecem divergir a cada vez que ele as conta, com pequenos detalhes que alteram completamente o rumo dos acontecimentos. Afinal, qual dessas vidas Nemo Nobody realmente viveu? Com qual das mulheres casou? Nemo está mesmo vivo e com 118 anos de idade ou morreu afogado quase 100 anos atrás?
Mr. Nobody fala de escolhas, dos caminhos que traçamos em nossas vidas e de como podemos alterá-los com as mais simples decisões.
Jaco Van Dormael conduz a sua história com sensibilidade e beleza, levando o espectador a se envolver de verdade com a vida de Nemo e os reflexos que suas escolhas trazem para si e para os que o cercam. E os atores dão uma credibilidade ímpar aos seus personagens, em especial Jared Leto que transita entre várias facetas de um mesmo Nemo sem nunca perder a mão ou exagerar. E mesmo os dois intérpretes mais jovens de Nemo encontraram o tom correto, sem escorregarem.
É uma pena que um filme tão bonito, bem escrito, esteticamente estonteante e principalmente profundo - você não consegue terminar o filme e esquecê-lo...Mr. Nobody entra em sua mente e te força a refletir - tenha passado quase em branco pelo grande público.
Sem dúvida nenhuma uma filme para quem gosta de pensar e não tem medo de cinema de verdade.

The Adjustment Bureau (Agentes do Destino):


Eu quis ver este filme por muito tempo, mas só agora tive a oportunidade. Agentes do Destino também fala sobre o livre arbítrio, sobre fazermos o nosso próprio destino, mas falta a ele o brilhantismo de Mr. Nobody. É sim um filme muito bom, bem conduzido e que segue um ritmo constante, sem 'barrigas' cansativas no meio do percurso, mas peca na simplicidade de seu encerramento. Eu tenho a sensação de que tudo vinha se construindo de forma a fechar apoteoticamente e não foi o que eu vi.
Sim, tudo depende da perspectiva do espectador, mas eu esperava algo mais.
O desenrolar, no entanto, vale a pena. Matt Damon e Emily Blunt são incrivelmente carismáticos e convencem no papel de duas pessoas que se encontram por acaso e que têm suas vidas marcadas de tal forma que são capazes de desafiar as próprias leis do universo para terem uma chance.
É interessante como Norris (o personagem de Matt Damon) insiste nas coisas em que acredita e questiona o que  lhe é apresentado, não comprando ideias apenas por serem mais simples ou aparentemente razoáveis. É um homem que sabe o que quer e mesmo quando não tem certeza, luta pelo que entende ser o correto.
Talvez Agentes do Destino seja, antes de tudo, um romance. Mas longe de denegrir o filme, o amor como base é o instrumento usado para que as questões sejam levantadas. Falta saírem um pouco do lugar-comum e não terem medo de arriscar. Mas o filme foi por um bom caminho e vale, sem a menor dúvida, o tempo gasto diante da tela.

Um comentário:

Sérgio disse...

já assisti o agentes.
me interessei pelo Mr. Nobody
vou assisti-lo

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