quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Desafio Literário do Tigre 2014: As Pontes de Königsberg

A cidade de Königsberg (atualmente Kaliningrado) é uma cidade russa situada entre a Polônia e a Lituânia, famosa por ser o berço do filósofo Immanuel Kant. Também adquiriu fama com o problema matemático chamado de As Sete Pontes de Königsberg (resolvido pelo matemático suíço Leonhard Euler). 
Königsberg era banhada pelo rio Pregel que acabava por formar uma ilha em meio a cidade e possuía sete pontes ao longo do seu curso. A dúvida era se havia possibilidade de fazer o percurso cruzando todas as sete pontes, mas apenas uma de cada vez.
O estudo, resolvido por Euler (não é possível), acabou por originar a Teoria dos Grafos.

DESAFIO LITERÁRIO DO TIGRE
TEMA 2: JULGANDO PELA CAPA

Quando eu li os temas para o DL de 2014 eu já sabia que acabaria por ler As pontes de Königsberg no mês de fevereiro. Até tentei lutar contra, mas foi uma guerra perdida desde o início.

Eu vi esse livro na livraria há mais de um ano e me apaixonei por ele logo de cara. A capa vermelha contrasta com a singela figura de uma garota usando vestido escolar enquanto segura um míssil. E o mais legal de tudo é que a garota é destacável, como aquelas antigas bonequinhas de papel que as crianças brincavam.

Foi amor à primeira vista. Nem cheguei a ler do que se tratava, só sabia que eu queria o livro. Mas como ele não é exatamente barato (R$ 43,00 da última vez que chequei) eu posterguei por vários meses. Até chegar o desafio, mais precisamente.

Ainda tentei dar uma busca na livraria por alguma capa que me interessasse, mas eu sabia que qualquer um daqueles eu só estaria lendo porque o desafio me forçava a escolher pela capa. Não era uma conexão de coração. Por isso voltei-me outra vez para Königsberg...só para descobrir que não tinham mais o livro em estoque.

Resolvi dar uma busca na internet e achei para comprar por R$ 28,00. Não pensei duas vezes  (quem resiste a uma promoção de livros?) e uma semana depois o livro estava em minha casa. Agora sou a feliz proprietária de um belíssimo As Pontes de Königsberg (escrito pelo autor mexicano David Toscana e lançado no Brasil pela editora Casa da Palavra - tradução de Michelle Strzoda).


Quanto ao livro em si, não sei muito bem o que dizer, infelizmente ele não me fisgou. Eu li uma resenha muito boa do João Cezar de Castro Rocha que me tirou toda e qualquer vontade de escrever alguma coisa. É, eu sou dessas.

O livro se passa na cidade de Monterrey, no México, e tem 2 narradores distintos. Um deles é o jovem Gortari, cuja irmã desapareceu em uma viagem de escola, e que conta a história em 1ª pessoa. O outro é um narrador em 3ª pessoa, mas que conta a história sob o ponto de vista de três bêbados da cidade: Floro, Blasco e o polaco.

Ao mesmo tempo que a situação em Monterrey vai se desenvolvendo em meio à mente enevoada pela bebida, a história se mescla - por intermédio da professora de Gortari, Andrea - com a queda da cidade de Königsberg durante a Segunda Guerra Mundial. 

Embora eu enxergasse a qualidade da escrita, eu não consegui me conectar às duas histórias. É o tipo de narrativa lúdica que não me atrai, não me mantém interessada. Eu via as conexões, a importância do que o autor estava fazendo, utilizando-se de várias situações para fazer uma correlação entre Monterrey e a distante Königsberg, mas ainda assim eu não conseguia me importar. Os três bêbados eram bêbados demais, Andrea era por demais esquisita e eu não conseguia me conformar com Gortari envolvido nestas alucinações doentias.

Resumindo: terminei o livro com uma sensação de vazio. Sim, eu entendi tudo aquilo que João Cezar de Castro Rocha falou em sua resenha (ou quase, teve algumas coisas que foram novidade para mim), só não consegui sentir nem  um décimo do que ele parece ter sentido enquanto lia. 

E a capa era tão linda...

 



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Um comentário:

Alexandre Lancaster disse...

O que só prova o ditado:
Nunca julgue um livro pela capa. :)

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