sábado, 1 de novembro de 2014

Desafio Literário do Tigre 2014: Tuck Everlasting

DESAFIO LITERÁRIO DO TIGRE
TEMA 10: AMOR

Livro: Tuck Everlasting
Autora: Natalie Babbitt

Desta vez, antes de falar do livro do Desafio Literário em si eu preciso chorar um pouquinho as pitangas.

O tema do Desafio para o mês de Outubro era o amor. O que não faltavam eram títulos que falavam sobre o amor e, talvez por isso, eu tenha levado de forma tão leviana o desafio desse mês. É claro que eu não precisaria de alguma indicação, era só olhar para o lado que algum livro sobre amor gritaria pedindo para ser livro. Meu kindle mesmo tem uns títulos interessantes com o tema.

O problema é que eu meio que queria ler Outlander...até que o mês começou e eu percebi que não teria como. O livro é enorme e em Outubro minha rotina diária mudou completamente. Até eu conseguir me organizar melhor, o único horário que eu tenho para leitura é o horário do almoço (menos de uma hora) e um pouco antes de dormir...e nem todo dia. Ou seja, Outlander estava fora do páreo por pura logística.

E, para piorar, no início do mês eu tinha começado a ler o 9° livro da série The Dresden Files e esta é uma série que quando começo um título não consigo largar. O negócio prende demais. E, com o tempo escasso nesse mês, acabei demorando três semanas para terminar, ou seja, restou-me apenas UMA MÍSERA SEMANA para ler o tema do Desafio.

Por puro desespero passei todos os meus livros (físicos e digitais) pelo crivo e acabei escolhendo Tuck Everlasting, já que estava dando sopa no kindle mesmo. Foram dois os motivos para eu escolher este livro:

1) Ele é curto (vergonha!!! Mas faltando uma semana para o final do mês, eu não podia arriscar muito).
2) Não faz muito tempo (um ano mais ou menos) eu vi o filme da Disney (de 2002), com a Alexis Bledel e o Jonathan Jackson e, portanto, eu sabia que a história era uma graça, delicada e falava de amor.

E foi assim que Tuck Everlasting, o livro, surgiu na minha vida e entrou para o Desafio Literário do Tigre 2014.

O que eu não poderia imaginar é que a adaptação cinematográfica alterou algumas coisinhas em relação ao livro e a mais importante delas foi a idade da protagonista. Enquanto Winnie Foster tem 15 anos no filme e, portanto, tem um romance com o jovem Jesse Tuck, a Winnie literária tem apenas 10 anos de idade e....bem, romance não é exatamente uma coisa natural nesta fase da vida. Ou seja, CADÊ O AMOR!!?? E o meu tema do desafio!? Socorro!!!

Mas vamos lá, já que eu tinha escolhido o livro e não teria tempo para outro, o negócio era continuar a leitura e ser feliz. De fato o livro não traz um romance, mas fala da conexão imediata de uma garotinha sufocada pelos cuidados da família, com um jovem de 17 anos e os seus familiares. Aqui o que importa é a amizade, o carinho sincero e, de certa forma, o amor de uma criança por pessoas que ela quase não conhece, mas que se permite chamar de amigos.

Tuck Everlasting é um livro de fantasia infantil, escrito por Natalie Babbitt em 1975 e teve duas adaptações cinematográficas (o filme de 2002, inclusive, está disponível no netflix com o nome Vivendo na Eternidade e eu muito recomendo para os amantes dos filmes singelos e inocentes). Ele conta a história de Winnie Foster, uma criança solitária e cansada da superproteção da família, cujo melhor amigo é um sapo que volta e meia aparece no jardim de casa.

Um dia Winnie resolve explorar a floresta (bosque? Sei lá! As árvores...) que tinha ao redor de sua casa e que pertencia à sua família. Em meio ao passeio a garota vê um jovem bebendo água de uma fonte logo abaixo de uma árvore bem antiga. Ele a pega no flagra espionando-o e a chama para conversarem. Um simpatiza com o outro logo de cara e o rapaz a leva para conhecer sua família. É quando eles contam sua história para a jovem Winnie: muitos anos atrás (85, se não estou enganada), a família estava de passagem pelo local e pararam para beber água. A medida que os anos foram passando os quatro perceberam que tudo ao redor deles crescia, envelhecia e morria, porém nada acontecia com eles. E as experiências ao longo dos anos foi mostrando a eles que nada do que fizessem poderia matá-los. A imortalidade chegou de surpresa, sem que estivessem preparados ou mesmo pedissem por ela.

Como agora Winnie sabia a história deles, assim como o local da fonte, eles precisavam ter a certeza de que ela não contaria o segredo a ninguém e por isso a levaram com eles para casa, com a ideia de convencê-la a manter o silêncio e devolvê-la para os pais no dia seguinte. É claro que as coisas não saíram bem como o planejado, pois a ganância de um homem que queria o segredo da imortalidade para si acabou por estragar toda a dinâmica daquela família e a paz que eles desfrutavam no coração da floresta.

Contar mais seria dar spoilers, mas vale a pena dizer que Winnie se afeiçoou aos Tuck, em especial ao jovem Jesse (que não era tão jovem assim...tinha 105 anos de idade) e os guardou com muito carinho no coração, certa de que jamais seria capaz de traí-los e contar seu segredo. Mas o interessante era ver como cada membro da família Tuck encarava a imortalidade de forma diferente. Enquanto para uns era uma maldição, onde eram obrigados a ficarem estagnados vendo o mundo passar diante deles, para outros era a oportunidade de ter cada vez mais experiências, de viver a vida em sua plenitude, de conhecer e se integrar, ainda que o seu exterior não mudasse.
O final do livro é um pouco agridoce e nos faz pensar nas escolhas que temos na vida. Os Tuck não puderam escolher, a imortalidade chegou sem ser anunciada, mas à jovem Winnie Foster a oportunidade bateu à porta e não entrou sem ser chamada. Os argumentos foram todos colocados à mesa e a ela coube a decisão de como seria a sua vida.

Bastante delicado e profundo para um livro infantil. A autora está de parabéns.

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