Stargate Universe - Space (1x11)
Data de Exibição: 02/04/2010
Exatamente quatro meses após o seu último episódio, Stargate Universe volta à TV. E embora eu seja uma defensora ardorosa da série e fique vidrada todo santo episódio, não posso negar que não senti a menor falta nesses quatro meses de hiato. Isso é preocupante. Se nem uma fã como eu, que não perde um episódio por nada e que faz campanha pró SGU para todo mundo, não senti diferença entre ter a série no ar ou não, imaginem para os que assistem mais por obrigação ou em lembrança às outras séries da franquia!
Talvez o grande problema seja a falta de identificação com os personagens. E isso é curioso, já que SGU é a primeira das séries Stargate que tem um enfoque principal nas pessoas e não nas viagens off-world. Mas é a pura verdade, enquanto em SG1 ou em SGA nós sentíamos empatia pelos personagens e os tínhamos quase como da família (e, portanto, sentíamos falta quando não estavam semanalmente na nossa TV), em Universe tanto faz como tanto fez aquele bando de gente preso na Destiny. É claro que gostamos dos coitados exilados no espaço (eu realmente adoro o Rush e o Eli), mas alguém aí sentiria falta de verdade de algum deles saísse da série? Eu sei que eu não.
Mas falta de saudades à parte, o que importa é que Universe voltou do hiato com um dos episódios mais movimentados de sua história. Tudo bem, tiveram seus defeitinhos aqui e acolá, mas falaremos disso mais tarde. Por ora, vamos nos deleitar na primeira batalha espacial da série. E quem se importa se os efeitos especiais estavam primários? É um mero detalhe. O legal mesmo foi ver o povo encontrando outra raça alienígena e partindo para o ataque...ou melhor, para a defesa. Até ignoramos o óbvio (não teria como Scott e Greer baterem de frente com os caças inimigos com aquele transportador lento e grande) em prol da alegria de sabermos que a Destiny enfim saiu do marasmo e enfrentou alguma emoção.
A boa notícia é que, a despeito dos efeitos sofríveis na batalha espacial, os utilizados na raça alienígena foram muito bons. É bem verdade que eles só estavam usando aquela roupinha de borracha preta em prol dos momentos que os humanos apareceriam na nave inimiga, mas isso é o de menos. O importante aqui foi vermos outra raça, que obviamente não fala o nosso idioma (e isso eu achei particularmente legal) e tampouco tem conhecimento de quem somos nós. Aliás, acredito que agora saibam um pouquinho mais, já que reviraram a mente do Rush e mesmo da Chloe.
Entretanto, não há dúvidas de que os alienígenas estão atrás da Destiny. E não é de hoje. Se é que alguém ainda se lembra, lá no início da série nós vimos uma pequena nave decolando da Destiny sem qualquer explicação. Pois é, eis nossa explicação. Os homenzinhos azuis estavam de olho na nave Ancient há um bom tempo, e a atitude desmedida do Coronel Young ao deixar Rush para trás, foi a brecha que os azulzinhos precisavam.
E por falar no Young, eu cheguei ao ponto onde passei a odiar o Coronel. Até agora eu estava em uma zona meio cinzenta, não gostava nem desgostava. Ele sempre me pareceu fraco para o comando, ainda mais em uma operação importante como esta em que eles estão, mas eu enxergava certa humanidade no personagem (mais pela sombra de relacionamento que ele teve com TJ e pela confiança de O’Neal no Coronel). Space destruiu completamente qualquer respeito que eu pudesse ter por ele e tudo que ele recebe de mim no momento é o meu desprezo.
Não foi apenas deixar Rush para morrer, mas todo o autoritarismo inconseqüente dele, as conversas prepotentes e arrogantes com Wray (e aqui abro um parêntese para dizer que Ming Na está perfeita na série, apesar da personagem odiável na maioria das vezes) e por fim o ataque à nave inimiga.
Peço desculpas aos que acreditam piamente que o Coronel estava apenas atirando para salvar a tripulação da Destiny, ou mesmo que era uma forma de desviar a atenção dos azuis para que Rush pudesse escapar, mas para mim, o que o Coronel estava realmente fazendo era apagar os traços da sua própria covardia. Ele estava disposto a matar Chloe se com isso conseguisse eliminar Rush de vez e não deixar ninguém descobrir que ele o havia abandonado no planeta propositalmente.
E eis aqui duas das coisas que mais me incomodaram nesse episódio: a captura de Chloe e o retorno tão rápido de Rush. É claro que eu queria Rush de volta, mas teria sido muito mais interessante deixá-lo longe por mais alguns episódios. Daria um ar de expectativa muito maior. Mas não, assim como destruíram em tempo recorde todo o clima angustiante que construíram no episódio Time (1x08), os produtores não souberam aproveitar a oportunidade que criaram em Justice (1x10).
Agora Rush está de volta, mais traiçoeiro e vingativo que nunca e vai fazer de tudo para desacreditar o Coronel. (alguém aí se arrisca a dizer se Eli mostrou o vídeo para Young por voltar a acreditar nele ou se vem gravando as conversas da tripulação a mando do Coronel?)
O outro ponto, como eu mencionei, foi a captura de Chloe. Não que eu tenha me incomodado com ela zanzando pela nave em pleno ataque inimigo (na verdade, acredito que ela não tenha se dado conta de que estavam sendo atacados até ser tarde demais), mas precisava mesmo ser ela a ser levada? Já não basta ser a civil bonitinha que divide a cama com o oficial mais bonito da tripulação, ainda tem que fazer dela a donzela em perigo? É reduzir demais a personagem. É torná-la ainda mais inútil do que já é.
Definitivamente está na hora desses roteiristas começarem a escrever boas cenas para a Chloe, porque só de um rostinho bonito não vive uma personagem.
E eles podem fazer quando querem. Esse episódio foi a prova de que podem entremear cenas de ação com desenvolvimento psicológico e, o mais importante, com participação mais efetiva e de qualidade de maior parte do elenco. É só lapidarem a jóia bruta que tem nas mãos, apararem a aresta e as coisas começarão a andar.
Só faço mais um pedido antes de acabar: não fiquem matando/incapacitando personagem a torto e a direito. A Destiny não tem uma tripulação tão grande assim para a série se dar ao luxo de eliminar gente como se fossem baratas.
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