sexta-feira, 11 de junho de 2010

Glee - Journey (1x22) - season finale


Série: Glee
Episódio: Journey
Temporada: 1ª
Número do Episodio: 22
Data de Exibição nos EUA: 08/06/2010


Eu queria escrever um review à altura de Journey, porque venhamos e convenhamos, depois da coisa horrenda que foi Funk, nós merecíamos um episódio de fazer o chão tremer neste final de temporada. Mas cheguei à conclusão de que o quanto mais eu pensava sobre o que escrever, mais atemorizada eu ficava. Simplesmente não teria como colocar no papel tudo o que esse episódio me fez sentir. Aliás, tudo o que a série me fez refletir e vivenciar nesses últimos meses. Então larguei mão e resolvi ser sucinta. Falar o que gostei e o que não gostei e que seja o que Deus quiser. Para que coerência, afinal? As emoções que experimentei não foram coerentes, o tremor, a ansiedade, a expectativa, as ‘borboletas’ na barriga, a alegria e as lágrimas em profusão não foram coerentes, então por que eu, justo eu, teria que ser enquanto escrevia?

Posso dizer sem vergonha que amo Glee. Sei de seus defeitos (e como não saber? A falta de desenvolvimento dos personagens e a falta de desenvolvimento dos temas abordados, para não mencionar a descontinuidade dos episódios que ficaram dolorosamente explícitas no decorrer dessa segunda parte da série....apesar de ser justamente esta fase que me fez obcecar com Glee....vá entender!), mas a série conquistou seu espaço no meu coração e não creio que vá sair daqui por muito tempo.

É bem verdade que o motivo da minha obsessão tem nome. Ou melhor, nomes: Jonathan Groff (aka Jesse St James) e Idina Menzel (Shelby!!!), então sabe Deus como me virarei na próxima temporada sem os dois. Por isso continuo com o coração na mão, aguardando ansiosamente o anúncio de que ambos voltarão. Eles esperam voltar (pelo menos é o que dizem em toda santa entrevista), só precisam criar histórias decentes e ajustarem horários e afins. Eu estou confiante, principalmente porque Glee não seria o mesmo sem os dois.

E por pura necessidade de esquematizar as coisas, deixem-me começar pelo que eu não gostei que fica mais fácil tecer elogios depois:

- O flashback de Quinn com Puck. Eu tinha a ilusão de que a relação dos dois tivesse acabado na cama devido a um desejo intenso e impossível de refrear. Eu imaginava algo acionando a faísca e uma coisa levando a outra até que os dois se viram diante de um caminho sem volta. Qual não foi a minha decepção ao ver que Quinn traiu Finn de caso pensado (ou melhor, anuiu friamente à proposta do outro) e que Puck usou dos argumentos mais tolos e frios possíveis para conseguir levar a garota para a cama? Destruiu um pouco a imagem que eu tinha dos personagens.

- A história que a mãe de Quinn contou para procurar a filha. Quer dizer que ela só foi atrás de Quinn porque o marido a traiu? Que vergonha! Teria sido muito mais interessante se a Sra. Fabray tivesse enfrentado o marido e exigido o retorno de Quinn do que buscar a garota apenas porque estava se sentindo sozinha e abandonada (para não falar, traída).

- Essa união repentina de Quinn e Mercedes. Não é que eu ache impossível, só acho que foi repentino demais e soou muito falso. As poucas indicações nos episódios que vimos não criariam um vínculo aparentemente tão forte entre as duas.

Aqui eu também poderia mencionar o absurdo temporal que foi a final. Quinn cantou e dançou o mashup e então rompeu a bolsa, foi para o hospital (acompanhada de todos) ganhou o bebê (tudo enquanto o Vocal Adrenaline cantava) e todo o povo teve tempo de voltar para a premiação? Mais fora da realidade impossível! Mas quem se importa? Eis um exemplo de que o irreal por vezes fica mais interessante na tela do que poderíamos imaginar (e sempre podemos argumentar que o outro grupo ainda cantou, e que os jurados ficaram o dia inteiro votando....fã arruma desculpa para tudo! Eu inclusive).

Outra coisa que me incomodou foi a atitude de Shelby. Movida por um desejo bem natural de ser mãe (e sabendo que não poderia mais engravidar) ela se esgueirou para o centro da vida da filha que abandonou (usando inclusive um aluno seu no processo, o que acabou machucando a garota ainda mais) e quando finalmente ficou frente a frente com a garota, voltou atrás sem pensar duas vezes nas consequências para a adolescente. E mesmo diante do pedido desesperado de Rachel durante a final ela foi capaz de pisar nos sonhos da garota com a maior frieza.

Eu confesso que tive ímpetos de surrá-la naquele momento. Ao mesmo tempo, Idina foi tão perfeita em sua interpretação da personagem, que passou muito bem a confusão de Shelby e as incertezas de suas escolhas e atitudes. Eu tenho a sensação de que a mulher está assustada com a idéia de ter uma filha adolescente (eu também ficaria) e não tem a menor idéia de como lidar com a situação. Embora queira uma aproximação, tem medo dela se concretizar. Acredito (na verdade, espero) que adotando Drizzle (porque é bem mais legal que Beth) ela acabe descobrindo como se reaproximar de Rachel de uma forma mais natural. Além do que, seria legal vermos Rachel lidando com o fato de virar irmã mais velha.

Também senti falta de uma cena mais explícita e conclusiva entre Rachel e Jesse. Eis um exemplo de como destruir uma história com muito, muito potencial. Estou com a participação de Jesse entalada na garganta. O Jonathan Groff é um ator extremamente carismático (talvez por isso eu tenha acabado apaixonada por Jesse, independente das motivações dele) e que apesar da sua cara de anjo e voz macia, convence assustadoramente como a diva sem caráter e arrogante que Jesse é (ou não). Ele merecia mais desenvolvimento à sua história, além de mais oportunidade para cantar.

Mesmo assim, cada vez que aparecia Jesse brilhava. Tem algo a ver com a intensidade do seu olhar (que parece desnudar a alma da pessoa) e a paixão com a qual se atira às coisas. A partir do momento que foi executar sua missão de se aproximar de Rachel, não ficou cheio de dedos, partiu para o ataque com tudo. E quando completou seu propósito, não hesitou em voltar para seu lugar de direito. Sim, porque acima de tudo Jesse é um jovem em busca de sucesso e, desculpem, mas, por melhor que o New Directions seja (ou se torne), eles não davam à mínima para as qualidades artísticas do rapaz. O Vocal Adrenaline sempre foi seu lugar.

Apesar disso, não acredito que ele desejasse fazer mal à Rachel. Não é essa a sensação que o personagem me passa. Muito pelo contrário. A impressão que eu tenho é a de que Jesse realmente se importa com ela e que se sente horrível por precisar abandoná-la para perseguir o seu sonho (e mesmo para que ela não descubra que ele foi um agente na reunião mal sucedida dela com a mãe).

Seja como for, o rapaz cantou Bohemian Rhapsody com uma explosão de sentimentos que me deixou sem ar. Ele vibrava naquele palco. Tudo nele exalava uma fúria e agressividade que não estou acostumada a associar ao personagem. E as últimas palavras da música descrevem com perfeição esse sentimento de inutilidade, de que depois de tudo o que fez nada realmente importa. A forma como ele olha para Rachel enquanto cantava demonstrava o quanto estava sofrendo melhor do que qualquer conversa que pudessem ter. De alguma forma ao destruí-la ele machucou a si próprio e perdeu muita coisa durante o processo.

Não sei como as pessoas encararam a participação de Jesse na história (ou o seu regresso ao Vocal Adrenaline, culminando em uma das melhores – se não a melhor – apresentações da série), mas para mim Bohemian Raphsody gritava juntamente com os agudos de Groff, não a falta de caráter do personagem, mas sim o quanto ele se sentia perdido e machucado e que agora estava deixando tudo para trás, pois ‘nada realmente importa...para ele’.

E era óbvio pelo seu olhar enquanto aguardavam os resultados que ele não estava exultado por ser maior ou melhor que Rachel (ou mesmo o New Directions), mas sim incrivelmente triste pelo que ele não tinha mais. Não estou dizendo que ele não ficou radiante ao ter vencido (principalmente depois de ter doado tanto de si na apresentação). Claro que ficou! Ele é Jesse St. James afinal de contas! E quem não ficaria? Até eu! A vitória foi merecida, trabalhada, a apresentação foi impecável tanto estética quanto vocalmente e eles eram notadamente superiores ao New Directions. Mas a alegria da vitória não significa que ele não sinta nada por Rachel ou que a estava espezinhando.

Posso estar enganada, e embora saiba que Finn é supostamente o grande amor da vida da Rachel (pelo menos da Rachel estudante), eu acredito que ela ainda se importe com Jesse. Ela estava tão machucada, sentindo-se traída, diminuída, e, a forma como falou com Shelby foi uma demonstração clara de que estava horrorizada por Jesse tê-la abandonado e voltado para o grupo inimigo (e ficar ainda ais perfeito e fantástico por lá). Nesse momento ela buscou conforto na única pessoa que poderia entendê-la: sua mãe. E Shelby cortou pela raiz qualquer esperança que a garota pudesse ainda ter com um envolvimento da mãe em sua vida. A coitada da Rachel foi traída duas vezes. Na verdade, ela só levou uma atrás da outra durante a temporada inteira, seja de Finn, Puck, do restante do grupo, de Jesse e por fim da mãe. Nada mais justo que o Glee Club tenha se salvado nos últimos segundos da prorrogação, senão eu teria muita, muita pena dessa garota.

E por falar no Glee Club se salvando, eu imagino que deveria comentar algo sobre Sue. Mas sinceridade? Não sei o que dizer. Eu gosto muitíssimo da personagem e adoro ver que ela tem um prazer especial em ser maldosa, mas que ‘maldade aos meus faço eu, não os outros’. E o que seria de sua vida cotidiana sem o Glee Club para atazanar? Eu fico feliz que ela tenha sido justa. Querendo ou não ela conhece a história do grupo e por isso enxerga o brilho dos garotos e por isso lutou pela vitória do New Directions. Eles até podem não ser os melhores, mas tem, sem dúvida alguma, fibra e muita, muita garra. Seu voto foi perfeito.

Enfim, terminei a primeira temporada satisfeita. Teve seus altos, seus baixos e seus inúmeros desvios no meio do caminho, mas soube segurar seu público e nos trouxe um último episódio impecável. Eu sei que exigir perfeição de toda uma temporada é querer demais, entretanto não custa sonhar, não é?

******

Acabei de me dar conta que não falei dos números musicais do New Directions!!! É que eu gostei tanto de todos que meu foco foi todo nas histórias por trás dos números e não nas músicas em si. Mas uma coisa eu preciso dizer: Somewhere Over the Rainbow foi talvez a única música cantada por Will que realmente tocou meu coração e me marcou. Todo o restante foi esquecível (mesmo as boas músicas), principalmente por culpa da mania horrível de sempre fazer um rap aqui e outro acolá que deixavam uma péssima impressão do Shuester, mas esta música que encerrou a primeira temporada ficará guardada em meu coração, assim como a série.

PS: Uma pena que Jayma Mays estivesse envolvida com The Smurfs durante a segunda parte da série. Eu senti falta de Emma e espero vê-la mais na próxima temporada.

2 comentários:

Thais Afonso disse...

"É bem verdade que o motivo da minha obsessão tem nome. Ou melhor, nomes: Jonathan Groff (aka Jesse St James) e Idina Menzel (Shelby!!!), então sabe Deus como me virarei na próxima temporada sem os dois."

O que é exatamente o meu caso. E por causa disso, me senti exatamente da mesma maneira que você. Compreendi o Jesse e também achei que havia uma dor na voz dele, que me comoveu. Apesar disso, achei o final da música meio pá de cal mesmo. Algo sobre como ele estava disposto a sacrificar algo como seu relacionamento com Rachel, porque nada mais além do seu futuro importa, sopre o vento do seu sucesso para onde soprar, e naquele momento era pro lado do VA. Mas discordo também de quem entendeu que era a Rachel não importava, porque acho que a estória ali era que os dois eram perfeitos um para o outro e se gostavam, mas o timing estava todo errado e as circunstâncias também.

Em Funk, por exemplo, acho que ele só faz o que fez porque não podia realmente ir até Rachel e contar que estava trabalhando com Shelby, porque na linearidade de produção isso ainda não tinha ocorrido. Então senti falta de algo mais entre eles, mas para mim entre a dedução e aquela música, tudo o que aconteceu até aqui é assunto encerrado.

Quanto a Shelby, eu a amava tanto, principalmente por causa da Idina, até consegui ver ela estendendo a mão para tentar tocar na Rachel de tanto que vi a cena, mas mesmo depois disso me senti traída. E a única maneira de isso deixar de ser é se ela voltar e construir alguma conexão com a filha. Eu entendo que ela tinha um vazio que infelizmente Rachel não podia preencher dentro dela, e que além de frustrada por continuar se sentido assim, vazia, ela tinha medo do que fosse fazer com Rachel. Mas o problema era que ela já tinha feito. E não conseguiu ver, não conseguiu deixar de ser egoísta. Agora é só esperar que Idina retorne mesmo, porque com Beth preenchendo esse vazio, acho que agora sim ela tem todas as condições de ser a pessoa que Rachel precisa.

Além disso, a personagem tá conectada de maneira tão profunda com a vida de tanta gente nessa série, que seria até bizarro ela não reaparecer. Até com o Will! E eu super acho válido que Emma fique com seu dentista (John Stamos! Ela tá muuito bem) e Will vá esquentar seu pézinho com sua ex-rival. Sei lá porque, mas gosto da idéia dos dois como casal. Shelby é problemática do jeito dela, mas não como Terri e Emma. Ela é mais adulta (e mais velha)e não me parece o tipo de mulher que se tornaria totalmente dependente emocionalmente do cara, como as outras duas. Sei lá, talvez eu gosto da idéia dos dois porque esteja cansada dos dramas do Will.

MO disse...

Adorei o post... incrivel como nós fãs procuramos dar explicações aos maus comportamentes dos nossos personagens favoritos. Eu também amo o Jesse, desde o momento que ele cantou Hello com Rachel!

Tmb senti a dor dele cantando a música e acredito que por mais que ele tenha gostado de Rachel, ele não desistiria da carreira que ele levou tanto tempo pra criar por uma pessoa que ele conheceu há pouco tempo. Fico pensando se Rachel não faria o mesmo.Claro que sim e os dois são super parecidos.

Em Funk, eu só achei q fez o q fez por causa dos integrantes de V.A, algum se lembra quando Finn teve escolher entre Glee e o futebol e escolheu o futebol e ainda tinha que jogar aquela bebida na cara de Kurt?Na minha opinião isso foi a mesma coisa que ocorreu qnd Jesse voltou a seu grupo.

Realmente espero que tanto ele qnt Shelby voltem, a série nao vai ser a mesma coisa sem eles.. e Jesse precisa cantar mais.

Falando na Shelby, eu a amava tanto, mais esta historia dela foi meio doida, primeira faz de tudo para ter a filha perto e depois não a quer mais como um brinquedo que você troca no loja. Acho que o fato dela ter adotado Beth pode fazer com que ela amadureça e vá atras de Rachel.... eu tmb adoraria ver Rachel aprendendo a cuidar de alguem q nao fosse ela mesma.

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