Buffy – 1ª Temporada
Recentemente entrei em uma fase ‘recordar é reviver’. Primeiro foi Firefly, depois veio Arquivo X (ainda em curso) e agora Buffy.
A primeira temporada re-assisti em maratona, um episódio atrás do outro, e foi uma experiência inigualável. Há algo de especial em Buffy que te instiga a continuar e que mexe profundamente com o espectador. Não é a toa que mobilizou uma multidão de fãs na época, os quais continuam fieis ao sentimento até hoje.
Mas re-assistir, por melhor que seja a série ou a experiência de revê-la não é a mesma coisa que ver pela primeira vez. É claro que o motivo é já conhecer o futuro, mas ao contrário de outras séries, onde o problema está em perder o elemento surpresa e com isso parte da graça, em Buffy conhecer demais significa sofrer duplamente.
É meio catártico revê-la com 16 anos, nova e inexperiente, aprendendo sobre quem era e quais os seus limites. É até bonito rever Willow tão jovem, inocente e cheia de bondade naquele coração que será tão massacrado e que sofrerá transformações tão profundas. Até mesmo Xander, que antes era apenas objeto de irritação, agora é visto com outros olhos (talvez porque eu cresci e amadureci, talvez porque lembre do amadurecimento do personagem, não sei).
Mas quando pensamos em tudo o que os personagens enfrentarão é impossível não sofrer revendo-os tão cheios de vida e esperanças. É difícil não lembra o que sentimos ao ver pela primeira vez Buffy apaixonar-se por Angel e descobrir que ele era um vampiro. Aquele homem atraente, misterioso e cheio de conhecimentos, que viraria de cabeça para baixo a vida da Caçadora e dos fãs junto com a dela. Um sucesso que foi tão grandioso que levou o personagem ao seu próprio show e a vida da Caçadora a novos rumos. E eu seria hipócrita se não dissesse que sofro ao vê-lo tão cheio de dor nesta primeira temporada, mas ao mesmo tempo tão bonito e cheio de potencial. Porque os rumos que o personagem tomou me fazem estremecer só de pensar.
E é engraçado revermos o Mestre, todo poderoso e temível e lembrarmos dos inimigos que vieram posteriormente. Todos ainda tão verdes, tão despreparados...
O que faz me traz à mente uma dúvida que tive desde os anos noventa, quando vi a série pela primeira vez: por que os vampiros importantes usam seus rostos humanos e os de quinta categoria permanecem desfigurados todo o tempo? (além, é claro, da economia com a maquiagem) O Mestre nunca foi vampirinho de quinta, então por que estava sempre em sua forma vampírica? Ou aquela é a forma natural do vampiro e eles se esforçam para usar a forma humana? Ou, à medida que envelhecem, vão perdendo a capacidade de voltar à sua camuflagem humana?
Uma coisa interessante foi rever Darla.Uma Julie Benz mais nova e menos magra e no entanto mais adorável do que nunca. O que eu não lembrava é de Darla ser tão fraca (apesar de ser a favorita do Mestre). Na minha mente eu lembrava de uma Darla que era adversária à altura, que aprontou poucas e boas (embora ainda teremos outras oportunidades de revê-la) e não aquela vampira tolinha, que se esforçava para ser a queridinha do criador.
Outro personagem que havia me marcado de forma mais impactante era o Messias. Não sei se desta vez ele passou em brancas nuvens por mim porque eu já sabia de seu papel ou se é porque, 14 anos mais velha, eu enxergue o personagem de outra forma hoje em dia, mas fiquei um pouco decepcionada revendo-o. Foi trivial demais.
Mas a melhor parte de rever Buffy é relembrar o que eu senti na época. As inúmeras discussões a cada episódio e as teorias que advinham delas. É lembrar dos comentários detalhados de fãs apaixonados, dos paralelos bem pensados entre Buffy e a vida dos adolescentes e principalmente do conforto e acalento que esse universo trazia ao meu coração tantos anos atrás.
Isso é o mais difícil em rever a série hoje, mais de uma década depois. Não há mais a profusão de e-mails, os comentários apaixonados e calorosos e tampouco a miríade de sites e informações pululando na rede. Há apenas eu e o meu computador, fazendo uma maratona solitária, mas nem por isso menos especial.
E que venha a segunda temporada.
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