Sinopse: Com seu dom para se colocar em problemas, Sookie testemunha o ataque ao Merlotte’s, bar onde trabalha. Como ficou conhecido que Sam Merlotte tem duas naturezas, a suspeita recai imediatamente nos anti-mutantes da área. As suspeitas de Sookie são outras, mas sua atenção é dividida quando ela percebe que Eric Northman e sua cria Pam estão planejando matar o vampiro que é agora o mestre da área. Gradualmente Sookie é sugada pelo enredo que na verdade é muito mais complicado do que ela imagina...
Livro: Dead Reckoning – A Sookie Stackhouse Novel
Autora: Charlaine Harris
Editora: Penguin USA
Páginas: 336
Dead Reckoning é o 11º livro da saga Sookie Stackhouse (ou The Southern Vampires), mas a série não para por aí. Em maio/2012 será lançado o próximo título, Deadlocked, pelo qual estou ansiosa ao extremo, principalmente depois dos acontecimentos desse 11º.
Embora tenha sido lançado em meados de 2011 e eu esteja basicamente em dia com a saga (ainda preciso ler os contos tanto da Sookie quanto da Dahlia, uma outra personagem citada brevemente em All Together Dead e que ganhou uma série própria de contos), demorei até agora para me empolgar e ler Dead Reckoning. Coloco a culpa na releitura dos livros iniciais da saga, lançados em português no Brasil (todos devidamente resenhados por aqui) que me deram uma overdose de Sookie Stackhouse (isso e a péssima temporada de True Blood, mas não vamos mencioná-la mais, que é para não sofrer com coisas que não nos dizem respeito).
Mas a despeito da minha demora para iniciar o livro, depois que eu peguei não larguei mais. As histórias da Charlaine Harris são sempre deliciosas de ler e o universo que criou com os vampiros sulistas está cada vez mais rico e apetitoso.
Neste 11º livro eu tive a sensação de que nada aconteceu (como posso ter lido 336 páginas sem nem sentir?) e ao mesmo tempo a história andou de uma forma assustadora. Muita coisa está diferente na vida de Sookie e daqueles que a cercam.
É interessante observarmos o quanto a própria Sookie mudou, mas principalmente o quanto ela tem consciência desta mudança. Não tenho bem certeza de quanto tempo passou desde o início da saga, quando Bill entrou pela primeira vez no Merlotte’s, mas não pode ter sido mais de 2 ou 3 anos, porém a vida ao lado de seres sobrenaturais cobraram o seu preço na personalidade de Sookie. Ela continua forte, determinada, inteligente, sorridente, amiga e com um coração na maioria das vezes bom e generoso, mas matar já não é mais algo tão estranho para ela, nem mesmo desejar a morte daqueles que ela considera seus inimigos (o que no fundo a assusta).
E inimigos é o que não falta na vida da telepata. Como esposa de Eric ela atraiu sobre si a atenção de Victor, o Regente de Lousiana, ali colocado pelo novo Rei Felipe. Victor odeia Eric, a guerra entre os dois é praticamente escancarada e para Sookie sobram os estilhaços.
Sandra Pelt, a petulante irmã de Debbie Pelt, também jurou vingança pela morte da irmã (que todos sabemos que se foi desta para pior pelas mãos de Sookie). E, é claro, teve toda a guerra entre as fadas, criaturas que fizeram questão de colocar Sookie bem no meio dos acontecimentos.
E é por conta da guerra (mais precisamente o fechamento da passagem entre o nosso mundo e o das fadas), que atualmente Sookie mora com dois parentes feéricos: Demort, o seu tio-avô que é a cópia siamesa de Jason, e Claude, primo de Sookie e irmão gêmeo da falecida Claudine.
Dead Reckoning cuida especificamente da relação de Sookie com os seus inimigos e, agora que terminei a leitura, quando paro para pensar, fico surpresa em como as coisas se resolveram de forma tão clara em apenas um livro. As mudanças foram tamanhas, que Deadlocked com certeza terá um rumo completamente diferente.
Eu fico um pouco triste com Sookie, porque por mais que ela tente viver normalmente, o sobrenatural a impede. Seu sangue de fada atrai as criaturas como o açúcar atrai formiga. E ela já está tão envolvida neste mundo não humano, que foi obrigada a se adaptar, por isso as transformações na personagem são tão evidentes. Não tem como você vivenciar tanta morte, frieza e culturas diferentes (porque cada ser sobrenatural tem os seus próprios rituais e modo de vida, que geralmente diferem bastante dos humanos) sem aprender a tolerar muita coisa.
Nem por isso eu gosto de todas as mudanças na personalidade de Sookie. A necessidade a obrigou a se tornar mais fria e intolerante (e também verdadeira, devo admitir) com algumas atitudes alheias e certas reações da personagem me tiram do sério, como por exemplo, quando expulsou Claude, Amélia e Bob de sua casa. Ou mesmo o ‘chega prá lá’ que deu em alto e bom tom em Alcide (não que eu goste muito de Alcide, mas a forma como ela o expulsou de sua vida foi um tantinho egoísta, na minha opinião).
Mas algumas coisas eu gostei bastante neste livro. Uma das melhores coisas foi conhecermos um pouco mais do relacionamento de Adele (a avó de Sookie e Jason, caso alguém não lembre) com Fintan (a fada, irmão de Dermot), o envolvimento do Sr. Cataliades no dom que acompanha Sookie e seu primo Hunter, e também o mistério acerca do cluviel dor. O que será o presente que Fintan deixou para Adele? Qual será o pedido que Sookie fará ao ‘presente de amor’ deixado por seu avô?
Também foi bom revermos Amélia (a bruxa) e Bob (o ex-gato). É bem verdade que Amélia só complicou a situação (e que horas para conseguir descobrir o feitiço que quebraria a ligação de sangue entre Sookie e Eric!), mas é legal saber que os personagens não desaparecem nas histórias de Charlaine Harries, eles são tão presentes quanto pessoas de verdade que orbitam nossas vidas.
O que me deixa um pouco temerosa é o acordo que Appius, o criador de Eric, assinou antes de morrer, garantindo que Eric casaria com a Rainha de Oklahoma. A situação está crítica para Eric, pois não consegue pensar em uma forma de quebrar o acordo de Appius, mas casar com Oklahoma significaria abandonar Sookie, e Eric ama a telepata. Como eu disse, que hora infeliz para quebrar a ligação entre os dois.
O meu medo é que a autora, embora consistente na relação de Sookie com Eric (inclusive no amor da humana pelo vampiro), sempre menciona aqui ou acolá o quanto Bill ainda a ama e a aceitaria de volta se ela quisesse. Eu aprendi a gostar de Bill como personagem de apoio, mas nunca mais quero vê-lo com Sookie, e esta situação toda do casamento de Eric me deixa aflita, não consigo evitar.
As boas novas são que, depois de uma luta sangrenta e muitas baixas, os vampiros de Eric + Sookie, conseguiram matar Victor. Um tormento a menos. Resta saber como o Rei Felipe reagirá.
Infelizmente a vitória sobre o Regente não veio antes da morte de Miriam, que sofria de leucemia. Foi dolorido acompanhar a dor de Pam, que desejava pela primeira vez criar um vampiro e teve seu pedido negado pelo Regente e foi obrigada a ver Miriam definhar e morrer sem nada poder fazer pela mulher que amava.
O melhor da batalha contra Victor e seus vampiros foi termos finalmente o prazer de ver Bubba encarnando Elvis em seu esplendor. Foram poucas as vezes que a autora falou tão claramente que Bubba é sim Elvis Presley. Não que alguém ainda duvidasse, mas é gostoso ler com todas as letras algo que a autora vinha mostrando sutilmente.
Até fiquei com vontade de ver alguns vídeos do Elvis depois de ler o livro...
Seja como for, minha curiosidade foi aguçada para o 12º volume. Sookie se livrou de Sandra Pelt com a ajuda de Sam e Jannalynn então, imagino, essa não será mais um problema. Mas há algo acontecendo entre as fadas e não cheira nada bem. Sem falar do casamento de Eric e da morte de Victor. Muitas consequências incertas de atitudes tomadas neste livro. A leitura foi leve e prazerosa, mas não dá para simplesmente recostarmos a cabeça no travesseiro e ficarmos tranquilos. Os acontecimentos para o futuro prometem, e muito.
2 comentários:
Ainda estou no 9º livro, mas fiquei muito triste quando Sookie rompeu com Quinn.... De todos, acho que o mais "neutro" era ele.
Não encarei como traição o fato dele estar trabalhando para os Vampiros. Ele só queria protege-la
Quinn tinha o sangue quente e uma química incrível com ela,havia perspectiva de uma vida a dois e podiam quem sabe entrar em encrenca juntos e até envelhecer juntos. Não gostaria que ela virasse uma vampira. A Srª Harris disse que não escreve finais felizes...
Pode ser que Sookie termine sozinha... ou não...mas gostaria que Quinn entrasse na vida dela novamente.
Eu não tinha nada contra Quinn, mas não tinha nenhum amor particular por Sookie com ele.Faz algum tempinho que eu li e, admito, não lembro mais o motivo do término entre eles. Já aconteceu tanta coisa nesta série que eu esqueço metade delas até serem mencionadas de novo, o que é uma pena.
Também não quero que Sookie vire vampira. O ideal para ela seria viver com alguém o mais humano possível, de forma que pudesse ter filhos, uma família, ser normal. Mas eu amo ela com Eric, e minha opção nº 2 sempre será Sam (eu o amo de todo o coração).
Tenho um pouco de medo do final da série...já li até o 12º livro e sinceramente não tenho a menor ideia de como ela pretende terminar. Há momentos que as coisas mudam tão rapidamente (e guinadas de 180º) que tudo pode acontecer.
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