True Blood: She’s not There (4x01)
Data de Exibição nos EUA: 26/06/2011
Apesar da minha decepção homérica com a terceira temporada da série, eu estava bem ansiosa com o início desta nova, embora a má experiência que tive anteriormente deveria servir de exemplo. Não sei bem explicar o motivo, mas True Blood é meio viciante, mesmo quando o que estou vendo não me agrada.
Para voltar a me ambientar com todo o universo dos vampiros resolvi reler os livros de Charlaine Harris (a recomendada série The Southern Vampires, que deu origem à True Blood). Embora a autora já tenha lançado 10 livros sobre Sookie Stackhouse, no Brasil foram publicados devidamente traduzidos apenas 05 até agora. E foram pouquíssimo divulgados, o que é uma infelicidade, já que os livros realmente valem a pena .
O quarto livro – Dead to the World, que aqui recebeu o nome de ‘Procura-se um Vampiro, e do qual fiz resenha – é o que serve de inspiração para esta quarta temporada de True Blood. E quando eu falo ‘inspiração’ estou querendo dizer realmente isso. A série segue sim um padrão que a localiza dentro de cada livro de Charlaine Harris, mas inúmeros acontecimentos já a distanciaram da história dos Vampiros Sulistas da literatura. Por isso tentarei ser objetiva e não ficar comparando livro e série de TV, embora, admito, não será uma coisa muito fácil. Inevitavelmente passei o episódio inteiro pensando “como eles podem ter feito isso com a história!?”
Jason virou um policial responsável (posso dizer que gostei muito dessa mudança de Jason? Ele sempre foi um dos personagens que mais me incomodava na série e vê-lo um pouco mais maduro e demonstrando seu carinho pela irmã me deixou muito feliz), Tara passou a namorar mulheres e tem pulado de cidade em cidade sem assumir a própria personalidade, Sam parece que reencontrou seu foco ao se aproximar de outros shapeshifters (eu amo Sam desde o início, mas tenho a sensação de que os roteiristas deliberadamente quiseram destruir a personalidade dele na temporada passada. Espero que se redimam dos seus erros), Andy viciou-se em V, a comunidade vampírica tenta se afirmar perante a sociedade humana depois do fiasco Russell Edgington diante das câmeras de TV, Arlene ganhou o bebê do qual tanto tentou se livrar (e fui só eu que notei que o garoto é a cara do ator que fez o Renè?), Jessica e Hoyt vivem uma vidinha tranquila de casados (e continuam sendo o casal mais bonito desta série) e, as duas coisas mais importantes: Eric comprou a casa de Sookie (porque jamais deixou de acreditar que ela voltaria e, principalmente, porque quer a telepata para si) e Bill destronou Sophie-Ann e tornou-se o novo Rei de Louisianna (além de demonstrar uma certa aspiração a cargos políticos e influentes).
Talvez essas mudanças tenham seus efeitos positivos na série. Muita coisa diferente pode sair dessas novas vidas que o povo tem levado e se os roteiristas tiverem um pouco de competência, não recairão nos mesmos erros das duas temporadas anteriores. Infelizmente para mim, não confio muito na competência do pessoal da produção.
Minha maior tristeza é a presença constante de Bill. Eu sei que disse que tentaria não comparar livro e série de TV, mas se tinha uma coisa que eu amava no quarto livro era justamente o fato de Bill mal aparecer nele. Depois de Sookie terminar o relacionamento dos dois, o vampiro viajou para o Peru e lá ficou durante todo o desenrolar dos acontecimentos e só dá as caras novamente bem no final. Infelizmente esse primeiro episódio já mostrou que Bill estará bem ativo na temporada, já que agora é o Rei e, pior, está acima de Eric na hierarquia vampírica. Ninguém merece ter que agüentar isso. Inclusive, o que um vampiro que já deixou bem claro que odeia o que é, que mantém a expressão constante de sofrimento por sua natureza, pode querer no papel de Rei?
Já a história das fadas é outro ponto nevrálgico. Desta vez eu admito, não conseguirei ser imparcial nas minhas opiniões, porque vi toda a cena xingando o que fizeram com as fadas. A boa nova é que a guerra entre as facções ainda existe e está mais ativa que nunca. Podem até falar dos efeitos especiais xinfrins, mas eu gostei da perseguição à Sookie e ao seu avô.
As más novas são muitas: o plano ridículo de capturar pessoas com sangue de fadas e mantê-las naquele estado idílico, a aparência horrenda das fadinhas, o fruto dourado brilhante que mantém os humanos drogados e felizes, a aparição relâmpago do avô de Sookie – cuja falta nunca foi sentida por mim – só para vê-lo morrer logo em seguida, os poderes de Sookie serem capazes de ferir a fada chefe daquela facção (supõe-se que os poderes da garota advêm do seu sangue de fada, correto? Mesmo assim ela é só parte fada, então como pode ter mais poder que uma fada completa?), mas principalmente, a história absurda que Bill contou de que Sookie esteve desaparecida por estar tratando de assuntos de vampiros. Essa foi a desculpa mais mequetrefe que eu já vi e, desculpem os que discordam, mas Sookie deveria ter pensado numa explicação melhor, pois ninguém seria capaz de perdoá-la depois de fazê-los passar o que passaram durante um ano e meio pensando que ela estava morta.
Mas o episódio valeu a pena por ver a interação de Pam (de longe uma das melhores personagens de True Blood) com Jessica (e com as câmeras de TV...a cena da gravação da entrevista foi talvez a melhor do episódio inteiro), de Jessica com Hoyt, e em especial de Eric com Sookie. O vampirão ganhou ainda mais pontos comigo por ter comprado e reformado a casa da garota, sem falar da sua afirmação de que nunca desistiu dela. Quem sabe agora Sookie acorda e percebe que Bill já era e só o Alan Ball não aceitou isso.
Sobre as bruxas, nem sei o que dizer. Foram terríveis. Se houve um ponto onde esse episódio naufragou foi nessa história das bruxas. Muito ruim. Eu já dispensava o Lafayette ser bruxo, mas se tenho que engolir a idéia, tudo bem, ainda mais se isso me garante Jesus na série, mas precisava mesmo ter aquela cena ridícula com a ave? E pior ainda, com o vampiro Eddie? Nunca eu me colocaria em um círculo de magia com uma mulher com aquele jeito não confiável. Nunca mesmo. Ela tem cara de encrenca na certa.
Não gostei mesmo deste núcleo e falo com todas as letras: esperava mais de um coven bruxo. Isto está cheirando aquela orgia desmedida e sem sentido da segunda temporada. Uma boa idéia mal executada.
Mas esperemos os próximos episódios. É como eu disse, True Blood é viciante, mesmo quando é assumidamente ruim.
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