terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Desafio de Férias 2010/2011 - Bad Moon Rising

Desta vez deixo de fora a sinopse porque, sinceramente, toda sinopse que encontrei por aí é tão absurda e fora da realidade do livro que chega doer só de olhar. Então só para inteirá-los da história, meu resumo ultra-resumido: Fang é um lobo Katagaria (base animal, mas também humano) que se apaixona por Aimee, a única mulher da família Peltier, que são ursos Katagaria. Não bastassem ser de raças diferentes, ela ainda esconde o fato de ser Arcadian (base humana, mas também animal), inimigos naturais dos Katagaria. E o livro trata de todo o imbróglio que recai sobre a família dos dois, causada por este sentimento que é proibido mas tão forte que não pode ser evitado. Junte-se ao problema alguns demônios que estão sendo usados por clãs inimigos e a festa está armada.

Livro: Bad Moon Rising
Autora: Sherrilyn Kenyon
468 páginas (paperback)

Antes de qualquer coisa eu preciso esclarecer algo: sou terrivelmente passional quando estou lendo. Séries de TV e filmes despertam meu amor e indignação também, mas nada de forma tão espetacular quanto um livro. Eu choro, desespero-me, fico alegre e não poucas vezes tenho vontade de jogar o livro pela janela. É frustrante saber que você não tem o domínio sobre o que está lendo. Não dá para simplesmente pular para a última página para saber se terminará do jeito que você quer ou colocar aquela idéia interessante na mente do autor. A coisa já está escrita! E muitas vezes as atitudes dos personagens conseguem me tirar do sério de tal forma que fico com medo de mim mesma (e de todo coitado que estiver por perto ouvindo-me reclamar).
Bad Moon Rising me levou a extremos. Chorei como ninguém em alguns trechos (duas ocasiões em especial...duas mortes que me tocaram profundamente), xinguei e amaldiçoei os personagens e suas atitudes em outros, e senti orgulho e alegria por conhecer a história dessa gente em algumas outras partes. Mas talvez isso seja natural em um livro de quase 500 páginas. Ou eu é que sou descomedida mesmo.
E que fique registrado que a minha resenha contém spoilers. Difícil demais comentar sem mencionar o que vai acontecendo na história.
Ao contrário de outros livros da série Dark Hunter (melhor explicado no meu post anterior), Bad Moon Rising cobre um espaço de tempo relativamente longo e mescla a história com acontecimentos de outros livros (Night Play, Night Embrace, Unleash the Night). Inclusive em uma cena específica é perceptível que a autora usou exatamente o mesmo texto que outrora havia utilizado em Night Play.
Os personagens principais (ou talvez eu deva dizer 'o casal da vez') de Bad Moon Rising são Fang e Aimee. Atraídos um pelo outro desde o primeiro encontro (embora ele seja um lobo Katagaria e ela uma ursa Arcadiana), o relacionamento só se desenvolve de verdade após Fang ficar preso no Reino Inferior (um lugar entre a vida e a morte), pois sua alma foi sugada por Daimons (uma raça almaldiçoada a morrer ao completar 27 anos, a menos que estendam as suas vidas sugando a alma dos humanos), mas não completamente. Preso e caçado por demônios que tentam se alimentar dele, Fang pede ajuda à Aimee, que para salvá-lo caça durante meses os nove Daimons que o morderam, restaurando assim a alma de Fang e permitindo que o lobo escape do Reino Inferior.
Foi justamente o trecho em que Vane e Fang são atacados pelo próprio clã e deixados à morte (onde Fang é mordido pelos Daimons) que eu reconheci como pertencente à Night Play. Fica bastante claro a forma como o ponto de vista narrativo muda de Fang para Vane, que é o protagonista do outro livro.
Imagino que a autora tenha usado o mesmo texto para não incorrer em contradição, o que é sempre um perigo quando livros diferentes tratam de um mesmo acontecimento usando os mesmos personagens.
Seja como for, o que importa é que Aimee salva Fang, mas fica acossada pelos Daimons e para garantir a vida da ursa, Fang vende sua alma à Thorn (o mandachuva do Reino Inferior) e torna-se um caçador de demônios fugitivos. E para minha raiva profunda, quando acorda de seu coma, Fang só consegue sentir raiva do irmão por tê-lo abandonado.
Juro que passei vários minutos xingando a autora neste momento. Que culpa tinha Vane se Fang aparecia em seus sonhos pedindo ajuda!? Qualquer um acharia que não era verdade. A própria Aimee só soube ser real o pedido, porque ela abraçou o lobo no sonho enquanto ele estava ferido e ao acordar viu o sangue em sua camisola. E por que Aimee não avisou Vane que Fang estava preso em outro mundo? Ela tinha nove Daimons para caçar...não seria mais fácil se o irmão do seu lobo a ajudasse?
Mas não, ela teve que fazer tudo sozinha...levou meses para salvá-lo e ainda deixou Fang louco de raiva do irmão por tê-lo abandonado.
Tudo bem, eu entendo que a autora precisou encaixar as histórias dos dois livros e em Night Play (escrito anos anos) foi apenas mencionado que Fang estava em coma, mas precisava mesmo fazer os dois irmãos passarem por toda esta dor e desconfiança? Este sentimento de traição?
É claro que a medida que a história acontece (e o livro não é pequeno) Vane tem sua oportunidade de redenção, o que une os irmãos novamente (e também Fang à família dos ursos), mas eu preferia não ser obrigada a ver todo o sofrimento pelo qual passaram e que poderia ser muito bem evitado.
Entretanto sou obrigada a dizer que a autora fez um bom trabalho mesclando as histórias prévias com este livro. Como Bad Moon Rising acontece no decorrer de vários meses (anos até), personagens dos outros livros inevitavelmente aparecem, bem como certa mudança no status quo também acontecem. O mundo era bem mais simples no início da saga literária dos Dark Hunters. A medida que os livros foram evoluindo, também o foram os inimigos, os panteões (grego, atlante, sumério, cristão), a força dos personagens principais e os demônios. E embora os livros ainda possam ser lidos individualmente, continuo afirmando que um conhecimento prévio da abundância de personagens não faz mal a ninguém.
E assim como Dream Warrior preconizava uma grande mudança na história vivida pelos personagens, Bad Moon Rising não está muito atrás. Chegou o momento dos Were Hunters e Dark Hunter entrarem nesta nova fase das lutas até então conhecidas. 
Eu estou ansiosa pelo próximo livro (No Mercy, com o enfoque em um dos irmãos da Aimee) e começar a ler As Crônicas de Nick (ex-melhor amigo de Acheron, atual Dark Hunter e único Malachai ainda existente). Esperando a minha encomenda chegar...

****
Antes de terminar é preciso mencionar duas coisas: 

1) Por que toda heroína da Sherrilyn Kenyon tem que ser tão casta (embora geralmente tem um caráter forte e são bem destemidas)? Nada contra, mas Aimee é forte, inteligente, sempre bate de frente com os irmãos e não poucas vezes vence, então por que tem que ser tão virginal? Ela vive há séculos...mas séculos mesmo. Querem me fazer acreditar que uma Arcadiana nunca foi beijada ou foi para a cama com um homem por tantos séculos? Numa sociedade onde acasalar antes da união definitiva é uma coisa normal? (aliás, só são considerados verdadeiros companheiros o casal que foi marcado pelas Moiras e isso só acontece após o ato sexual, nunca antes) Eu acredito em amor verdadeiro e eterno, mas essa atitude das personagens soa tão machista para mim...
2) Por que praticamente todo personagem masculino tem cabelos longos? Eu gosto, de verdade, mas cansa. É um alívio quando vejo um personagem com cabelos curtos ou usando uma roupa que não seja couro e botas de motociclista.
3) Outra história que também é entrelaçada com Bad Moon Rising é Shadow of the Moon (lançada no livro Dead After Dark), que conta a união de Fury com Lia.

Um comentário:

Amanda Cristina disse...

Ei, fiz um meme literário no meu blog e gostaria que você também respondesse as perguntinhas! http://migre.me/3TfB7
Beijinhos! :*

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