Sinopse: A vida é dura para Dexter Morgan. Não é fácil ser o único serial killer com uma consciência, especialmente quando você trabalha para a polícia de Miami. Para evitar suspeitas, Dexter mergulha de cabeça no seu disfarce: passar o tempo com sua namorada e os filhos dela no sofá da casa. É quando um psicopata particularmente repugnante começa a deixar um rastro por Miami - um assassino cujas técnicas deixam até mesmo Dexter pasmo.
Quando sua irmã Deborah - agora já uma policial da homicídios - é levada para o caso, fica claro para Dexter que ele terá que sair da sua zona de conforto e caçar o monstro. A menos, é claro, que o assassino o pegue primeiro...
Livro: Dearly Devoted Dexter (Querido e Devotado Dexter aqui no Brasil)
Autor: Jeff Lindsay
Páginas: 292
O segundo livro de Dexter, contra todas as minhas expectativas, conseguiu ser ainda melhor do que o primeiro. E, embora o primeiro tenha uma relação muito estreita com a série de TV, neste segundo volume as coisas se afastam consideravelmente, o que me deixa sem qualquer idéia do que nos trará o terceiro livro.
A 2ª temporada de Dexter na TV:
Dexter matou o irmão (o famigerado Ice Truck Killer) e tem algums problemas em lidar com a situação. Como se não bastasse, Doakes está no seu pé, como sempre desconfiando da sua verdadeira natureza. Os corpos que Dexter havia jogado na baía são descobertos e a polícia passa a procurar um novo serial killer: o Bay Harbour Butcher (ou mais especificamente, Dexter). Com a sua carreira como assassino indo pelo ralo, sua vida amorosa também não está das melhores, já que Rita desconfia de suas saídas noturnas e acredita ser ele um viciado, forçando-o a entrar em um programa de reabilitação. É onde conhece Lila, que o faz entrar em contato mais íntimo com o seu Passageiro Sombrio.
E a temporada toda lida do envolvimento de Dexter com Lila, a tentativa de se livrar de Doakes e ainda não ser descoberto como o verdadeiro Bay Harbour Butcher.
O 2º livro de Dexter:
O livro é completamente diferente da série de TV. Talvez, a única semelhança seja a marcação de Doakes, mas nem mesmo o destino do Sargento ao final é a mesma.
Com LaGuerta morta, Doakes investe pesado na perseguição a Dexter. Seguindo-o a todo lugar, o assassino se vê obrigado a colocar as barbas de molho e aguardar. Paciência é uma virtude muito bem ensinada por Harry ao filho, e é por isso que Dexter passa a frequentar a casa de Rita toda noite, estreitando o relacionamento dos dois e criando laços com os filhos da namorada, Astor e Cody.
Enquanto isso, um criminoso nada convencional aparece. O monstro corta os membros (e lingua) de suas vítimas, deixando-as vivas enquanto assistem suas desgraças, mas fortemente sedadas. Doakes parece reconhecer o método e chama Kyle (de agência desconhecida) para lidar com a situação. Kyle se envolve com Deborah, que, ao contrário da série de TV, agora já sabe das atividades extra-curriculares do irmão. Sabendo o que ele é e a capacidade de Dexter de entrar na mente dos assassinos que costumam caçar, ela busca a ajuda do irmão. Como Dexter vê neste criminoso uma oportunidade para tirar Doakes do seu encalço, ele aceita ajudar Deborah e Kyle.
É particularmente interessante ver a personalidade de Dexter sendo mais desenvolvida. O próprio Dexter parece desconhecer várias nuances dele mesmo, já que sempre foi um monstro sem qualquer tipo de sentimento (apesar da forte ligação com Harry que o faz colocar Deborah acima de tudo, afinal, família é família) e a necessidade de se livrar de Doakes obriga Dexter a viver como um cidadão comum e a colocar o seu Passageiro Sombrio de molho. Isso inevitavelmente o leva a várias enrascadas, como o noivado com Rita, totalmente sem que ele esperasse. E é a forma divertida com a qual ele conta as situações, que o faz um personagem único. Dexter é irônico e espirituoso, e suas autorreferências fizeram-me lembrar várias vezes do personagem de Edward Norton em Clube da Luta.
Deborah saber o que Dexter realmente é também facilita as coisas. Ou não, já que ela usa deste conhecimento para força-lo a ajudá-la. Mas a ligação entre os dois fica mais forte e é interessante observá-la reagindo à notícia de que o irmão ficou noivo (já que sabe que ele é incapaz de amar) bem quando Kyle é capturado pelo inimigo.
Mas eu creio que a maior surpresa no livro é em relação a Cody. O garoto, que já passou por tantos traumas nas mãos do pai biológico, sente-se realmente seguro com Dexter, que se apegou de verdade ao garoto. E assim como o Passageiro Sombrio foi nascido do trauma de Dexter, parece que o mesmo acontece com o garoto. Não dá para termos certeza, nem mesmo Dexter o tem, mas é muito provável que Cody seja a próxima geração de vingadores de Miami, e se depender de Dexter, o Código de Harry se perpetuará.
Não deixa de ser irônico que, para se manter próximo de Cody, Dexter seja forçado a prosseguir com as idéias de casamento com Rita. Só me pergunto como o assassino conciliará o casamento com as caçadas.
O final do livro, assim como aconteceu no primeiro, foi até bem rápido. Enquanto o caso levou o livro inteiro para ser montado (e várias semanas nas vidas dos personagens), especialmente porque não sabiam como chegar até o assassino, o desfecho foi objetivo e limpo. E ao contrário da série de TV, Doakes saiu dessa vivo....mas não muito inteiro, o que significa que o Passageiro Sombrio de Dexter finalmente poderá voltar à ativa.
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