quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Review: Terminator: The Sarah Connor Chronicles – Some Must Watch, While Some Must Sleep/Ourselves Alone

Texto postado originalmente no site Teleseries (2009).




Série: Terminator: The Sarah Connor Chronicles

Episódios: Some Must Watch, While Some Must Sleep / Ourselves Alone
Temporada: 2ª
Número do Episódio: 25 (2x16) e 26 (2×17)
Data de Exibição nos EUA: 27/02/2009 e 6/3/2009
Data de Exibição no Brasil: Não passou e 11/4/2009
Emissora no Brasil: Warner

Some Must Watch, While Some Must Sleep foi o episódio de encerramento da imersão na psique de Sarah que temos acompanhado há algum tempo, e prato cheio para os adoradores dos episódios centrados na mamãe Connor.

Sarah finalmente conseguiu lidar com seus traumas e principalmente venceu a dor de matar alguém. O mais interessante é que Winston não havia morrido com o tiro lá na fábrica. Não, o infeliz voltou para atormentar Sarah e ela não teve piedade. Toda a autocomiseração que sentiu nos últimos episódios foi resolvida e Sarah decidiu crua e secamente matar seu algoz.

Também tivemos a oportunidade de enxergarmos um pouco mais os medos que corroem a imaginação de Sarah, e entre os maiores deles está a proximidade de John e Cameron. Uma pena que as cenas entre o garoto e a máquina tenham sido provenientes da mente de Sarah. Embora ela conheça bastante bem o filho e não é do nada que tenha essa angústia no que concerne à exterminadora.

Outra coisa interessante é que não importa o que esteja acontecendo, Sarah sempre culpa a Skynet. Seu medo chega a ser obsessivo e beira a paranoia. 

E agora, com o drama maior de Sarah resolvido, a série está pronta para seguir seu rumo e é isso o que vemos em Ourselves Alone. Gosto muito desse episódio, embora mais uma vez não tenha grandes cenas de ação, o que para alguns pode ser um problema. Mas e quem precisa de pancadaria e explosões quando tudo o que está na tela é de extrema qualidade?

Eu sempre gostei da Riley, mesmo quando ela se tornou quase insuportável com seus ataques depressivos. Preferia que tivessem conduzido toda a história de forma diferente e principalmente tivessem mantido a personalidade radiante que ela tinha quando apareceu na série, mas nunca cheguei a odiá-la – apesar de ter ficado triste quando a garota sobreviveu da tentativa de suicídio. Entretanto esse episódio me fez realmente sentir pela garota. Que destino cruel! Confiar cegamente em alguém como ela fazia com Jesse, até mesmo amar esta pessoa, só para descobrir que desde o início o plano da outra era vê-la morta. E não posso nem dizer que foi traição da Jesse, pois essa era sua intenção todo o tempo, a loirinha é que não tinha captado as entrelinhas do plano macabro da australiana.

Há quem critique a cena de luta entre as duas no final. Eu não sou uma dessas pessoas. Para ser bem sincera, foi um dos momentos que eu mais gostei. Riley mostrou que não é apenas uma garotinha perdida escolhida nos túneis da resistência. A loura não sobreviveu por cerca de 16 anos simplesmente fugindo das máquinas. Havia uma força de vontade em Riley que a mantinha seguindo em frente mesmo quando estava aterrorizada ou desalentada.

Tentem imaginar como foi para ela conviver por todos esses meses ao lado de John e o quanto deve ter sido emocionante saber que estava namorando o futuro salvador da humanidade, uma lenda viva em seu tempo original (bom, eu acho que ainda vivo), e mais importante ainda, suportar olhar para Cameron, conversar com a ciborgue e até mesmo desafiá-la sem poder demonstrar o medo que com certeza estava paralisando-a por dentro.

Muito boa a cena em que Cameron a leva para o galpão. O terror de Riley exalava por seus poros, e mesmo assim ela não fraquejou. E quando eu lembro a frieza de Jesse mandando-a voltar a ver John, sem se importar a mínima com os sentimentos da garota… E é por isso que eu senti orgulho de Riley quando a loura enfrentou Jesse de igual para igual. Quase torci para ser a australiana a morrer ali e não a garota. Mas se assim o fosse, tudo perderia o sentido, pois jamais entenderíamos o motivo de Jesse se revoltar a ponto de vir ao passado, sacrificar uma jovem inocente e até mesmo mentir para o homem que ama.

O que me pergunto é se o plano teria funcionado. John sabe que se for preciso Cameron mata sem pensar duas vezes. A única coisa que a impediu de matar a garota foi o apego de John pela namorada, mas se estivesse entre a vida de Riley e a segurança efetiva de John, não tenho dúvidas (e o jovem Connor também não) de que a loura seria exterminada. Então a pergunta é: se Cameron tivesse matado Riley John se voltaria contra a exterminadora?

Não sei, mas para mim, apesar de toda a frieza com a qual o garoto tratou a exterminadora durante toda a temporada, na hora H ele ficaria do lado de Cameron. Foi o que eu senti quando John perguntou a Cameron se ela tinha feito algo com Riley e a ciborgue disse que não. Inclusive, ele não pareceu gostar muito da idéia de ter a existência da sua máquina particular literalmente em suas mãos. Ou melhor, em seu pescoço.

Mas não deixa de ser interessante Cameron admitindo que está com defeito e que pode chegar o momento que John terá que desligá-la. Inclusive, achei fascinante vê-la consertando seu braço e depois sendo auxiliada pelo garoto. E a cara de ultraje dele ao perceber que ela vinha guardando pedaços de coltan de outros exterminadores durante todo esse tempo foi impagável.

Há algumas coisas na programação de Cameron e em sua missão original que me tiram o sono. Meu maior medo enquanto assistia a série 'em tempo real' foi de que não tivessem tempo suficiente para trabalhar quem realmente é a ciborgue e qual a sua real posição diante do John do futuro, já que a série capengava em audiência (o que é incompreensível para mim. TSCC é uma das minhas séries preferidas).

Já Sarah foi relegada a uma posição um pouco mais secundária nesse episódio, restando-lhe o papel de falar com o pai adotivo de Riley e com uma Jesse disfarçada de assistente social. Pergunto-me se o carinho que ela disse sentir pela garota é real, mas não demonstrado por temer pelo filho, ou se ela de fato não se importa a mínima com o destino da namorada de John.

Essa história do lar adotivo só me deixou com uma dúvida. Quando saiu do hospital Riley pediu para ficar um pouco com Jesse e eu tive a sensação de que a australiana aceitou. E pensei que os pais adotivos não a quisessem mais com eles depois da briga com a mãe. Quando as coisas mudaram? Quando Riley voltou para o lar adotivo? Alguns dias se passaram desde a sua tentativa de suicídio e muita coisa pode ter acontecido fora das telas, mas fiquei incomodada com a falta de alguma frase que fizesse o retorno da garota ao lar ter mais sentido.

Ourselves Alone foi um episódio centrado no plano desastroso de Jesse. As personagens de importância eram Jesse, Riley, John e Cameron. Nesse polo mora a batalha da australiana. Talvez por isso nem se deram ao trabalho de mencionar Catherine e John Henry, e as cenas com Derek tenham parecido tão vazias. Ou talvez o problema seja comigo, já que mesmo tendo reassistido o episódio, até hoje não consegui entender qual a importância do tal advogado que Derek perseguia, mas é provável que referências passadas existam e minha notória falta de memória falhou em fazer a conexão.

Seja como for, não consegui afastar a sensação de que Derek está se sentindo deslocado. Sua família não confia de fato nele, e a mulher que ama parece não confiar também. Para onde se voltará o soldado?

Agora as coisas começam a esquentar. Tenho certeza que a morte de Riley não foi em vão, o que resta saber é a quem ela irá ajudar e a quem prejudicará? E quando o núcleo dos Connor se encontrará com o núcleo da Zeira Corps? E a pergunta que mais me aflige: quanto tempo Cameron durará com esse corpo defeituoso?


Cinco episódios. É tudo o que falta. E que comece o desespero.

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