Série: Continuum
Episodio: A Test of Time
Temporada: 1ª
Nº do episódio:
05 (1x05)
Data de
Exibição: 24/06/2012
Roteiro: Jeff King
Direção: Patrick Williams
Esse foi sem
dúvida o melhor episódio de Continuum até agora. E cada vez eu gosto mais dos
flashbacks do futuro. O roteiro tem tomado bastante cuidado para nos ligar com
os eventos de 2077 e com a vida de Kiera por lá. Não é como se ela tivesse
caído em 2012 e nunca mais fosse voltar. A personagem anseia pelo retorno e os
flashbacks, além de nos dar vislumbres de como será a vida daqui a 65 anos, tem
mantido viva esta outra realidade de Kiera. Se não tivéssemos ligação com sua
outra vida, não daríamos a mínima para o seu retorno, torceríamos para que ela
simplesmente se adaptasse no presente e pronto. Mas não, com essas doses
homeopáticas de seu dia a dia (e nem sempre de forma cronológica), temos a
oportunidade de ver que ela realmente ama o marido, quais as escolhas que fez
na vida, o que a levou a se tornar uma Protetora, qual a sua posição diante do
mundo etc, e, por conseqüência, podemos escolher se queremos que ela volte ou
não. Qualquer decisão que nós, como fãs, tomarmos, será embasada em fatos
concretos e não na visualização de apenas um lado da história.
Mas deixando
isso de lado – porque eu me empolgo, sou pró-retorno, quero muito ver Kiera
novamente em 2077 um dia – o episódio tratou de testar teorias. Estão
interligadas as linhas temporais dos viajantes do tempo ou não? Se matarem
algum antepassado aqui em 2012 a pessoa deixará de existir em 2077? E mais
importante, os atos de agora influenciarão o futuro ou independente do que
conseguirem no passado, aquela linha temporal sempre estará marcada pelo
domínio das Corporações?
Kagame anunciou
no episódio passado que eles entrariam em guerra, mas agora explicou melhor
suas intenções. Segundo ele, não adianta o uso da força sem estratégia, não é
assim que eles conseguirão impedir a mudança governamental. O problema é que
sua guerra psicológica vai de encontro aos métodos agressivos de Travis, que é
o típico homem de ação. E Kagame sutilmente repreendeu o seu segundo em comando
ao dizer que ele fez o que precisava ser feito na ausência de Kagame...mesmo
que tenham ficado com alguns homens a menos no grupo. Para bom entendedor...
É claro que as
coisas não saíram exatamente como eles esperavam. Kagame acabou frente a frente
com a mãe grávida dele mesmo, Kiera conheceu a avó ainda adolescente (e
particularmente problemática) e acabou tendo uma grande influência no futuro da
avó, e Kellog, coitado, foi o que realmente saiu perdendo na história. Qual
será o seu papel agora que o Liber8 não quer mais saber dele e, por
conseqüência, ele perdeu a função de informante para Kiera? Vai ser babá dos
avós da Protetora? Aliás, como ela teve coragem de deixar a vida dos seus
antepassados sob os cuidados de um ex-Liber8!? Justamente o menos confiável
deles!
Fiquei um pouco
decepcionada com a bala que tirou a vida da suposta avó de Kellog. Já estava
até amuada no meu canto, inconformada com a morte da garota (porque faço parte
do grupo que acredita que esta realidade faz parte do futuro que nós
conhecemos) até Alec lançar a dúvida novamente: a prova não prova nada. Quem
garante que a garota era de fato a avó de Kellog? Ele pode muito bem ter se
enganado.
O lado negativo
deste engano, é que põe por terra a minha teoria de que o Kellog sabia do seu
envolvimento com a sua família no passado e por isso vem agindo como age. Mesmo
assim, não dá para negar que algum conhecimento prévio ele tem e não caiu de
paraquedas em 2012.
Por falar em
conhecimento prévio, Kellog plantou a semente da dúvida ao dizer que no futuro
os guardas estavam envolvidos na fuga e que não há como garantir que outros não
foram enviados para o passado também. Mas o mais importante, fez Kiera pensar
que não é por acaso que ela está ali: alguém a queria em 2012.
Não sei até onde
ela conhece o Sr. Sadler no futuro, mas seria a minha primeira suspeita: Alec
Sadler, o homem que a conheceu no passado. Será que a ideia realmente não
passou pela cabeça dela ainda?
E a família de
Alec apareceu um pouquinho mais dessa vez. Ainda não têm uma importância real
para a história, mas começam a dar sinais de que vão se envolver no imbróglio.
E me pergunto qual a origem de toda essa raiva reprimida que Alec tem de sua nova
família. Ele obviamente os vê como pessoas insignificantes, não merecedoras de
sua atenção, carinho ou mesmo respeito. A minha pergunta é: por quê? Só porque
não é o seu pai que está ali? Ou é porque despreza as crenças dos Randol? Ou
ainda porque os acha simplórios demais?
Mas Julian tocou
na ferida ao dizer que Alec pode não gostar, mas aquela é a família dele, nada
vai mudar isso. E eu tenho aqui comigo a certeza de que são justamente os
Randol que motivarão a entrada de Alec no topo do governo e posteriormente a
cooperar com o Liber8.
É claro que até
agora nada confirma que o Sr. Sadler está de fato ligado com o grupo terrorista
(pode ter apenas se aproveitado do momento para levá-los para o passado e
garantir que o seu futuro seja aquele mesmo), mas a cada episódio eles dão
novas insinuações do possível envolvimento de Sadler. E nesse não foi
diferente, ou o empresário apenas teve um palpite e resolveu mudar o local da
reunião assim do nada, impedindo os seus funcionários (marido de Kiera,
inclusive) de serem explodidos? Onde há fumaça, há fogo.
Finalmente
chegamos ao meio da temporada. Os contornos da série já estão se delineando
melhor e eu fico cada dia mais intrigada e encantada. Lá no piloto eu disse que
fazia muito tempo que uma série não chamava a minha atenção a ponto de me fazer
escrever sobre ela. Agora, passados cinco episódios ratifico a minha impressão
inicial. Continuum é a estreia que mais me agradou. Pode não ser a melhor série
no ar, mas é sem dúvida a que mais mexe comigo.
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