segunda-feira, 2 de maio de 2011

Doctor Who - The Impossible Astronaut (6x01) e Day of the Moon (6x02)



Doctor Who – The Impossible Astronaut (6x01) 
e Day of the Moon (6x02)
Exibição: 23/04/2011 e 30/04/2011


De alguns tempos para cá Doctor Who parece ter sido descoberto pela grande massa. Longe de ser uma coisa ruim, muito pelo contrário, já que agora temos muito mais notícias, discussões, informações e materiais disponíveis, não deixa de ser interessante observar como esta série que comecei a assistir quando ninguém sequer tinha idéia do que se tratava, se tornou um fenômeno. Porque a verdade é que é (quase) impossível alguém começar a vê-la e não se apaixonar completamente. Talvez você se identifique mais com um Doutor do que com outro, mas é (quase) inevitável que uma vez capturado, você não consiga mais largar.

E esta sexta temporada começou de forma bombástica. Com um episódio duplo, Steven Moffat deixou os fãs agoniados esperando uma longa semana pela conclusão da sua premiere exibida na Páscoa. Como prometido, foi introduzido um inimigo realmente assustador. Alguns hão de discordar e dizer que o Silêncio não é assim tão aterrorizante, mas para mim, uma raça capaz de me fazer esquecer da sua existência e, pior, fazer com que eu tome atitudes sem estar consciente delas, anulando desta forma meu livre arbítrio, é a coisa mais terrível que poderia acontecer. Como lutar com alguém que eu não sei que está ali?

O primeiro episódio, The Impossible Astronaut, iniciou com uma leveza característica, que prenunciava o desastre.
Após a fatídica lua de mel que quase os matou no Natal, o casal Pond tirou merecidas férias em sua nova casa. Nesse meio tempo o Doutor ficou viajando sozinho por aí, deixando sua marca na história da humanidade. Foi só quando os Pond e River Song receberam um convite azul como a TARDIS, conduzindo-os para um determinado local nos Estados Unidos, é que a história de fato começou.

A premiere dupla nos trouxe a morte do Doutor (aqui com 1103 anos de idade) e a investigação que fazem River, Amy, Rory e a versão atual (909 anos) do Doutor sobre como e porque isso aconteceu.
O Silêncio, raça da qual ouvíamos menções desde The Eleventh Hour, parecia estar por trás de tudo, já que vinham dividindo o planeta com a humanidade desde o início da nossa história e mexendo os pauzinhos por trás dos panos (ou melhor, alterando a nossa memória e vontade). Mas foi só com o uso de uma garota encerrada em um estranho traje espacial é que o Doutor foi tragado para os acontecimentos.

The Impossible Astronaut não explicou muita coisa, teve um ritmo mais lento e serviu principalmente para vermos e sentirmos a dor pela morte do Doutor, assim como para conhecermos a face do Silêncio e a existência da garota no traje espacial. Também introduziu Canton Everett Dellaware III (o maravilhoso Mark Sheppard, velho conhecido dos fãs de ficção científica, já que o ator parece arroz de festa, sempre fazendo participações curtas, mas memoráveis), o qual, e acho que não falo apenas por mim aqui, deveria integrar o grupo dos acompanhantes do Doutor. Não precisa ser todo santo episódio, mas aqui e ali seria interessante podermos contar com a presença dele.

A trilha sonora desses episódios também me deixou impressionada. Eu sempre soube que o Murray Gold é um gênio, mas a forma como foi usada fez da música um personagem por si só.

Já Day of the Moon teve um ritmo bem mais frenético e mais assustador. Com Amy, Rory e River sendo perseguidos e capturados por Canton – bom, com exceção de River, que achou sua própria saída – e o Doutor preso na área 51, eu comecei o episódio com o coração batendo acelerado.

E por falar em Doutor preso e acompanhantes fugindo cheios de riscos pelo corpo todo (cada vez que eu os via riscados eu ficava assustada), como isso foi acontecer? E por quê? Alguém se preocupou em explicar? Bom, não reclamo porque é dessas coisas que servem só para apimentar a história e a falta de uma explicação não faz tanta diferença assim. No final das contas, melhor não sabermos por que o Doutor foi parar lá, ou por que eles fugiam, já que o importante é que avançamos três meses na vida do povo e assim todo o grupo já tem consciência da existência do Silêncio. Menos tempo gasto com trivialidades. Mas custava terem trocado a roupa de Amy e Rory? Os coitados ficaram três meses vagando pelo deserto americano sem nem uma mudinha de roupa?

Perceber que Canton estava trabalhando para o Doutor todo o tempo foi bem legal, assim como as aparições estranhas do Presidente Nixon, completamente perdido nos acontecimentos, mas depositando a sua fé no alienígena meio maluco que literalmente invadiu a Casa Branca.

E depois de tudo, o grupo saiu em busca da garota no traje espacial, enquanto o Doutor tentava colocar em prática o único plano que lhe veio à mente: incutir na mente humana a ordem de destruição do Silêncio.  Não acredito que tenha sido a sua intenção extinguir uma raça, mas ele se viu sem alternativas, sem idéias mirabolantes, mesmo porque o inimigo tinha o irritante hábito de fazê-lo esquecer de sua existência muito rápido. A meu ver, ele apenas equilibrou a balança, dando à humanidade uma chance de se defender, mas sem tirar do Silêncio a oportunidade de sobreviver, desde que deixasse a Terra em paz.

As cenas no antigo orfanato foram as mais estranhas e assustadoras. Tudo era muito surreal. O médico, cuja memória foi tão alterada que ainda acreditava ser 1967 (como ele sobrevivia? De onde tirava dinheiro para comer e outras necessidades básicas?). Os avisos para fuga em todos os lugares, a mulher que apareceu no quarto, o Silêncio pendurado como morcego e, finalmente, as fotos da garota e dentre elas uma com Amy. E agora? O que significa tudo isso? Qual o papel da garota?  Quem era ela? Por que o Silêncio a queria? Por que a mantinham no traje espacial? Por que raptaram Amy e a levaram para aquela TARDIS estranha?

As teorias acerca da identidade da garota e da gravidez da Amy são inúmeras. Seria a garota a filha de Amy e Rory, mas que teve seu DNA alterado por tantas viagens no tempo e espaço? Seria a filha de Amy e do Doutor (já que a garota aparentemente pode regenerar...embora para regenerar é preciso ser 100% Time Lord)? Seria a garota o Mestre? Seria River quando criança? (mas se fosse, por que River não se lembra deste acontecimento? Ou, se lembra, por que não menciona nenhuma vez? – ok, ok, spoilers....e mesmo assim, ela regenera no final, e River não..até onde se sabe). Seria River filha de Amy? Seria Jenny (lembram dela? A filha do Doutor que só não morreu porque o próprio Moffat pediu para Russell T. Davies não a matar?)? Seria uma criança gerada pelo Silêncio usando Amy? Talvez por isso a TARDIS não conseguia se decidir/lembrar da gravidez no momento que scaneava Amelia? 

Tantas teorias...tão poucas respostas. Mas tudo bem, porque são essas perguntas que vão movimentando a temporada e não creio que Moffat vá deixar alguma questão realmente relevante sem uma resposta.

O que importa no momento é que o Silêncio parece ter sido derrotado (embora, como alguém comentou em algum lugar, Amy os vê em 2011 apesar de terem sido supostamente exterminados em 1969), o Doutor aparentemente morreu aos 1103 anos de idade sem alcançar a sua 12ª regeneração, Amy pode ou não estar grávida e Amy declarou seu amor eterno ao Rory. Se tem um casal que eu amo são esses dois. A cena em que Rory admite para o Doutor que lembra do seu período como Centurião, guardando Amy através dos séculos foi a coisa mais linda deste mundo. Amor como este não se vê em qualquer lugar, não mesmo.

E finalmente vimos River Song e o Doutor se beijarem. A reação dele foi impagável, sem saber o que fazer, querendo corresponder e não querendo ao mesmo tempo. Mas a dor que ela sentiu ao perceber que aquele era o primeiro beijo para ele e o último para ela...triste destino o de River. Fez-me lembrar de A Mulher do Viajante do Tempo. Uma história de amor dessincronizada. Não é a toa que ela dá sua vida em Forest of the Dead. Não é tanto para salvar a ele, mas é a dor de saber que nunca mais o teria. Não queria estar no lugar dela.

*****

Só alguns pensamentos:

- Lindo dedicarem o episódio inicial à Elisabeth Sladen, falecida recentemente. Sua Sarah Jane Smith, uma das melhores (se não a melhor) acompanhante do Doutor, fez história e marcou o coração de todos os fãs. Merecida a lembrança.
- Adorei a vida de casados dos Ponds. Tudo tão normal.
- Amy de calça depois da bronca do Doutor no Children in Need.
- A este ponto todo mundo já sabe, mas quem interpreta Canton Everett Dellaware III em 2011 é o pai do ator Mark Sheppard, que o interpreta em 1969. A idéia inicial era usar maquiagem para envelhecer o ator, mas ele sugeriu que usassem o pai dele. Caiu como uma luva no papel.
- Gostei da forma como trataram o Canton. O fato dele querer casar não apenas com um negro, mas com um homem negro. Doctor Who sempre trata com naturalidade todos os aspectos da vida humana, sem preconceitos ou alardes.
- Eu acredito que Amy está sim grávida, a despeito da confusão da TARDIS. Quando o Doutor (o de 1103 anos) a encontra no deserto ele fala “Pond 1 and Pond 2” enquanto abraça Amy. Eu tenho quase certeza que era uma menção à gravidez, já que depois fala ‘Rory, the Roman’.
- Estranho o Doutor viver por 200 anos e não regenerar. Quero dizer, acho que ele viveu bem mais antes da 1ª regeneração, mas desde então ele tem avançado bem rápido rumo ao fim. E eu sempre pensei que River tivesse encontrado pelo menos uns dois Doutores antes do Décimo.
- Interessante que os envelopes são numerados e, se para o Doutor de 1103 anos ele mesmo é o nº 1 (ou seja, em quem ele mais confia), para este mesmo Doutor a River Song é o nº 2 (ou seja, os dois já vivenciaram muita coisa neste ponto da história dele). E por que, depois de 200 anos, o Doutor chamou Amy e Rory? Porque ele já sabia que eles estariam envolvidos na história em 1969?
- River flerta com o Doutor várias vezes, mas é porque acredita que esta é uma versão dele que já tem um envolvimento com ela. O interessante é que ele flerta também, mas porque essa é a personalidade dele. O coitado está completamente por fora do que realmente será sua vida com River.
- Fico pensando nas passagens do Doutor ao longo da história que a Amy e o Rory leram e viram...como eles sabiam que era o Décimo Primeiro e não outro Doutor? E será que outros acompanhantes dele também não pensaram a mesma coisa: ‘é uma mensagem para mim’?
- Adorei a forma como o Doutor entra na sala Oval e depois como bate na TARDIS invisível. Inclusive, muito boa a interação dele com a River. Pode até não confiar nela, mas sabe que ela sempre fará a coisa que precisa ser feita na hora certa.
- Eu morro de vontade de saber como a River irá aprender a pilotar a TARDIS.
- Gosto do Doutor do Matt Smith. Acho incrível como ele pode ser o mais jovem e ainda assim ter aquele olhar antigo, de quem tem de fato mais de 900 anos.

2 comentários:

Anônimo disse...

como assim no children in need? o de 2010? eu não achei pra baixar, nem no youtube, será q vc n podia me passar o link? agradecida :)

Mica disse...

Na verdade não foi o Children in Need, foi o Red Nose Day (acho).
Space: http://www.youtube.com/watch?v=uStWeeEVQAc
Time: http://www.youtube.com/watch?v=RkmiefoRcfU
(não conferi os vídeos, estou em local sem acesso...)

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