Livro: Deadlocked (Sookie Stackhouse Series #12)

Sinopse: Os eventos de Dead Reckoning - em especial a morte de Victor - traz consequências para os vampiros que estão sob o controle de Eric Northman, mas também para Sookie, que é a mulher do xerife de Sherevport. As coisas complicam quando Sookie vê Eric se alimentando de uma jovem com sangue sobrenatural e não pode sequer falar alguma coisa, pois Felipe de Castro - o Rei da Louisiana, Arkansas e Nevada - está na cidade, e o relacionamento de Eric e Sookie está por um fio. Eric e o grupo de vampiros que estavam em sua casa no momento são os principais suspeitos, e cabe à Sookie e Bill tentarem encontrar o verdadeiro assassino. Tudo isso, enquanto Sookie enfrenta problemas com a comunidade feérica que insiste em se reunir ao seu redor, por motivos que ela sequer desconfia.

Livro: Deadlocked

Série: Southern Vampire Mysteries (ou Sookie Stackhouse Series) - Livro 12

Autora: Charlaine Harris

Editora: ACE

Páginas: 336

Chegamos ao 12º livro da saga dos vampiros sulistas e as coisas estão se encaminhando para um desfecho. A autora já prometeu que seu próximo livro, Dead Ever After, será o último da série. O que nós fãs faremos quando a saga de Sookie acabar? Já estou aqui, sofrendo por antecipação.

Em Deadlocked Sookie se vê mais uma vez envolvida com o problema dos outros, até perceber que ela na verdade é que está no epicentro da confusão.

Finalmente todas as diversas partes da vida de Sookie estão se reunindo. Sua herança genética como parte fada, sua porção humana, amizade com Tara e Sam, e o seu envolvimento com os vampiros. Mas como era de se esperar, a reunião não foi nada tranquila.

Só para não me acusarem, esse texto tem spoilers do livro inteiro. É o volume 12 de uma saga, não tem como comentá-lo sem soltar informações. Mas principalmente, não tem como eu falar da parte que mais me chocou, se não contar o final. Sintam-se avisados.

O relacionamento de Sookie e Eric está abalado desde que a garota descobriu que o criador de Eric, antes de morrer, negociou o casamento de Eric com a rainha Freyda. É claro que ele pode não casar, afinal, já é casado com Sookie, mas as consequências políticas serão imensas. Não apenas era uma ordem expressa do seu criador, como a união também traria a Eric uma gama infinda de benefícios. Ser xerife de Sherevport é bom, mas ser o consorte de uma rainha traz um status (e poder) muito maior. E todo mundo sabe que Eric é aficionado em poder e controle. Sem falar que, por mais que ele ame Sookie loucamente, o vampiro sempre coloca o próprio umbigo em primeiro lugar. E não dá para negar que Sookie é mortal e tem uma vida curta, enquanto o casamento com Freyda pode significar um status bastante promissor por séculos, se não milênios.

Ou seja, Eric está entre a cruz e a espada e, por consequência, a relação com Sookie está bastante estremecida. Como se não bastasse, o rei Felipe resolveu aparecer para tomar satisfações pela morte de Victor, o seu representante naquele região que, se todo mundo lembra bem, foi sumariamente executado por Eric, seus vampiros e alguns humanos no livro anterior.

Não foi orquestrado para ser desse jeito, mas a verdade é que a garota que foi paga para servir de isca para Eric (por ser filha de um lobisomem e ter ingerido sangue de fada de modo a ficar irresistível a um vampiro) e que acabou morrendo no seu jardim, teve um timing perfeito. Bagunçou não apenas a vida do vampiro, mas colocou a própria Sookie em uma posição nada confortável.

Eu me preocupo com esta situação de estranheza entre Sookie e Eric. A autora disse que sempre soube com quem Sookie terminaria a série e que a opinião dos fãs não mudaria sua forma de pensar. Eu tenho um medo bastante real de que Charlaine Harris acabe unindo a telepata a Bill novamente. Eles estão mais próximos, o vampiro não para de declarar seu amor eterno, vive dizendo que a ama mais do que Eric jamais será capaz, e os dois tiveram muito contato neste livro por conta das investigações sobre a garota morta.

Eu não quero Sookie e Bill juntos. Não gostava do casal no início e continuo não gostando. É bem verdade que Bill cresceu muito nos últimos tempos, especialmente em caráter, mas tenho a sensação de que unir os dois seria como fazer a personager andar, andar e não sair do lugar, voltando para o ponto de partida. Isso não é legal. Definitivamente não é uma mensagem que eu gostaria de ver nos livros da autora.

Meu final feliz é Sookie e Eric, mas para isso o vampiro precisa tomar uma decisão muito séria e difícil. Ele precisa estar disposto a perder uma eternidade de poder por alguns anos ao lado da mulher que ama. Não é uma escolha fácil para alguém que tem milênios de vida pela frente.

Por outro lado, eu não me entristeceria se Sookie terminasse seus dias ao lado de Sam. Todo mundo sabe que eu amo Sam Merlotte de todo o coração. Ele é de longe um dos meus personagens preferidos e eu sempre quis vê-lo com Sookie. Os dois são muito amigos, ele confia plenamente nela e o carinho que a telepata tem por ele não tem por mais ninguém. E ambos tem um dedo meio podre para escolherem parceiros. Creio que juntos seriam felizes.

Os acontecimentos de Deadlocked abrem espaço para várias situações. Até mesmo Quinn, o weretiger, reapareceu dando parabéns pelo 28º aniversário de Sookie (além lembra a idade que ela tinha quando tudo começou?). E a briga da telepata com o lobisomem Alcide parece ter finalmente chegado ao fim.

Ainda assim, acredito que a escolha amorosa de Sookie está entre os 3 primeiros candidatos: Eric, Bill e Sam.

De resto, esse foi um livro que me deixou angustiada em vários momentos, descobrindo coisas novas e querendo sumir com certas informações e acontecimentos. A situação com as fadas não vai nada bem. Niall retornou, levou Claude para o país das fadas, o restante dos seres feéricos reunidos no clube Hooligans estavam impacientes, Dermot (o tio-avô de Sookie) não conseguia controlá-los inteiramente, e, como se tudo isso não bastasse, Sookie vinha se sentindo acuada por conta do Cluviel Dor, o objeto que sua vó lhe deixou de presente, e que foi um presente de Fintan, o verdadeiro avô de Sookie.

Para quem não lembra, Cluviel Dor é um objeto raríssimo feito pelas fadas e que provavelmente é o último ainda existente, e por isso tão cobiçado. Fintan presenteou a avó de Sookie, mas ela preferiu não o usar e o deixou para Sookie, que ficou com a batata quente nas mãos.

O Cluviel Dor é um presente perigoso por um motivo bem simples: quem o possuir tem direito a um único pedido, mas é suficiente para atrair a cobiça de muitos, em especial das outras fadas. Mas o pedido não é assim aleatório. Ele deve ser feito ou para si mesmo (e levando em consideração a vida cheia de riscos de Sookie, não é uma coisa para ser descartada assim levianamente), ou em benefício de alguém a quem realmente se ama. O Cluviel Dor é, sobretudo, um presente dado com amor, para gerar amor.

O restante do livro foi dividido entre os problemas com as fadas e a jovem assassinada no jardim de Eric. E a morte acabou envolvendo Mustapha - o ajudando diurno de Eric, que por acaso é um lobisomem - e o grupo do qual Alcide é Alfa, já que tudo foi orquestrado por Jannalyn, a sua primeira em comando (e atual namorada de Sam), com o fim de alçar à chefia do grupo.

Para mim, o ápice da confusão, foi saber que tudo foi obra de Claude, que pretendia usar o problema com Eric para desestabilizar Sookie e assim trazer Niall de volta e dar um 'golpe' para tirar o chefe das fadas do poder. Juro que eu não esperava por isso. Claude sempre foi um ser intratável, mas eu gostava dele. Fiquei arrasada quando vi o que o primo de Sookie tinha em mente. Mas teria ficado ainda mais destruída se Demort se mostrasse um traidor. E sinceramente pensei na hipótese por algumas páginas.

O interessante é que tudo se resolveu mais ou menos ao mesmo tempo. Claude foi o responsável pela garota que morreu ter o sangue de fada nas veias, Jannalyn foi a lobisomem contratada para conseguir a jovem, e Eric e os vampiros foram inocentados do crime. Tudo teria terminado muito bem, não fossem duas coisas:

• - Eric sabia que Sookie tinha em sua posse o Cluviel Dor (Niall contou) e esperava que ela usasse para livrá-lo do casamento com Freyda, o que ela não tinha a intenção de fazer, pois queria que Eric a escolhesse de livre e espontânea vontade, passando por cima dos seus próprios interesses;
• - A cerimônia dos lobisomens para punir Jannalyn.

E foi aí que a coisa desandou e a autora quebrou meu coração. Nunca chorei tanto na vida, e tampouco esperei que a autora fizesse isso comigo.

Ela matou Sam. Assim, do nada. 

Jannalyn lutava com Mustapha, quando veio de surpresa atacar Alcide e acertou Sam no lugar. Lembro até agora da minha reação. Senti o coração encolher e as lágrimas começaram a cair. Quando Sookie se ajoelha ao lado dele e sente o coração de Sam parar de bater e os olhos fecharem eu mal conseguia enxergar, de tanto que chorava. Nem lembrava da existência do Cluviel Dor. Tudo o que eu pensava era "ela matou Sam!", "ela matou Sam!".

Ainda bem que Sookie teve mais presença de espírito que eu, pegou o Cluviel Dor e o enconstou em Sam e desejou a coisa mais simples, porém mais cheia de amor que alguém poderia desejar: 

VIVA.

VIVA.

VIVA.

E Sam voltou a vida. E Eric, que observava tudo ao lado de Sookie, virou as costas e foi embora. Assim, sem nem uma palavra.

E agora? O que acontecerá no último livro da saga de Sookie Stackhouse?