Eu sou fã de Doctor Who há alguns anos. Conheci a série por acaso, assistindo uma propaganda no People & Arts. Lembro que o primeiro episódio que assisti foi Father’s Day, com o Nono Doutor e ainda peguei pela metade. Mas foi paixão a primeira vista. O horário era absurdo (13h diariamente), mas de alguma forma eu dei um jeito de acompanhar a série e nunca mais larguei.
Como eu nunca tinha ouvido falar de Doctor Who antes (pois é, pois é), não tinha a menor idéia de que o Doutor regenerava, então a saída de Christopher Eccleston foi um baque para mim. E acho que foi por isso que comecei a pesquisar sobre a série na internet. Descobri o que todo mundo já sabia: que Doctor Who existia desde 1963 e que o Doutor vinha regenerando há nove gerações.
É claro que fiquei louca de vontade de assistir os episódios da velha escola. Infelizmente nunca os consegui. Tudo a que tive acesso foi um livro (A Invasão dos Autones) e alguns radio dramas. Mas nunca desisti. E ontem soube sobre o site Universo_Who e lá tinha para baixar os episódios iniciais do Primeiro Doutor.
Vocês não tem noção da minha felicidade. Não só consegui assistir alguma coisa da série clássica, como foi o início dela. Estou no céu. Só de ouvir a música tema eu já me senti como uma criança ganhando um presente de natal. Não tem coisa mais bonita para se ouvir/ver na TV.
Confesso que é estranho assistir os episódios ainda em preto e branco. E os efeitos especiais são ainda mais deficientes do que os atuais, mas como eu sempre digo, esse é um dos charmes da série.
O engraçado mesmo é ver a diferença no Doutor. Todo mundo sabe que a cada regeneração alguns traços da personalidade do Doutor mudam, ou melhor, ele assume outros aspectos da sua personalidade, mas não deixa de ser fascinante observar essas mudanças cada vez que elas acontecem. E William Hartnell é perfeito fazendo um Doutor rabugento e arrogante.
O que eu mais estranhei foi a presença da neta, Susan, e uma certa passividade no Doutor. O Primeiro observava mais, reclamava horrores e deixava os outros tomarem a dianteira, embora se negasse a concordar com qualquer opinião que não fosse a sua. Bom, pelo menos foi o que eu depreendi desses quatro episódios que compuseram An Unearthly Child, ainda tenho dezenas para ver (se conseguir obtê-los) e verificar se a impressão inicial está correta ou não.
E se atualmente a TARDIS ainda prega algumas peças no Doutor, imagina lá atrás, quando ele mal sabia utiliza-la. Inclusive foi emocionante vê-lo (e Susan também) comentando que a TARDIS deveria ter mudado de aparência, sem entender por que ela continuou como uma caixa azul de polícia. Hoje em dia nem consigo imaginar a TARDIS de outra forma que não a caixa azul...
Só acho que para um episódio de abertura de série, An Unearthly Child é muito estranho. Aquela história toda com os homens das cavernas não foi lá muito emocionante e atraente (embora a parte em que ainda estão em 1963 eu tenha adorado). Mas o que importa é que funcionou, como comprova o sucesso da série até hoje, quase 50 anos depois.
Um comentário:
Querida Mica, David Tennant simplesmente ADORA este episódio, por vários motivos.
O primeiro é que... é o primeiro e dita o ritmo de praticamente toda a primeira temporada de Doctor Who.
O segundo é de consideração técnica: veja a TARDIS como um instrumento - um termômetro, por exemplo - que deve ser calibrado numa escala de valores fixos, pontos fixos no tempo. O primeiro e mais evidente é...a Era do Gelo. O começo das manifestações artísticas e da inteligência (humana) em todos os mundos possíveis do Universo.
O terceiro é que, mesmo sendo um episódio apenas mediano, tem todos os perfís característicos encontrados nas estórias do Doctor Who ATÉ HOJE!
^_^
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