Dizem que não se deve começar um discurso com pedido de desculpas, mas sinceramente me sinto na obrigação de me desculpar. Algumas vezes a vida se intromete e o tempo simplesmente desaparece. Foi o que aconteceu nessas duas últimas semanas e por isso atrasou o review. Tentarei não deixar que isso se repita, mas levando em consideração o agito desumano do final do ano, não posso dar garantias de que consiga ser totalmente regular. Por isso, farei breves comentários sobre os episódios Water e Earth, já que ambos foram bem importantes para o desenvolvimento da série.
Water foi um episódio com tema típico da franquia Stargate, embora o desenrolar dos acontecimentos tenha sido bem diferente. Universe tem o seu próprio ritmo e tenta nos mostrar um outro lado das missões, ou nas palavras do ator Michael Shanks, “é muito mais sobre o que acontece entre as pessoas ao lidarem com a situação do que (realmente) lidarem com a situação”. Sem falar que esse não é o típico grupo de quatro ou cinco pessoas que passa pelo portal e encontra um ambiente hostil ou amigo, mas definitivamente habitado. É fato que o universo é vasto, mas assim como em nossa galáxia, são poucos os mundos que tem condições de sustentar vida.
E apesar de diferente, o episódio lidou sim com ameaças conhecidas pelos fãs de Stargate. Ao mesmo tempo em que a tripulação da Destiny se via às voltas com a entidade de areia que conhecemos no episódio Air (3) e que havia se esgueirado para dentro da nave, o Coronel Young lutava para manter o Tenente Scott vivo no planeta que visitaram para conseguir água para reabastecer o estoque da nave.
Mas a presença da entidade alienígena ou mesmo a viagem pelo stargate foi o menos relevante para o episódio. O que realmente importou foi a forma como as pessoas lidaram com as situações. Young demonstrou que, além de já ter passado por quase tudo nas missões off-world, tem problemas com deixar alguém do grupo para trás (mesmo que isso signifique colocar toda a tripulação em risco). Se é porque ele já passou por isso antes e deixou alguém para trás ou não, eu não sei.
TJ, como oficial de maior graduação, ficou no comando da Destiny e se saiu muito bem, demonstrando inclusive que está disposta a concordar com Rush se for pelo bem da tripulação. Porque de fato não havia necessidade de informar o Coronel do que se passava dentro da nave, já que a missão dele era igualmente importante e saber de um acontecimento do qual eles poderiam lidar se fosse dado o tempo necessário em nada ajudaria a algum dos dois times.
Eli, por sua vez, demonstrou a ingenuidade de alguém que não tem idéia de como funcionam as missões de vida e morte e muito menos de como é estar no comando. Mas acho legal a forma como ele é sincero e pronto a ajudar sempre. E mesmo do seu jeito estranho, Rush confia no rapaz e eu visualizo entre os dois um relacionamento interessante.
O ponto fraco do episódio foi sem dúvida Chloe e Scott. É preciso mesmo mostrar esse romance saído do nada? Mas dou parabéns para a 2ª Tenente James, que demonstrou que tem maturidade e consciência.
Já Earth foi um episódio definitivamente centrado nos personagens. E apesar de ter sido mais Stargate que nunca, foi também mais teen do que qualquer outro episódio.
Eu gosto do uso das pedras Ancients para que o povo tenha condições de vir a Terra. É claro que seria mais interessante se pudessem dar uma variada nas pessoas de vez em quando, mas entendo que a prioridade é o contato com o alto escalão do projeto Stargate e o IOA e não a satisfação pessoal dos tripulantes. Embora essa máxima não se aplique para Eli e Chloe que nada tem a ver com o projeto e tiveram suas oportunidades de dar uma bisolhada na Terra e em seus familiares (e o próprio Young só fica resolvendo questões particulares com a ex-esposa).
É importante para os personagens esse vínculo com os que amam, mesmo porque o ambiente na Destiny é meio enlouquecedor. Mas eu precisava mesmo ficar sabendo que a melhor amiga da Chloe está saindo com o ex-namorado da filha do Senador? Sem mencionar a cena no carro... Foi história de série adolescente ruim.
Por outro lado, gostei das cenas de Eli com a mãe, principalmente por ele não ter contado a verdade. Até onde me lembro o programa Stargate era um segredo guardado a sete chaves. Prefiro que continue desse jeito.
As cenas de Wray também foram importantes para dar alguma identidade à agente do IOA. Ela ainda parece meio deslocada para mim, mas aos pouquinhos estou aprendendo a gostar da personagem. Já Young, colocou de lado a moral e usou do corpo de Telford para ir para a cama com a esposa. Pergunto-me como ficarão as coisas agora que Telford descobriu.
E por falar em descobrir, soubemos (quase) com certeza que Young e TJ de fato tiveram um caso. Desculpem-me os que não concordam, mas gosto muito mais do Coronel com TJ do que com a esposa (o que me deixa meio envergonhada de confessar).
Já na Destiny as coisas estavam meio tensas. Telford aportou com dois cientistas crentes que poderiam usar da energia da nave (em alguma manobra científica que eu obviamente não entendi) para levá-los de volta para a Terra. Não que a tripulação fosse a preocupação principal desse povo, e sim a tecnologia da nave, mas não entremos no mérito das questões.
Até agora a série tem nos apresentado Telford como o cara mau, aquele que chega sempre querendo mandar, que recolocou Greer na prisão (não que eu discorde...odeio o Greer), que contesta as ordens de Young (que, afinal, nunca deveria estar no comando da nave) e que não hesita em colocar a tripulação em risco se for para cumprir as ordens que lhe foram dadas (ou fazer o que ele considera certo).
Mesmo assim, ele é realmente um cara ruim? Eu não consigo vê-lo assim. Posso estar enganada, é muito provável que esteja, mas eu não consigo desgostar de Telford. Ele tem um ponto de vista diferente de Young e faz o que acredita ser o melhor. O único problema é que não está ali passando pelo que a tripulação está passando, então ninguém consegue confiar no homem (e nem ele entender o que se passa entre os sobreviventes). Mas não é assim com todas as pessoas em posição de poder e autoridade? E Rush não está ali com eles todo o tempo e ninguém confia no homem do mesmo jeito?
Alguns podem acusá-lo de covardia por ter abandonado a nave (ao ser enganado por Rush), mas seriam apenas mais três pessoas morrendo sem necessidade, afinal, aqueles não eram seus corpos e não é como se ao morrerem pudessem salvar a vida de Young, Eli e Chloe.
Infelizmente a série perdeu uma grande oportunidade de explorar melhor a nave. Cientistas finalmente foram para a Destiny (Rush é fantástico, mas nada melhor do que receber alguma ajuda) e ninguém se preocupou em fazer uma tentativa real de exploração, uma varredura mais específica. Rush disse que apenas 40% da energia da nave foi recarregada, então poderiam pelo menos tentar descobrir o motivo. Aquele desespero todo para levarem-no de volta tão rápido mesmo sabendo dos enormes riscos e das chances de dar errado era realmente necessário?
Pelo menos esse episódio abriu um precedente. Talvez agora mais cientistas possam ir de cá para lá e vice-versa. Nem estou pedindo Carter e McKay, mas um pouco de trabalho conjunto com a Terra (já que há essa possibilidade) não faria mal a ninguém, não é? E um General O’Neilll mais ‘in character’ também seria uma boa pedida.
Inclusive tenho uma dúvida que creio ser pertinente: se a Destiny está em uma região do universo tão distante que nem mesmo os Ancients visitaram, como há stargates espalhados por todos aqueles planetas?
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