Roteiro: Christine Roum e Diego Gutierrez
Direção: Frederic E.O. Toye
Depois do piloto, V só tem crescido. Não digo em audiência, mas em qualidade (não vou discutir audiência aqui). Um episódio tem sido melhor do que o outro e os personagens estão gradualmente saindo do clichê apresentado inicialmente e criando suas próprias personalidades.
Anna continua fantástica como a matriarca dos Visitantes. A forma como ela manipula os humanos (e os próprios alienígenas) é uma coisa surreal. E os ângulos que as câmeras filmam Morena Baccarin deixam-na com uma aparência tão esquisita, tão reptilia que é inevitável enxergarmos a alienígena que a personagem é.
A cena em que Anna treina para falar com a viúva do piloto ficará marcada na minha mente. As leves diferenças na entonação e na expressão facial, culminando nas lágrimas interrompidas pela chegada de Marcus foram muito bem executadas. Só me pergunto se a matriarca convenceu a viúva ou fez algum tipo de lavagem cerebral.
E a resistência finalmente começa a ganhar algum contorno. Enquanto Erica se obriga a cuidar da segurança dos Vs (e aproveita toda oportunidade para conhecê-los mais de perto e talvez encontrar alguma brecha), o Padre Jack sente-se à vontade na casa da agente e pesquisa em locais teoricamente inacessíveis para as pessoas comuns, alguma ligação entre as denúncias de alienígenas nos últimos anos e o grupo que apareceu no galpão na noite em que foram atacados.
Eu gosto do Padre Jack. Ele é preocupado, insistente e perseverante. Aquela cena no confessionário foi muito boa e mostrou a angústia que ele vem sentindo e como as dúvidas do seu rebanho acabam fortalecendo sua certeza de que deve sim resistir aos Visitantes. E sua busca não foi em vão, já que encontrou Georgie. É claro que andar por aí invadindo casas alheias e depois deixando seu cartão de visitas não é lá muito inteligente, mas foi eficiente.
E Georgie parece ter aceitado a verdadeira natureza de Ryan e voltou a se unir ao rebelde nesta luta. Pergunto-me o motivo dos infiltrados terem se rebelado contra sua própria raça. E que história é essa de viciados que Ryan mencionou para Cyrus? Não sei, mas esse negócio de vício me parece um argumento tão pobre, tão batido.
Pelo menos agora sabemos o nome do líder da Quinta Coluna (e qual a origem do nome para os rebeldes além do fato de ter sido usado na minissérie original?). John May Lives! E parece estar infiltrado não apenas na Terra, mas dentro da própria nave mãe. O que foi aquela cena com Dale? Fantástica! Primeiro porque sempre é bom ter Alan Tudyk em cena (não me canso de repetir essa frase), segundo porque eu não esperava que o médico fosse um traidor. Quase senti pena de Dale por ter mencionado Erica (e por falar em Erica, aquela história de pentear os cabelos foi mera confusão ou Dale e Erica tiveram algo mais entre eles?). Só espero que esse não seja o fim de Alan Tudyk na série. Dois episódios não é o suficiente para saciar minha curiosidade.
E os núcleos começam a se juntar. Erica e Jack finalmente se encontraram com Georgie e Ryan. Será que Ryan revelará quem é na verdade? Vamos ver o que teremos daqui para frente.
Por outro lado, há o filho de Erica, completamente apaixonado pela Visitante. Seria um draminha adolescente normal (adorei a cena no quarto do rapaz. A cara que Erica fez ao encontrar a garota só de lingerie foi impagável), não fosse a cena final. Quer dizer que Lisa é filha de Anna? (Espero que seja filha biológica, pois se fosse apenas uma forma de tratamento dos alienígenas com a matriarca seria muito sem graça) E as duas tem um plano para Tyler? O que elas tem em mente? Qual a importância do garoto?
E por falar em importância, o personagem que ainda não consegui definir um lado nessa história é Chad. O que o repórter está planejando? A impressão que eu tenho é a de que bem no fundo desconfia dos Visitantes e está usando a fama para conseguir se aproximar das verdades escondidas pelos visitantes, mas não consigo decidir se ele será um rebelde valioso ou simplesmente um personagem sem muita função além de relações públicas dos Vs.
Mas uma coisa que não consigo tirar da cabeça é a forma como reagimos aos alienígenas. Eu entendo perfeitamente a desconfiança de alguns e mesmo a confiança irrestrita de outros. Mas não dá para ignorar o que faríamos se fossemos nós na situação deles. Quero dizer, há inúmeros filmes e seriados falando de viagens a outros mundos. Stargate e Star Trek no topo da lista, falam da exploração terráquea a outros povos. Nós sempre esperamos ser aceitos pelas outras raças, pois sabemos que viajamos em paz. E por que é tão estranho para nós acreditarmos que se outros povos viessem para cá não poderia ser também em paz, buscando o conhecimento apenas? É claro que sabemos que não é esse o caso dos Visitantes, mas não deixa de ser algo a ser refletido, não?
De qualquer forma, teremos apenas mais um episódio este ano. Depois serão meses de espera pelo restante da temporada. Espero que a audiência não fuja nesse meio tempo, porque a série tem demonstrado um potencial ainda maior do que eu imaginava.
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