quinta-feira, 5 de novembro de 2009

V - Pilot

V - Pilot (1x01)
Exibido em 03/11/2009
Written by Kenneth Johnson e Scott Peters
Directed by Yves Simoneau



Meses de espera depois, finalmente ‘V’ estreou. E se há uma série que foi aguardada com ansiedade foi essa. Não apenas por seu tema, mas principalmente por ser um remake de uma minissérie da década de 80 que é icônica.
Confesso que não assisti a série original, ou, se assisti, não lembro de coisa alguma (o que não é tão raro, mas isso não vem ao caso). Então minhas impressões foram exclusivamente baseadas no que vi esta semana. E posso dizer que gostei, mas nem de longe achei espetacular. A verdade é que o piloto se equivale nos erros e acertos.
A história, a essa altura, todo mundo já conhece. Pelo menos o básico: alienígenas chegaram a Terra e se dizem espantados por descobrirem que não estão sósno universo e que vieram em paz. Sempre. É claro que entre os humanos dois grupos são formados, os que são a favor da total aceitação dos Vs e os que tem suas ressalvas. Mas o que interessa mesmo é que os Visitantes, embora belos e pacíficos em seu exterior, no fundo não tem nenhuma intenção de paz (e tampouco são tão belos).

A premissa da série me cativa. Talvez porque bem no fundo eu gostaria muito de ter um encontro com seres alienígenas surgindo do nada nos céus. Por isso não posso desdenhar as pessoas que foram de bom grado à nave dos Vs fazer um tour. Se eu estivesse no lugar deles, seria a primeira da fila. O que não dá para aceitar é aquele bando aplaudindo logo após o discurso inicial de Anna. A raça humana é idiota ou o que? À parte a magnitude do surgimento de uma nave alienígena, a matriarca dos Visitantes não falou nada excepcional e que merecesse uma salva de palmas. Talvez, se fosse um humano ainda vá lá, mas um alienígena recém chegado? Outra coisa é a forma como todos foram adestrados rapidamente. Ficarem encantados com uma raça extraterrestre? Tudo bem, eu também ficaria, mas a devoção de todos, o endeusamento dado pela mídia, a reação dos extremistas e dos pró-Vs nos mostra o quanto o ser humano é influenciável e como a massa é incapaz e pensar por si mesma. E que triste constatação é essa.
O ponto alto da nova série é sem dúvida o elenco. Elizabeth Mitchell e Morena Baccarin estão muito bem e esta é sem dúvida uma série que não funcionaria sem as personagens femininas fortes. Inclusive, não deixa de ser gostoso saber que Morena é brasileira e que seu discurso na nave sobre o Rio de Janeiro é o mais puro português brasileiro (e não os assemelhados portunhóis ou português de Portugal a que estamos acostumados, embora eu não possa afirmar com plena convicção que é ela falando, mas creio ser). E é incrível como a expressão facial da atriz passa o tom exato entre a calma pacificadora e a malícia perturbadora. Minha tendência natural seria a de confiar em Anna por conta de seu discurso, de sua superioridade tecnológica, de sua fala macia e de minha propensão a amar o desconhecido. Mas há algo na forma como ela usa o olhar e como movimenta o corpo que me fizeram desconfiar da Visitante mesmo antes de saber que eles não são tão bons quanto querem nos fazer crer.
E os homens de V também não fizeram feio. O papel de um padre que questiona as reais intenções dos Visitantes caiu como uma luva para Joel Gretsch (que na minha opinião só deveria fazer sci-fi, pois é o meu gênero preferido e eu adoro vê-lo atuando). O discurso do Padre Jack à congregação foi uma das coisas mais sensatas ditas a respeito dos novos amigos do espaço. Ninguém diz para desconfiar dos Visitantes, mas eles precisam merecer nossa confiança. Uma fé cega não leva a lugar algum.

Eu gostei particularmente de ver Alan Tudyk na série. Nunca é demais ter a presença de Alan nos episódios, principalmente porque ele sabe o trabalho que faz. Eu confiei plenamente em Dale até vê-lo atacando Erica. Certo, admito, cheguei a pensar que ele fosse o ‘traidor’, mas não por algo que ele tivesse feito ou dito, mas porque precisava ser alguém com acesso às informações, e nunca seria Erica. Só restava ele. O que não me impediu de ficar chocada ao vê-lo tentando matar a parceira no galpão. Eu teria colocado minha vida nas mãos dele (para ver como não sou lá uma grande julgadora de caráter). E mesmo quando ele a atacou, eu só acreditei que Dale fosse um alienígena quando a pele se rompeu. Até ali eu quis que fosse mentira. Inclusive eles poderiam ter explorado um pouco mais o vínculo entre os dois antes de exporem-no. O impacto seria maior ainda.
Outro choque foi saber que Ryan era um réptil desertor. Chamem-me de ingênua, mas não esperava por isso. Talvez porque eu não fazia idéia até o discurso do rebelde cujo nome não me lembro que os Visitantes já estivessem entre nós há décadas. O caso é que a identidade de Ryan foi uma surpresa para mim e eu gostei disso.

A série, entretanto, peca em algumas coisinhas. Três são as principais:
1) O ritmo alucinado do piloto. Tudo acontece muito rápido, sem desenvolverem muito bem as coisas. Como vi alguém comentando, esse piloto parece feito para os usuários do twitter: 140 caracteres para dizer tudo o que é preciso. Foi assim que me senti assistindo o episódio de estréia de V. Foi como se condensassem dois episódios em um único e isso deixou o desenvolvimento dos personagens e da própria situação (em especial a adaptação dos Visitantes à Terra e a forma como eles influenciaram a população do nosso planeta) bastante a desejar;
2) Os estereótipos. Com tantos personagens à disposição, custava terem investido um pouquinho melhor na caracterização da personalidade dos benditos? Estou citando o óbvio, mas tem coisa mais clichê do que mãe que dedica todo o tempo ao trabalho e se obriga a deixar o filho de lado? Ou filho adolescente rebelde? Ou padre que age em desacordo com a instituição? Ou ainda o jornalista que se aproveita das situações para crescer na carreira? Quase me sinto plagiando todas as outras críticas que deve ter por aí, pois não tem como fugir das citações. Os estereótipos são fortes e desnecessários. Espero, de verdade, que no desenrolar da série as personalidades sejam melhores desenvolvidas e os personagens possam sair do clichê dentro do qual foram mostrados no piloto. Não quero ver as atuações competentes dos atores sendo desperdiçada em personalidades rasas.
3) Excesso de tomadas fechadas. Não sei como o público em geral reage a este tipo de cena, mas eu não gosto quando são usadas demais. Acabam dando uma sensação opressiva e artificial. A menos, é claro, que fosse bem este o efeito desejado e eu não tenha compreendido coisa alguma.
Todos esses pontos, entretanto, podem ser trabalhados. Agora que as bases já foram estabelecidas, há espaço para o desenrolar da história sem necessidade de correrem com as coisas.
É claro que há outros defeitinhos, como Erica encontrando o filho rápido demais (muita coincidência ele ser parado pelo exército no exato lugar que ela foi procurá-lo) ou ainda a total falta de população dentro da nave dos Visitantes (que, diga-se de passagem, é belíssima. Não dá nem para culpar os coitados que vão para lá e ficam encantados com a magnitude dos Vs), e mesmo a ação desenfreada no momento que o grupo rebelde é atacado no galpão (sem quaisquer explicações prévias ou posteriores). Mas são apenas isso, defeitinhos. Por enquanto não comprometem a integridade da série que, sinceramente, espero que mantenha a excelente audiência que conquistou em seu episódio de estréia, pois eu sei que pelo menos eu fui fisgada.

4 comentários:

Henry Akashi disse...

Definitivamente o piloto foi maravilhoso em minha opinião, ams é claro que não o achei tão impactante quando de Flash Forward. Quisera não ter sido um piloto tão bem feito para FF e depois tornar-se o que está se tornando... o rumo que está seguindo é cansativo e perdido e tudo o que eu posso esperar, de coração, é que V não siga a mesma linha de raciocínio em querer esconder tanto e no fim acabar ficando meio cansativo e enfadonho.
Algo que eu achei interessante, diferente de vc, foi o salto temporal de 3 semanas na história, pois pôde estabelecer que a série não ficará no clichê de mostrar todos eles se adaptando e criança facções contra os Vs. Obviamente não existe somente aquela facção na qual Jack e Erica fazem parte; existem e existirão várias outras ao longo da série (se ela durar).
A passagem dos Vs atacando na reunião foi outro ponto positivo em minha opinião, uma vez que quebrou o ritmo que o episódio vinha mostrando e pôde dar um pouco mais de adrenalina para a série que se julgava uma batalha entre o céu e a terra.

No geral, eu achei o episódio excelente e acredito ter citado alguns pontos que achei interessante no episódio de estréia de V. Espero que possamos comentar mais a respeito disso com o tempo.
Um abraço Mica.

Monkey D. Rafa disse...

Mica, puxa vida ! :D Quanto tempo !

Sou o Kero da lista de Sakura, lembraaa?! xD

Vc num vai acreditar como eu te achei aqui... Pelo seu comentário no blog da Bebe !

Mica disse...

Blog da Bebe? Da Bebeales? Nossa, estou querendo falar com ela há séculos. Procurei por tudo na net e só achei aquele blog (que agora esqueci o endereço -_-, se puder me relembrar, please..).

Volta e meia eu lembro de um povo das antigas e tento contato, mas é tão difícil quando se lembra só o nick e a pessoa não usa mais. Mas e aí? Como vai você? O que conta de bom?

Monkey D. Rafa disse...

É ! xD A Bebealles ! Achei o orkut dela, mas acho que ela num usa mais não !

E aquele blog é dela sim, reconheço ela e o Tiago nas fotos ! xD Só o filho dela que num reconheço mais porque era um bebê !

http://bebealles.blogspot.com/

Depois me adiciona do Twitter, @wiserafa eu adicionei vc! xD Aí a gente conversa melhor ! :D

Ainda tenho contato com uma boa galera da época ! Acho que porque eu era moderador, acabava falando com um monte de gente !

Eu acho que ainda tenho até uma foto sua por aqui em algum lugar ! xD

Beijão ! :D

Postar um comentário