segunda-feira, 12 de julho de 2010

10 Livros em 10 Dias - livro que prende a atenção


Quando comecei essa jornada dos livros e dos dias eu sabia que teria dor de cabeça. Dito e feito. Mal cheguei na metade e a cuca já fundiu. Cada escolha teve sua própria história dramática, mas esta aqui foi de matar. Primeiro porque não conseguia decidir qual era a proposta inicial para este 5º dia e depois porque não importava qual das variações para a proposta eu seguisse (atenção no bendito por ser difícil compreender ou atenção por ser interessante demais) eu não tinha a menor idéia de qual seria a minha escolha.
Acabei apelando para o meu diário de leitura. Quando eu era mais nova (e mais organizada) eu anotava tudo que lia e fazia um resuminho que era para não esquecer do que se tratava depois (pois é minha gente, a memória ruim não é velhice, é de nascença!). Então cavoquei nos CDs antigos e enquanto vasculhava nas várias páginas do word para tentar achar a luz, acabei lembrando do livro que seria a escolha ideal. E ele nem estava na lista!

Dia 05:
Livro que mais te exigiu atenção (seja por um motivo ou outro):

Li Musashi, do Eiji Yoshikawa um milhão de anos atrás. O livro é um catatau. Ou melhor, os livros, já que são dois volumes e ambos igualmente enormes (na casa das 900 páginas cada). Mas ele é tão bom que você nem sente a leitura. Quero dizer, não sente o tempo passando, porque você sente o desespero dos personagens e compartilha desse desespero, principalmente porque o livro nunca acaba e o desejo de saber o final é mais forte do que a sua necessidade de respirar.
Como o título já anuncia, Musashi conta a história de Miyamoto Musashi, o maior espadachin japonês e a sua evolução de menino selvagem à homem sábio e exemplo de uma nação para todo o sempre. Embora, eu confesso, não era ele o personagem que eu mais gostava no livro, e sim Sasaki Kojiro.
Agora, por que ele mereceu o título do que exigiu a minha atenção mais do que outros? Eu creio que é porque ele trata de um assunto bem diferente da nossa realidade ocidental. E ele tem um ritmo diferente. Você não consegue parar de ler antes de terminá-lo, mas também não consegue ler como se fosse um livro qualquer e mesmo assim compreendê-lo.
O problema é que enquanto eu escrevia aqui, lembrei de mais dois livros que exigiram minha atenção triplicada pelo mesmo motivo: Let the Right One In, de John Ajvide Lindqvist (livro sueco e de um estilo e ritmo completamente diferente do qual estamos acostumados por aqui), e Night Watch, de Sergei Lukyanenko (livro russo, complicadíssimo para entender, seja pelo estilo narrativo, seja pelos personagens de nome estranho e acontecimentos surreais, mas muito bom, ao contrário do péssimo filme que fizeram depois).
E é melhor parar por aqui antes que eu lembre de outro livro e chegue a conclusão de que o 5ª Dia foi um fracasso total na minha já maculada capacidade de decidir.

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