sábado, 17 de julho de 2010

10 Livros em 10 Dias - O livro mais antigo

Tenho a sensação de que praticamente todos os dias dessa lista tiveram missões de duplo (as vezes triplo) sentido. A resposta sempre podia pender para um lado ou outro. O último dia não foi diferente. O livro mais velho que você tem ou leu pode ser o escrito há mais tempo, o que você leu há mais tempo (o primeiro nós nunca esquecemos) ou a edição que você tem em sua casa que foi publicada há mais tempo.
O primeiro livro que eu li (sem contar os contos de fada infantis que eram coleções cujo nome não lembro) foi As Brumas de Avalon, aos 08 anos de idade, como já mencionei outro dia. Já a edição mais antiga na minha casa eu não tenho como listar, simplesmente porque não estou em casa e não tenho acesso a nenhum dos meus livros. 
Assim, resta-me a 3ª opção.

Dia 10:
Livro mais velho que você tem ou leu:

Fiz uma busca nos livros escritos há mais tempo e lidos por mim no decorrer desta minha não tão longa vida (mas não tão curta também). Não foram muitos os anteriores a 1900. Pelo meus cálculos, foram nove, sendo que posso ter esquecido algum nos cantos obscuros da minha mente.
A maioria foi escrito no século XIX ou XVIII, mas um deles foi escrito bem antes. Não teve pra ninguém, Romeu e Julieta, de William Shakespeare venceu disparado este embate (certo, não foi tão disparado assim, pois eu quase nomeei Hamlet o vencedor, quando descobri que R&J é ainda mais antigo). Escrito em torno de 1590 foi (provavelmente) o livro mais antigo que eu li.Infelizmente não no idioma de origem, pois meu inglês não é tão bom assim para compreender Shakespeare no original. Ou melhor, para compreender Shakespeare. Ponto.
Embora eu tenha gostado muito do livro em si, passei muita raiva enquanto o lia. Não entendo como as pessoas podem considerar o sentimento de Romeu e Julieta como o ápice do amor. Eles eram duas crianças (Julieta tinha 14 anos ou algo próximo a isso) e bastante inconstantes, principalmente Romeu. Verdade seja dita, eu desprezei Romeu por todo o livro. Inicialmente ele era apaixonado por uma outra jovem (cujo nome não lembro) e morreria de amor por ela, até conhecer Julieta e se desmanchar pela garota (mas antes das duas, há menção de uma terceira!). E só não mudou de idéia mais para frente, porque morreu antes de ter a oportunidade. 
Romeu era inconstante, não era confiável, e não merecia o carinho de uma jovem como Julieta, essa sim, disposta a lutar pelo que considerava correto (inclusive a deitar-se com o homem que amava sem medos ou preconceitos). 
Não tenho dúvidas de que Romeu e Julieta seja um livro belíssimo e que merece ser lido e discutido. Mas exemplo de amor verdadeiro? Só se for para mostrar como não se deve agir quando se é movido pela paixão, porque Romeu pode ter sentido qualquer coisa, menos amor de verdade.


3 comentários:

Cristine Martin disse...

Também achei a história estranha, ah, a impulsividade da adolescência... Imagina se tudo tivesse dado certo e Romeu e Julieta tivesssem se casado... quanto tempo aquilo ia durar?

Bom, mas aí não teria história, e afinal os melhores amores são os que acabaram no auge, antes de começarem a brigar para ver quem leva o lixo para fora...

Beijocas!

Mica disse...

O caso, Cristine, é que eu não enxergava amor vindo do Romeu. Ele parecia tão inconstante e mulherengo que a sensação que eu tive durante todo o livro é que Romeu estava em meio a uma obsessão, mas em nenhum momento chegou a amar Julieta.
Eu acho que os dois juntos não teriam dado certo, não porque o tempo acabaria esfriando o relacionamento (ou virando um casal comum), mas porque eu creio que o Romeu se cansaria e logo-logo começaria a trair Julieta.

Anônimo disse...

não há como não concordar que a histtória é linda, e que sim, romeu era completamente inconstante. Acontece que era exatamente para ele ser assim, pois a intencão de Shakespeare ao criar este livro era cacoar dos adolescentes bobos e apaixonados e quão ridiculos eles eram em se matar em nome do amor. Shakespeare enganou séculos de leitores vidrados em seu romance, sendo que no fundo apenas achava tudo uma bobagem, e descrevia isso de maneira tão fiel e realista que poderia saber quais eram os bobos adolescentes apaixonados de sua época assim que os identificasse como fãs. É Shakespeare, até pra pregar uma peça em mim e em todos os seus milhões de seguidores durante todo esse tempo, nos chamando de adolescentes idiotas, você é foda!

.Pati

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