John Stamos e Eric Dane em Wedding Wars
Não sou fã do John Stamos, por isso jamais pensaria em assistir um filme onde ele é o protagonista. Mas fui coagida pela minha necessidade de ver mais algum trabalho com o Sean Maher, além de Firefly. Foi assim que eu acabei assistindo Wedding Wars, um telefilme feito pelo canal A&E.
E qual não foi a minha surpresa ao perceber que eu até simpatizei com Stamos? É claro que eu quis esganá-lo em algumas cenas, mas foi mais uma reação a certas atitudes do personagem do que ao ator em si, o que diz muito sobre o quanto ele me agradou nesse filme.
Wedding Wars é uma mistura de romance com ativismo político e por incrível que pareça, funciona. É verdade que há momentos que o filme exagera e quase (!?) descamba para o absurdo, mas em sua maioria a história nos é apresentada redondinha e de maneira bastante agradável.
John Stamos e Eric Dane interpretam os irmãos Shel e Ben Grandy. Enquanto Shel é gay e feliz, num relacionamento estável com o promotor assistente Ted Moore (Sean Maher), Ben é hétero e pretende casar em breve com a filha do Governador do Maine. Em uma demonstração de afeto fraternal (ou mais especificamente, concessão à ideia da noiva), Ben convida Shel para ser o organizador de seu casamento. E tudo ia muito bem, até que o Governador se vê numa sinuca política e declara que é contra o casamento homossexual em um discurso escrito por não outro, mas o próprio Ben.
É claro que Shel não aceita bem a declaração e se revolta. Como não pode se demitir da organização do casamento, ele entra em greve, armando piquete em frente à mansão do Governador. O curioso é que a sua pequena greve de um homem só acaba atraindo a atenção da mídia e quando ele menos espera todos os homossexuais do país entram em greve em solidariedade ao seu movimento e tudo ganha proporções bem maiores do que Shel jamais imaginara.
O filme trata do assunto com bom humor, carinho, e principalmente, sem ser ridículo. Eric Dane está perfeito no papel do irmão hétero que teve problemas em aceitar a sexualidade do irmão que ele idolatrava. Já Stamos interpreta um Shel não caricato, muito pelo contrário. Sem a dureza que usualmente um ator hétero empresta a um personagem homossexual (ou os floreios, no extremo oposto), Stamos faz de Shel um homem (quase) sensato, divertido, atraente, inteligente, de bom gosto, bom papo...é praticamente um homem perfeito, mas que ama outros homens, como bem o demonstra a sua relação com Ted, que felizmente não parece artificial ou forçada.
Algumas cenas são incríveis, como a conversa de Shel com os pais ao finalmente se assumir gay. Em minhas próprias palavras (porque não lembro o texto exato) o que eles falam é mais ou menos o seguinte:
"Eu sou gay, assim como algumas pessoas são altas ou baixas"
"Ou luteranos?"
"Na verdade eu nasci gay, as pessoas escolhem ser luteranos"
"Você nasceu luterano. A sua certidão de nascimento atesta isso, e não que você é gay. Eu garanto a você".
Mas a frase que eu mais gostei foi a de Ted durante uma discussão com Shel sobre um possível casamento entre os dois:
"Um dos benefícios de ser gay é que eu nunca precisei gastar um minuto da minha vida pensar em casar...até agora".
Inevitavelmente nos faz pensar no quanto o casamento é importante e necessário para um casal ou não. Mas a verdade é que não é apenas a cerimônia e o status, são todos os benefícios legais que advêm do casamento e que uma sociedade civil não cobre (ou só cobre depois de muita luta judicial).
E é desta forma que o filme nos faz pensar. Revoltando-nos em alguns momentos, rindo em outros, mas cumprindo seu propósito do início ao fim.
Perfeito ele não é, afinal, poucas comédias românticas podem ser consideradas realmente boas, mas é um filme que agrada, diverte e vale o tempo investido. E cá entre nós, Sean Maher está incrivelmente lindo.
Um comentário:
Um ótimo filme e recomendo à todos... aos que quiserem vê-lo acesse o blog:
http://dropboxgls.wordpress.com/
Este e muitos outros filme GLS são disponibilizados através de links de download direto...
Um abraço à todos...
Postar um comentário