segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Review: Terminator: The Sarah Connor Chronicles – Self Made Man

Texto postado originalmente no site Teleséries (2008).



Série: Terminator: The Sarah Connor Chronicles
Episódio: Self Made Man
Temporada: 2ª
Número do Episódio: 20 (2×11)
Data de Exibição nos EUA: 1/12/2008
Data de Exibição no Brasil: 24/2/2009
Emissora no Brasil: Warner

Das séries que já assisti (e acreditem, foram e ainda são muitas), Terminator é uma das minhas preferidas.
Eu sou fã, mas não sou cega. Sei que a série tem seus defeitos, caso contrário não teria agonizado nas noites de sexta-feira e morrido prematuramente.. Apesar disso, fiquei viciada desde o primeiro dia e simplesmente não consigo deixar de amá-la. Gosto é uma coisa muito particular e principalmente sem sentido. Quantas vezes não amamos algo ou alguém justamente por seus defeitos? Por isso não me importo muito com toda a propaganda negativa: amo Terminator e provavelmente sempre irei amar.

Mas andei pensando no motivo da série não ser muito bem recebida semana após semana. Creio eu que é por ser um sci-fi de drama disfarçado de ação. Quero dizer, levando em consideração a sua origem, era de se esperar que Sarah Connor Chronicles viesse recheada de explosões, lutas, correria e, não um exterminador da semana, mas algumas situações que nos mostrasse que John tem cacife para ser o futuro líder da humanidade. Mas não foi isso o que recebemos. TSCC é sobretudo um drama que apenas ocasionalmente nos mostra alguma ação (e geralmente não muito boa).

O problema? Bom, fãs de sci-fi ação não são exatamente fãs de sci-fi drama. E fãs de dramas normais não se arriscam em séries de ficção científica. Dito isso, dá para entender melhor o motivo da série não emplacar. E Self Made Man é o típico episódio calmo e pacato, feito para analisar os personagens e que perde algumas excelentes oportunidades de colocar um recheio mais cheio de vida e agitação. Eu adorei, mas entendo se alguns torcerem seus narizes.

Duas coisas distintas ocorrem no episódio. Temos a oportunidade de ver o que Cameron faz durante suas noites (e aqui a série nos surpreende, pois até então todos supunham que as noites da exterminadora eram dedicadas simplesmente à proteção dos Connor, mas parece que não é somente isso), e também de ver como Riley está fechando o cerco em John.

Pelo visto, Cameron tem aproveitado seus momentos livres para investigar. Não algo específico, mas o passado, que é tão importante para a construção do futuro e principalmente para se manter vivo. Eu gostei da forma como conduziram as descobertas acerca do exterminador que foi parar por engano em 1920. E ficamos sabendo de pelo menos uma coisa importante: as máquinas usam o sistema de três pontos específicos no céu para triangular o momento exato no tempo em que algo deve acontecer (ou devem voltar). Considerando-se a obsessão de Sarah pelos três pontos, é uma informação no mínimo curiosa.

Fora isso, a saga de Myron Stark (vulgo Exterminador vindo do futuro) serviu apenas para nos mostrar o modus operandi das máquinas quando em missão. Não importam os contratempos, eles sempre dão um jeitinho de cumpri-las, a menos que sejam desativados.

A missão de Stark era matar o Governador em 2010 (o motivo é o que não posso deixar de me perguntar...mas é curioso que apesar da série não mencionar, a verdade é que em 2010 o Governador ainda era Arnold Schwarzenegger ), mas como foi parar algumas décadas antes, teve que improvisar de forma que estivesse no local certo 90 anos mais tarde. É claro que ele não contava com Cameron impedindo-o, mas o plano até que era bom. E embora eu ame a exterminadora mais do que qualquer outro nesta série, está na hora deles melhorarem suas cenas de ação, pois capacidade a Summer Glau já está careca de mostrar que tem. Custava terem coreografado uma luta um pouco mais empolgante? A cara de assustado de Todd Stashwick não ajudava para dar credibilidade para o seu exterminador, e a luta entre Stark e Cameron não ajudou nadinha em sua imagem.

O que eu gostei foi da ligação entre Cameron e Eric. A forma como a exterminadora respondia as perguntas do rapaz eram no mínimo hilárias, especialmente por nós que sabíamos o que de fato aconteceu por trás daquelas simples explicações. Também gostei de como ela se preocupou com Eric a ponto de alertá-lo sobre o câncer. É verdade que ela não teve nenhum tato ao jogar a bomba de que o câncer voltou, mas não deixou de ser tocante a preocupação genuína da exterminadora (Edit: e se tem uma atriz que carregou esta série nas costas foi Summer Glau. Ela demonstra uma segurança na interpretação da Cameron que chega a ser assustador).

O ponto negativo nessa história foi a facilidade com que os dois encontravam todo tipo de informação. Não sei a diferença entre as bibliotecas ou arquivos históricos dos Estados Unidos e do Brasil, mas acho pouco provável que fossem encontrar facilmente aqueles registros policiais, relatos da garota que esteve no incêndio, entre outros. Documentos talvez, mas gravações de voz e imagem? Assim tão rápido? Sei não…

E enquanto Cameron teoricamente lavava a roupa suja, John era engambelado por Riley. A primeira vez que assisti esse episódio fiquei muito irritada com a atitude da garota e ainda mais com a passividade de John. Mas dessa vez achei mais interessante esse drama dos dois. Agora que sabemos que Riley não é a mocinha inocente que aparentava ser, vemos suas ações sob uma nova perspectiva.

Nessa noite, acredito que a garota estava simplesmente testando quão sólida era sua relação com John, ou melhor, até onde ia seu poder sobre ele e por isso o submeteu a algumas situações nada agradáveis. E, pelo visto, suas garras estão bem firmes na carne do garoto.

O interessante é que por mais que aparentemente John demonstre estar apegado em Riley, eu não enxergo essa profundidade nos sentimentos dele. Para mim, o que acontece ali é que John está se rebelando contra sua mãe, seu destino e seus sentimentos conflitantes por Cameron. Isso ficou bem demonstrado na hora que ele encontra a exterminadora após voltar da noite com Riley. É como se mesmo na insanidade que é estar com Riley, ele fosse mais normal do que quando abraça quem realmente é, e por isso ele insiste em continuar, independente das consequências.

E só para finalizar, deixem-me tocar em um assunto que mencionei alguns textos atrás. Agora que sabemos que Riley veio do futuro e, portanto, conhece exterminadores e sabem bem como é viver com medo das máquinas, não parece um pouco estranho sua atitude tranquila diante de Cromartie naquele episódio que o ciborgue foi até a casa dos Connor em busca de Cameron (e John)? Quando penso no sangue frio da garota.... E mesmo com Cameron ela tem uma desenvoltura que eu não sei se eu teria. 

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