quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Pan Am: Pilot (1x01)


Pan Am: Pilot (1x01)
A Pan American World Airways (ou Pan Am, como é mais conhecida) é uma empresa aérea norte-americana fundada em março de 1927 e que reinou absoluta nos céus nacionais e internacionais durante décadas, ou mais precisamente, até a explosão terrorista em um clipper 747 na cidade de Lockerbie.
Até então, símbolo da majestade e glamour das viagens aéreas e detentora das maiores inovações tecnológicas do ramo, a Pan Am acabou sucumbindo diante da agressividade do atentado de Lockerbie, o qual matou mais de 270 pessoas na explosão. E não foram poucos os incomodados com a criação de uma série de TV que retrata com grandiosidade e beleza uma empresa aérea envolvida em um ataque terrorista de tamanho porte (mesmo sendo ela a vítima).
Mas a verdade é que não tem como se falar em aviação, especialmente na década de 60, sem falar da Pan Am. Nenhuma outra imagem está tão associada em nossas mentes com o glamour das viagens aéreas como a dela. A escolha da empresa para protagonizar a série da ABC, que estreou no último domingo nos EUA, não foi aleatória, e com certeza nenhuma outra transmitiria tão perfeitamente o que a série tenta apresentar.
Eu admito que Pan Am era uma das estréias mais aguardadas por mim para esta fall season e fico feliz por não ter me decepcionado. O episódio piloto foi primoroso, apresentando com mão segura os personagens e a estrutura narrativa da série, sem falar do figurino e de todo o clima romanceado de uma época cujo glamour só guardamos na memória (e muitas vezes memória dos outros).
Em seu episódio de estréia, tivemos a oportunidade de conhecer um pouco do trabalho das comissárias de bordo e a interação da tripulação dentro do avião. Mas o que realmente gostei foi de como conseguiram mesclar a vida de cada um em terra ao mesmo tempo em que nos mostravam o que acontecia durante o vôo.
Os personagens parecem bastante ricos de possibilidades para serem exploradas e o envolvimento de algumas comissárias com a espionagem em plena Guerra Fria dá um toque a mais que instiga o espectador. Ou não. Para esse primeiro episódio o recrutamento de Kate e a dificuldade em passar no seu primeiro teste (eu mesma ficaria apavorada se estivesse em seu lugar) foi bastante interessante, mas me pergunto quais as situações que criarão com a comissária daqui para a frente. Ou com outros personagens, porque só vimos Kate, mas espionagem sempre trás subterfúgios por trás de outros subterfúgios.
O piloto do novo Clipper Majestic é interpretado por Mike Vogel e não apresentou grandes emoções. Foi talvez o elo fraco do episódio e lhe faltou carisma. Não consegui mesmo ser envolvida por sua história com Bridget seguida do abandono (mas para ser bem sincera, nem sequer consegui simpatizar com Bridget, então talvez o problema seja eu e não a dupla).
Não há dúvidas de que a presença que mais chama a atenção é a de Christina Ricci. Com seus olhos arregalados, a atriz demonstra competência no que faz e traz para si a atenção do público quando interage com outros personagens. Mesmo tendo aparecido pouco nesse episódio piloto, foi a personagem que mais me cativou. Tem uma rebeldia insinuada, mas seriedade com o trabalho que de fato importa. Não sei nem ao menos se é a sua vida em terra o que desperta interesse. Creio que é muito mais a forma como se desempenha embarcada e como a tripulação a vê que é o diferencial da personagem.
Laura Cameron, embora tenha sido a personagem mais explorada (e é a capa da revista Life), mostrou-se um pouco apagada. Mas acho que é a natureza da personagem, que sempre aquiesceu às vontades familiares e pela primeira vez dita o rumo da própria vida. Então ela tem aquela timidez característica, mas a promessa de uma força de vontade que ainda pode levar a personagem longe.
O engraçado é que a atriz tem esse rosto incrivelmente conhecido, mas fui pesquisar e absolutamente nada do que ela fez até agora eu vi.
E é claro que não dá para esquecer de Colette, a comissária que se envolveu com um homem casado e que se portou com uma elegância invejável. Verdade seja dita, Colette é a imagem que eu tenho de uma comissária de bordo (seja ela verdadeira ou não). A mulher independente, que se lançou no mundo porque crê que o mundo tem mais a lhe mostrar do que a experiência do dia a dia que as pessoas costumam aceitar como definitivas, e principalmente, que sabe lidar com as surpresas que a vida apresenta sem perder a classe e a educação. Fiquei encantada com a personagem e espero que os próximos episódios não demonstrem um erro de avaliação da minha parte.
De mais a mais, se Pan Am mantiver a qualidade do episódio piloto, pode ter certeza que terá em mim uma espectadora fiel. A série tem o charme necessário para capturar o público e nos deixar satisfeitos com aquela hora passada diante da TV. O que mais podemos pedir?
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Texto publicado originalmente no Teleseries. Não tenho intenção de escrever resenhas semanais de Pan Am (embora já tenha visto o episódio 02 e amado tanto quanto o primeiro), mas já que o texto já estava pronto, não custava posta-lo aqui, não?

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