quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Review: Terminator: The Sarah Connor Chronicles – Vick’s Chip

E a minha maratona de TSCC continua. Está sendo uma experiência maravilhosa rever a série e ao mesmo tempo deprimente, pois é triste saber que só tem 31 episódios. Tanto potencial...tanta história para contar...
Texto postado originalmente no site Teleséries (em 2008).



Série: Terminator: The Sarah Connor Chronicles
Episódios: Vick’s Chip
Temporada: 1ª
Número do Episódio: 8
Data de Exibição nos EUA: 3/3/2008
Data de Exibição no Brasil: 24/6/2008
Emissora no Brasil: Warner


É difícil acreditar que está acabando, Vick’s Chip é o penúltimo episódio da curtíssima primeira temporada deTSCC. E apesar deste ser bem menos movimentado que o anterior, de uma forma geral eu gosto mais. Até agora não consegui engolir as cenas do agente Ellison com o psiquiatra em The Demon Hand, embora todo o resto eu tenha amado. Mas Vick’s Chip não tem altos e baixos e tudo se desenvolve de forma natural, sejam as buscas de Cromartie pelo jovem Connor ou as de John pelas imagens armazenadas no chip.

Muito boa a cena de Derek confrontando Cameron logo no início por conta do chip de Vick que ela havia guardado. Ele viveu horrores demais para confiar em uma máquina e ela tem acesso a uma intimidade tão profunda com os Connors, que é um motivo a mais para desconfiar da exterminadora. E eu sinceramente não creio que “informação” tenha sido o motivo real para Cameron ter guardado o chip, apesar de que, diante da confrontação aberta de Derek, foi uma saída conveniente.

Esta pesquisa pelo conteúdo armazenado no chip foi particularmente interessante, porque proporcionou a exploração de várias situações de uma forma bem sutil. A primeira delas é o conceito de que um exterminador pode se integrar ao nosso cotidiano a ponto de simular sentimentos e atitudes que até então se julgavam inerentes apenas à natureza humana. E a palavra chave é esta “simular”. Por mais humanos que possam parecer, por maior que seja o amor, preocupação ou carinho que demonstrem, tudo não passa de um meio para um fim: a missão. O programa original. A diretriz da máquina. O problema é saber qual é a missão. Assim como o ser humano, a quem nunca se conhece o que se passa em sua alma, as máquinas também são uma incógnita.

Porém, toda simulação escancarada não impede John de desejar confiar na sua exterminadora. Inclusive uma das cenas que eu acho mais bonita é onde ele extrai o chip de Cameron e o carinho com que o recoloca. Apesar de todas as lições de Sarah e do constante conflito com Derek, John quer confiar em Cameron, ele realmente o deseja, dá para ver em seus olhos e em todas as suas expressões, mas lá no fundo ele não confia e isso por si só é um conflito dentro dele. E a cada vez que eu o vejo tentando aproximar-se dela eu me pergunto o motivo do Connor do futuro tê-la enviado (Um pensamento me ocorreu agora: Connor sabe que conviveu com o tio no passado, ou no futuro onde ele não havia pulado os oito anos no tempo, ele não chegou a encontrar Derek Reese? Porque se este for o caso, tudo o que eles estão construindo durante o presente na verdade é uma incógnita, inclusive para o Connor do futuro).

Outra grande possibilidade que a exploração do chip de Vick trouxe, foi a interação de Derek e Sarah. Eu gosto muito da química entre eles e da forma como trabalham juntos. Perto dele nós podemos ver um lado mais suave de Sarah, que não seria possível se Derek não estivesse presente para ser a pessoa que impõe a desconfiança e a pressão constante da rebelião prestes a acontecer.

Derek é para mim uma personagem fascinante. Cada vez que eu vejo Brian Austin Green eu me lembro de como ele era um adolescente chatinho no início de Barrados no Baile. É muito gratificante ver o crescimento de alguém e ainda melhor olhar para a pessoa num papel tão psicologicamente ferrado (com o perdão da expressão) como Derek Reese. Ele movimenta a história de um jeito positivo, levando os outros a agirem e se posicionarem como não o fariam em situações normais. Sem falar que o antagonismo (estranhamente atraente) dele com Cameron me remete sempre ao que os dois viveram – ou não – juntos no futuro.

Por fim, há três pontos que eu gostaria de abordar:

1) ARTIE, o programa desenvolvido por Bárbara, seria os “olhos” da Skynet, (bom, na verdade o sistema nervoso), enquanto o TURK seria o cérebro. Por enquanto este inimigo está contido, mas no fundo eu acredito que nada do que eles façam impedirá realmente a rebelião de acontecer. O ser humano não sabe mais viver fechado em uma concha. Nós vivemos pela exploração, pela superação dos limites. A inteligência artificial é o próximo passo, o que falta é apenas polir as arestas. Eles podem destruir o ARTIE, o TURK ou qualquer outro que surja, mas sempre haverá alguém com uma nova idéia e mais cedo ou mais tarde ela irá sair do controle do limite humano.
Aliás, o que impede as máquinas de voltar ainda mais para trás no tempo e reconstruir a história da humanidade? Um período bem anterior ao surgimento de John Connor.

2) O ultimato que Sarah dá a Derek no chuveiro. Não sei se ela algum dia o perdoará por ter matado Andy Goode, mas conhecendo o passado de Reese, não tenho como culpá-lo por sua atitude. Não concordo com o que ele fez, ainda mais conhecendo a doçura inocente de Andy, mas entendo o tipo de dor e sofrimento que levou Derek a eliminar o gênio por trás da criação da Skynet.

3) E o interesse do John pela Cheri? Aonde essa história irá levar? Eu sei que ele é um adolescente e querendo ou não tem uma vida além da guerra contra máquinas que supostamente ainda não foram criadas, mas por algum motivo esse início de drama adolescente me irrita. O problema é que eu não sei o que eles têm em mente com essa ligação entre John e Cheri, e de uma forma estranha essas cenas aparecem fora de contexto quando tento organiza-las em minha mente. Mas talvez seja apenas algum trauma meu com desvarios adolescentes em séries. A ordem é esperar pelo melhor, sempre.

Semana que vem é o último, mas graças a Deus, não é o final.

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