segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Review: Terminator: The Sarah Connor Chronicles – Automatic for the People

Review postada originalmente no site Teleséries (2008):


Série: Terminator: The Sarah Connor Chronicles
Episódio: Automatic for the People
Temporada: 2ª
Número do Episódio: 11 (2×02)
Data de Exibição nos EUA: 15/9/2008
Data de Exibição no Brasil: 11/112008
Emissora no Brasil: Warner

O cabelo de John mudou, mas sua atitude aparentemente não. Ou talvez tenha mudado, mas não da forma que a maioria dos fãs esperava. O enfoque dado a John nesse episódio foi completamente diferente. Nada de salvador da humanidade. Um adolescente cansado do que tem vivenciado, desesperado por uma vida normal e alguém que o enxergue como um ser humano e não como alguém que tenha o futuro pré determinado.

Não sei até onde a conversa que ele teve com Cameron no início do episódio determina a atitude de John daqui para frente. O rapaz matou um homem (ou assim nos parece, já que não foi dito com todas as letras, muito pelo contrário, Derek parece acreditar que Sarah é quem deu fim ao Sarkissian) e viu a sua protetora (a quem no fundo tratava como alguém querido e muito próximo a ele) voltar-se contra ele e tentar exterminá-lo. Mesmo assim, ainda enxerguei aquela doçura típica do jovem Connor no início do episódio, mas após a crítica de Cameron dizendo que não era mais possível confiar nele por arriscar a própria vida para salvá-la, tenho a sensação de que o garoto surtou.

Creio que foi um bom momento para introduzirem Riley (incrivelmente parecida com Emilie De Ravin). John precisa de um pouco de estabilidade na vida e, embora a garota seja um pouco diferente do comum, ela parece ser uma adolescente pura e simplesmente. Ela é o símbolo da vida que John almeja. Talvez por isso ele tenha aceitado a proximidade da garota com tamanha facilidade. E eu gosto de Riley. (Edit: OMG, Die, Riley, Die!!! Como nossa forma de pensar muda com o tempo.... Não, não odeio a Riley, coitada, ela só está no meio de algo que para mim é intocável). Ela consegue ser bastante irritante em alguns momentos, fala demais e, principalmente, se intromete em tudo, mas é sincera e espontânea, e se interessou de fato por John. Não pelo salvador da raça humana, mas pelo garoto destroçado e gritando por socorro.

Eu posso soar repetitiva, mas para mim a atitude de Sarah para com o filho não poderia ser mais errada. Não é a toa que ele está se rebelando e eu creio que ainda o fará muito mais. Não é uma busca pela liberdade usual a todo adolescente. O que eu enxergo ali é um sofrimento sincero pela vida que a mãe (e agora o tio em pior escala) nunca permitiu que ele vivesse. Na ânsia de Sarah mantê-lo vivo e de Derek torná-lo o líder que Connor será um dia, eles simplesmente esqueceram que ele precisa viver antes da guerra chegar. Riley pode ser um risco à segurança de John, mas quem pode negar ao garoto um pouco de normalidade, de amizade, de juventude? Essa é a única chance que ele terá em toda a sua vida. (Edit: sem falar que, para o John do futuro ter amor pela humanidade o suficiente para defendê-la, precisa ter contato com as pessoas. Depois o povo reclama que ele se apega demais nos exterminadores que são enviados para salvá-lo...É só com eles que consegue conviver!)

Mas deixando John um pouco de lado, o enfoque maior do episódio foi a usina de Serrano Point. Inclusive,Automatic for the People inicia com uma bolha de energia (adoro essas cenas) e um homem saltando no tempo, mas com um furo (tiro?) no peito. Humano, definitivamente. E é ele quem invade a nova residência dos Connors e transmite trôpego um recado:

Greenway, power plant, Serrano Point. Two days.

O que o homem da resistência (sim, ele tinha um código de barras tatuado nos braços) queria dizer com aquilo eles não sabiam (e nem nós, diga-se de passagem), mas Serrano Point seria uma peça importantíssima para a Resistência no futuro. Derek, Sarah e Cameron se infiltram na usina (o que exatamente os três pensavam em fazer naquele lugar eu não tenho a menor idéia, e acho que nem eles) e descobrem que Greenway (simpaticíssimo) tem o destino da fábrica nas mãos. Ele percebeu a possibilidade do reator superaquecer, o que o levaria a fechar o local.

Os três estão com um dilema: se a fábrica for fechada a Resistência não poderá usá-la no futuro. Skynet vence. Se o reator superaquecer e derreter, mais de meio Estado será contaminado, ou seja, Skynet vence.

No final, é um exterminador que decide a situação para eles. Após matar Greenway, o robô ocupa seu lugar e permite que o reator superaqueça, forçando os três a agir. O aquecimento é contido, o desastre também. O que ninguém esperava (e só nós é que ficamos sabendo), é que com esse evento a usina, juntamente com outras seis, se unisse à Automyte Systems, de forma que a tecnologia da empresa instalada nas salas de controle impeça que outros erros humanos provoquem o caos como ocorreu em Serrano Point. E o Presidente da Automyte Systems era ninguém mais, ninguém menos, do que Shirley Manson (aka Catherine Weaver). Isso não vai acabar bem.

No fundo eu creio que esse episódio da usina teve um propósito principal: abordar o assunto sobre o câncer de Sarah. A mulher teve que enfrentar seu maior temor, se expor à radiação e todo mundo deve ter se perguntado junto com ela qual será o seu futuro. Será que o câncer ainda irá se desenvolver? Terá a operação em Serrano Point cooperado de alguma forma para a morte da mãe de John?

O episódio trouxe apenas mais dois pontos:

1) Michelle, a esposa de Charley finalmente ficou sabendo que Sarah está viva e o mundo vai entrar em guerra com as máquinas. Como reagir a este tipo de informação? Se levarmos em consideração que ela não ficou sabendo da forma que a própria Sarah soube, ela até que está no lucro. Teve que deixar tudo e fugir ao lado do marido, enquanto a outra perdeu o homem que amou e ainda ganhou um filho que será o salvador da humanidade e que precisa proteger a todo custo dos inúmeros exterminadores que vêm do futuro para matá-lo. Embora depois do promo do próximo episódio, só Deus sabe quais os ventos irão soprar para Michelle Dixon.

2) O soldado da resistência que morreu nos braços de Sarah deixou uma mensagem com o seu próprio sangue escrita na parede da garagem (!?) para o caso de não sobreviver por tempo suficiente para poder passar a informação a John. Que triste isso (Edit: Eu sempre fico maluca quando o povo morro antes de passar todas as informações. Perda de dados é sempre um problema para mim). Mas quais informações ainda estarão contidas naquela parede cheia de sangue?

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Comentários aleatórios:

• Fala sério, a Riley conhece o John ontem e já dorme na casa dele? E nem ao menos fazem sexo? Ela não tem pais, não?

• O interessante é que a usina acabou nas mãos das máquinas de qualquer jeito. Se bem que Cameron fala que os humanos recuperam a usina em certo ponto, o que implica que ela estava sob controle das máquinas até então. Pelo menos foi o que eu entendi.

• Fiquei super feliz de rever Busy Phillips. E ela está uma gracinha como a grávida Kacy. Acho legal chamarem uma atriz que já esteja grávida, e não alguém que precisa engravidar na série porque a atriz engravidou em certo momento. E ela é a simpatia em pessoa, é muito bom tê-la rondando a casa de vez em quando.

• Eu não entendo por que lá na usina a Sarah entrou naquela sala se tudo o que fez foi entrar e sair desesperada por conta de seu pânico do possível câncer. E por falar no câncer da Sarah, eu era maluca pela Linda Hamilton, mas não consigo sentir pena pela Sarah da Lena Headey.

• Adoro as cenas de Cameron no bar. Ela dando um banho na sinuca foi fantástico. Amo as roupas que ela usa, tem sua personalidade estampada nas roupas.

• Mas o melhor mesmo foi a cena de Cameron esfregando o chão, enquanto ‘pensava’ no que fazer. Procedimento normal? Chip danificado? O que passaria pela mente da andróide naquele momento?


• Eu gostei mais desse episódio do que do primeiro, mas a temporada segue num crescendo e até a melancolia rebelde de John tem uma razão de ser (embora se eu fosse um dos roteiristas eu faria as coisas bem diferentes).

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